Através das Chamas: O Chamado do Dragão

Através das Chamas: O Chamado do Dragão

Clara Zoe

223.5k Words / Ongoing
299
Hot
299
Views

Introduction

Ela não gostava de chamar atenção para si mesma e não se via como bonita. Não ligava para a aparência—só para o treinamento, para a valentia, para a honra. Preferia se parecer com seu pai, como seus irmãos, o homem que ela admirava e amava mais do que qualquer pessoa no mundo, do que ter seus traços delicados. Sempre olhava no espelho procurando algo dele em seus olhos, mas por mais que tentasse, não conseguia encontrar.

Ela sabia que deveria deixar isso de lado—mas não conseguia. Algo dentro dela não permitia. Sentia perigo, especialmente na véspera da Lua de Inverno. Não confiava em seus irmãos mais velhos; sabia que eles não machucariam Alston, mas eram imprudentes e muito brutos. O pior de tudo, eram excessivamente confiantes em suas habilidades. Era uma combinação perigosa.

Gwen não aguentava mais. Se seu pai não agisse, então ela agiria. Já era suficientemente velha—não precisava responder a ninguém além de si mesma.
Read More

Share the book to

facebooktwitterpinterestwhatsappreddit

About Author

Clara Zoe

Chapter 1

Gwen estava no topo da colina gramada, o chão congelado duro sob suas botas, a neve caindo ao seu redor, e tentava ignorar o frio cortante enquanto levantava seu arco e focava no alvo. Ela estreitou os olhos, bloqueando o resto do mundo—um vendaval, o som de um corvo distante—e forçou-se a ver apenas a bétula magra, ao longe, branca como a neve, destacando-se na paisagem de pinheiros roxos. A quarenta metros, esse era exatamente o tipo de tiro que seus irmãos não conseguiam fazer, que nem mesmo os homens de seu pai conseguiam fazer—e isso a tornava ainda mais determinada—sendo ela a mais jovem do grupo, e a única garota entre eles.

Gwen nunca se encaixou. Parte dela queria, claro, queria fazer o que era esperado dela e passar tempo com as outras garotas, como era seu lugar, cuidando dos afazeres domésticos; mas, no fundo, isso não era quem ela era. Ela era filha de seu pai, tinha o espírito de guerreira, como ele, e não seria confinada às paredes de pedra de sua fortaleza, não sucumbiria a uma vida ao lado de uma lareira. Ela era uma arqueira melhor do que aqueles homens—na verdade, já conseguia superar os melhores arqueiros de seu pai—e faria o que fosse necessário para provar a todos—principalmente a seu pai—que merecia ser levada a sério. Seu pai a amava, ela sabia, mas ele se recusava a vê-la como ela realmente era.

Gwen treinava melhor longe do forte, aqui nas planícies de Magandi, sozinha—o que lhe caía bem, já que ela, a única garota em um forte de guerreiros, havia aprendido a ficar sozinha. Ela tinha o hábito de se retirar para cá todos os dias, seu lugar favorito, no alto do platô com vista para as paredes de pedra do forte, onde podia encontrar boas árvores, árvores finas difíceis de acertar. O som de suas flechas havia se tornado um som constante ecoando sobre a aldeia; nenhuma árvore aqui em cima havia sido poupada de suas flechas, seus troncos marcados, algumas árvores já inclinadas.

A maioria dos arqueiros de seu pai, Gwen sabia, mirava nos ratos que cobriam as planícies; quando ela começou, tentou isso também, e descobriu que podia matá-los com bastante facilidade. Mas isso a enojava. Ela era destemida, mas também sensível, e matar um ser vivo sem propósito a desagradava. Ela jurou então que nunca mais miraria em um ser vivo—exceto se fosse perigoso, ou a atacasse, como os Morcegos-Lobo que surgiam à noite e voavam muito perto do forte de seu pai. Ela não tinha escrúpulos em abatê-los, especialmente depois que seu irmão mais novo, Alston, sofreu uma mordida de Morcego-Lobo que o deixou doente por meia lua. Além disso, eles eram as criaturas mais rápidas por ali, e ela sabia que se pudesse acertar um, especialmente à noite, então poderia acertar qualquer coisa. Ela uma vez passou uma noite inteira sob a lua cheia disparando do torreão de seu pai, e correu ansiosa ao amanhecer, emocionada ao ver dezenas de Morcegos-Lobo espalhados pelo chão, suas flechas ainda neles, os aldeões se aglomerando ao redor e olhando com rostos surpresos.

Gwen se forçou a focar. Ela visualizou o tiro em sua mente, vendo-se levantar o arco, puxá-lo rapidamente até o queixo e soltar sem hesitação. O verdadeiro tiro, ela sabia, acontecia antes do disparo. Ela tinha visto muitos arqueiros de sua idade, aos quatorze anos, puxarem as cordas e hesitarem—e ela sabia então que seus tiros estavam perdidos. Ela respirou fundo, levantou o arco, e em um movimento decisivo, puxou e soltou. Ela nem precisava olhar para saber que havia acertado a árvore.

Um momento depois, ouviu o som do impacto—mas ela já havia se virado, já procurando outro alvo, mais distante.

Gwen ouviu um gemido aos seus pés e olhou para baixo, vendo Logel, seu lobo, caminhando ao seu lado como sempre fazia, esfregando-se contra sua perna. Um lobo adulto, quase até sua cintura, Logel era tão protetor de Gwen quanto Gwen era dele, os dois uma visão inseparável na fortaleza de seu pai. Gwen não podia ir a lugar nenhum sem que Logel corresse para alcançá-la. E todo esse tempo ele ficava ao seu lado—exceto quando um esquilo ou coelho cruzava seu caminho, caso em que ele poderia desaparecer por horas.

"Eu não esqueci de você, garoto," disse Gwen, enfiando a mão no bolso e entregando a Logel o osso que sobrou do banquete do dia. Logel o pegou, trotando feliz ao lado dela.

Enquanto Gwen caminhava, sua respiração emergindo em névoa à sua frente, ela pendurou o arco sobre o ombro e soprou nas mãos, cruas e frias. Ela atravessou o amplo e plano platô e olhou ao redor. Deste ponto de vista, ela podia ver todo o campo, as colinas ondulantes de Magandi, geralmente verdes, mas agora cobertas de neve, a província da fortaleza de seu pai, aninhada no canto nordeste do reino de Escalon. De lá de cima, Gwen tinha uma visão panorâmica de todas as atividades na fortaleza de seu pai, as idas e vindas dos aldeões e guerreiros, outro motivo pelo qual ela gostava de estar ali. Ela gostava de estudar os contornos antigos de pedra da fortaleza de seu pai, as formas de suas ameias e torres se estendendo impressionantemente pelas colinas, parecendo se espalhar para sempre. Magandi era a estrutura mais alta da região, alguns de seus edifícios subindo quatro andares e emoldurados por camadas impressionantes de ameias. Era completada por uma torre circular em seu lado mais distante, uma capela para o povo, mas para ela, um lugar para subir e olhar para o campo e ficar sozinha. O complexo de pedra era cercado por um fosso, atravessado por uma ampla estrada principal e uma ponte de pedra arqueada; isso, por sua vez, era cercado por camadas de impressionantes aterros externos, colinas, valas, muros—um lugar digno de um dos guerreiros mais importantes do Rei—seu pai.

Embora Magandi, a última fortaleza antes das Chamas, estivesse a vários dias de viagem de Andros, a capital de Escalon, ainda era o lar de muitos dos famosos guerreiros do antigo Rei. Também se tornara um farol, um lugar que abrigava centenas de aldeões e agricultores que viviam dentro ou perto de suas muralhas, sob sua proteção.

Gwen olhou para as dezenas de pequenas casas de barro aninhadas nas colinas nos arredores da fortaleza, fumaça subindo das chaminés, agricultores correndo de um lado para o outro enquanto se preparavam para o inverno e para o festival da noite. O fato de os aldeões se sentirem seguros o suficiente para viver fora das muralhas principais, Gwen sabia, era um sinal de grande respeito pelo poder de seu pai, e uma visão rara em outros lugares de Escalon. Afinal, eles estavam a apenas um toque de trombeta da proteção, do rápido chamado de todos os homens de seu pai.

Gwen olhou para a ponte levadiça, sempre cheia de multidões de pessoas—agricultores, sapateiros, açougueiros, ferreiros, junto com, é claro, guerreiros—todos correndo do forte para o campo e de volta. Pois dentro das muralhas da fortaleza não havia apenas um lugar para viver e treinar, mas também uma infinidade de pátios de paralelepípedos que se tornaram um ponto de encontro para comerciantes. Todos os dias suas barracas estavam alinhadas, pessoas vendendo seus produtos, trocando, exibindo a caça ou pesca do dia, ou algum tecido exótico, especiaria ou doce trocado do outro lado do mar. Os pátios da fortaleza estavam sempre cheios de algum cheiro exótico, seja de um chá estranho ou de um ensopado cozinhando; ela poderia se perder neles por horas. E logo além das muralhas, à distância, seu coração acelerou ao ver o campo de treinamento circular para os homens de seu pai, o Portão dos Lutadores, e o muro de pedra baixo ao seu redor, e ela assistiu com excitação enquanto os homens de seu pai avançavam em linhas ordenadas com seus cavalos, tentando acertar alvos—escudos pendurados nas árvores. Ela ansiava por treinar com eles.

Gwen de repente ouviu um grito, uma voz tão familiar quanto a sua própria, vindo da direção da casa do portão, e se virou, imediatamente em alerta. Houve uma comoção na multidão, e ela observou enquanto, através do tumulto, emergiam na estrada principal seu irmão mais novo, Alston, sendo conduzido por seus dois irmãos mais velhos, Armon e Ahern. Gwen ficou tensa, em guarda. Ela podia perceber pelo tom de angústia na voz de seu irmãozinho que seus irmãos mais velhos estavam aprontando.

Os olhos de Gwen se estreitaram enquanto observava seus irmãos mais velhos, sentindo uma raiva familiar crescer dentro dela e inconscientemente apertando o arco. Lá vinha Alston, marchando entre eles, cada um mais alto por um pé, cada um segurando seu braço e arrastando-o contra sua vontade para fora da fortaleza e em direção ao campo. Alston, um menino pequeno, magro e sensível, com apenas dez anos, parecia ainda mais vulnerável espremido entre seus dois irmãos, brutos crescidos de dezessete e dezoito anos. Todos tinham características e coloração semelhantes, com seus queixos fortes, queixos orgulhosos, olhos castanhos escuros e cabelos castanhos ondulados—embora Armon e Ahern usassem os cabelos cortados curtos, enquanto os de Alston ainda caíam, indisciplinados, sobre os olhos. Todos se pareciam—e nenhum se parecia com ela, com seu cabelo loiro claro e olhos cinza claros. Vestida com suas meias de lã, túnica de lã e capa, Gwen também era alta e magra, muito pálida, diziam, com uma testa larga e um nariz pequeno, abençoada com traços marcantes que já haviam feito mais de um homem olhar duas vezes. Especialmente agora que estava completando quinze anos, ela notava os olhares aumentando.

Isso a deixava desconfortável. Ela não gostava de chamar atenção para si mesma, e não se via como bonita. Ela não se importava com a aparência—apenas com o treinamento, a bravura, a honra. Ela preferiria se parecer com seu pai, como seus irmãos, o homem que ela admirava e amava mais do que qualquer um no mundo, do que ter seus traços delicados. Ela sempre olhava no espelho procurando algo dele em seus olhos, mas por mais que olhasse, não conseguia encontrar.

"Eu disse, me soltem!" Alston gritou, sua voz ecoando até lá em cima.

Ao ouvir o grito de angústia de seu irmãozinho, um menino que Gwen amava mais do que qualquer um no mundo, ela ficou ereta como um leão protegendo seu filhote. Logel, também, ficou tenso, os pelos se eriçando em suas costas. Com a mãe deles há muito tempo desaparecida, Gwen sentia-se obrigada a cuidar de Alston, para compensar a mãe que ele nunca teve.

Armon e Ahern o arrastavam rudemente pela estrada, longe da fortaleza, na solitária estrada rural em direção ao bosque distante, e ela os viu tentando fazer com que ele manejasse uma lança, grande demais para ele. Alston havia se tornado um alvo fácil para eles; Armon e Ahern eram valentões. Eles eram fortes e um tanto corajosos, mas tinham mais bravata do que habilidades reais, e sempre pareciam se meter em problemas dos quais não conseguiam sair sozinhos. Era enlouquecedor.

Gwen percebeu o que estava acontecendo: Armon e Ahern estavam arrastando Alston com eles em uma de suas caçadas. Ela avistou os sacos de vinho em suas mãos e sabia que eles estavam bebendo, e ficou furiosa. Não bastava que fossem matar algum animal sem sentido, agora estavam arrastando o irmão mais novo com eles, apesar de seus protestos.

Os instintos de Gwen entraram em ação e ela saltou em direção a eles, correndo colina abaixo para confrontá-los, Logel correndo ao seu lado.

"Você já tem idade suficiente," Armon disse a Alston.

"Já passou da hora de você se tornar um homem," Ahern disse.

Descendo as colinas gramadas que conhecia de cor, não demorou muito para Gwen alcançá-los. Ela correu para a estrada e parou diante deles, bloqueando o caminho, respirando com dificuldade, Logel ao seu lado, e seus irmãos pararam abruptamente, olhando para trás, surpresos.

O rosto de Alston, ela pôde ver, caiu em alívio.

"Você está perdida?" Ahern zombou.

"Você está bloqueando nosso caminho," Armon disse. "Volte para suas flechas e seus gravetos."

Os dois riram de forma desdenhosa, mas ela franziu a testa, imperturbável, enquanto Logel, ao seu lado, rosnava.

"Tire essa fera de perto de nós," disse Ahern, tentando soar corajoso, mas o medo era evidente em sua voz enquanto apertava o cabo da lança.

"E onde vocês acham que estão levando Alston?" ela perguntou, séria, olhando para eles sem vacilar.

Eles pararam, seus rostos lentamente endurecendo.

"Vamos levá-lo para onde quisermos," disse Armon.

"Ele vai caçar para aprender a se tornar um homem," disse Ahern, enfatizando a última palavra como uma provocação para ela.

Mas ela não cederia.

"Ele é muito jovem," ela respondeu firmemente.

Armon fez uma careta.

"Quem diz?" ele perguntou.

"Eu digo."

"E você é a mãe dele?" Ahern perguntou.

Gwen corou, cheia de raiva, desejando que a mãe deles estivesse ali mais do que nunca.

"Tanto quanto você é o pai dele," ela respondeu.

Todos ficaram ali em silêncio tenso, e Gwen olhou para Alston, que olhou de volta com olhos assustados.

"Alston," ela perguntou, "é isso que você deseja fazer?"

Alston olhou para o chão, envergonhado. Ele ficou ali, em silêncio, evitando seu olhar, e Gwen sabia que ele estava com medo de falar, de provocar a desaprovação de seus irmãos mais velhos.

"Bem, aí está," disse Armon. "Ele não se opõe."

Gwen ficou ali, ardendo de frustração, querendo que Alston falasse, mas incapaz de forçá-lo.

"É imprudente levá-lo para caçar," ela disse. "Uma tempestade está se formando. Logo estará escuro. A floresta está cheia de perigos. Se querem ensiná-lo a caçar, levem-no quando ele for mais velho, em outro dia."

Eles a olharam com desdém, irritados.

"E o que você sabe sobre caça?" Ahern perguntou. "O que você caçou além dessas árvores?"

"Alguma delas te mordeu ultimamente?" Armon acrescentou.

Os dois riram, e Gwen queimava de raiva, debatendo o que fazer. Sem Alston falar, não havia muito que ela pudesse fazer.

"Você se preocupa demais, irmã," Armon finalmente disse. "Nada acontecerá a Alston sob nossa vigilância. Queremos endurecê-lo um pouco—não matá-lo. Você realmente imagina que é a única que se importa com ele?"

"Além disso, o pai está observando," disse Ahern. "Você quer desapontá-lo?"

Gwen imediatamente olhou por cima dos ombros deles, e lá no alto, na torre, avistou seu pai parado na janela arqueada, ao ar livre, observando. Ela sentiu uma decepção suprema por ele não ter impedido isso.

Eles tentaram passar, mas Gwen ficou ali, obstinadamente bloqueando o caminho. Eles pareciam que poderiam empurrá-la, mas Logel se colocou entre eles, rosnando, e eles pensaram melhor.

"Alston, ainda não é tarde," ela disse a ele. "Você não precisa fazer isso. Você deseja voltar para a fortaleza comigo?"

Ela o examinou e pôde ver seus olhos lacrimejando, mas também pôde ver seu tormento. Um longo silêncio se passou, quebrado apenas pelo vento uivante e a neve que caía cada vez mais rápido.

Finalmente, ele se contorceu.

"Eu quero caçar," ele murmurou sem convicção.

Seus irmãos de repente passaram por ela, esbarrando em seu ombro, arrastando Alston, e enquanto corriam pela estrada, Gwen se virou e observou, com uma sensação de mal-estar no estômago.

Ela se virou de volta para a fortaleza e olhou para a torre, mas seu pai já havia desaparecido.

Gwen observou enquanto seus três irmãos desapareciam de vista, na tempestade que se formava, em direção à Floresta dos Espinhos, e sentiu um vazio no estômago. Ela pensou em pegar Alston e trazê-lo de volta—mas não queria envergonhá-lo.

Ela sabia que deveria deixar para lá—mas não conseguia. Algo dentro dela não permitia. Ela sentia o perigo, especialmente na véspera da Lua de Inverno. Ela não confiava em seus irmãos mais velhos; sabia que eles não machucariam Alston, mas eram imprudentes e muito rudes. O pior de tudo, eram excessivamente confiantes em suas habilidades. Era uma combinação perigosa.

Gwen não podia mais suportar. Se seu pai não agiria, então ela agiria. Ela já era suficientemente velha—não precisava responder a ninguém além de si mesma.

Gwen começou a correr, descendo o caminho rural solitário, Logel ao seu lado, e indo direto para a Floresta dos Espinhos.

Comments

No comments yet.

You Might Like 😍

After One Night with the Alpha

After One Night with the Alpha

Completed · Sansa
One Night. One Mistake. One Lifetime of Consequences.

I thought I was waiting for love. Instead, I got fucked by a beast.

My world was supposed to bloom at the Moonshade Bay Full Moon Festival—champagne buzzing in my veins, a hotel room booked for Jason and me to finally cross that line after two years. I’d slipped into lacy lingerie, left the door unlocked, and lay on the bed, heart pounding with nervous excitement.

But the man who climbed into my bed wasn’t Jason.

In the pitch-black room, drowned in a heady, spicy scent that made my head spin, I felt hands—urgent, scorching—searing my skin. His thick, pulsing cock pressed against my dripping cunt, and before I could gasp, he thrust hard, tearing through my innocence with ruthless force. Pain burned, my walls clenching as I clawed at his iron shoulders, stifling sobs. Wet, slick sounds echoed with every brutal stroke, his body unrelenting until he shuddered, spilling hot and deep inside me.

"That was amazing, Jason," I managed to say.

"Who the fuck is Jason?"

My blood turned to ice. Light slashed across his face—Brad Rayne, Alpha of Moonshade Pack, a werewolf, not my boyfriend. Horror choked me as I realized what I’d done.

I ran away for my life!

But weeks later, I woke up pregnant with his heir!

They say my heterochromatic eyes mark me as a rare true mate. But I’m no wolf. I’m just Elle, a nobody from the human district, now trapped in Brad's world.

Brad’s cold gaze pins me: “You carry my blood. You’re mine.”

There is no other choice for me but to chose this cage. My body also betrays me, craving the beast who ruined me.

WARNING: Mature Readers Only
930.2k Views
Invisible To Her Bully

Invisible To Her Bully

Ongoing · sunsationaldee
Unlike her twin brother, Jackson, Jessa struggled with her weight and very few friends. Jackson was an athlete and the epitome of popularity, while Jessa felt invisible. Noah was the quintessential “It” guy at school—charismatic, well-liked, and undeniably handsome. To make matters worse, he was Jackson’s best friend and Jessa’s biggest bully. During their senior year, Jessa decides it was time for her to gain some self-confidence, find her true beauty and not be the invisible twin. As Jessa transformed, she begins to catch the eye of everyone around her, especially Noah. Noah, initially blinded by his perception of Jessa as merely Jackson’s sister, started to see her in a new light. How did she become the captivating woman invading his thoughts? When did she become the object of his fantasies? Join Jessa on her journey from being the class joke to a confident, desirable young woman, surprising even Noah as she reveals the incredible person she has always been inside.
Goddess Of The Underworld.

Goddess Of The Underworld.

Completed · sheridan.hartin
Left at a pack border with a name and a stubborn heartbeat, Envy grows into the sharpest kind of survivor, an orphaned warrior who knows how to hold a line and keep moving. Love isn’t in the plan…until four alpha wolves with playboy reputations and inconveniently soft hands decide the girl who won’t bow is the only queen they’ll ever take. Their mate. The one they have waited for. Xavier, Haiden, Levi, and Noah are gorgeous, lethal, and anything but perfect and Envy isn’t either. She’s changing. First into hell hound, Layah at her heels and fire in her veins. Then into what the realm has been waiting for, a Goddess of the Underworld, dragging her mates down to hell with her. Then finally into lycan princess, stronger, faster, the moon finally answering back, giving her exactly what she needs to protect her family.

When the veil between the Divine, the Living, and the Dead begins to crack, Envy is thrust beneath with a job she can’t drop: keep the worlds from bleeding together, shepherd the lost, and make ordinary into armor, breakfasts, bedtime, battle plans. Peace lasts exactly one lullaby. This is the story of a border pup who became a goddess by choosing her family; of four imperfect alphas learning how to stay; of cake, iron, and daylight negotiations. Steamy, fierce, and full of heart, Goddess of the Underworld is a reverse harem, found-family paranormal romance where love writes the rules and keeps three realms from falling apart.
1.1m Views
Crossing Lines

Crossing Lines

Ongoing · medusastonebooks
MM | Coach/Player | BDSM | Forbidden Romance | Power Imbalance | Age Gap | Sports Romance
Noah
I was here to prove myself—
One last shot at football, at freedom, at a future no one ever thought I’d deserve.
And then I met him.
Coach Aiden Mercer.
Cold. Demanding. Built like a legend and twice as ruthless.
From the first command, I wanted to fight him.
From the first Sir, I wanted to kneel.
But this wasn’t just about the game anymore.
He looked at me like he saw through every mask I wore…
And spoke to me in a voice I knew far too well.
The same one that called me baby boy in the darkest corners of the internet.
Now I didn’t know if I wanted to win…
Or just be his.
Aiden
Noah Blake was supposed to be a challenge.
A cocky, reckless quarterback with raw talent and no discipline.
But one message had changed everything.
One night on ObeyNet, a stranger with attitude and submission tangled in his words.
And when I saw Noah in person—his fire, his fear, that ache to be seen—
I knew it was him.
He didn’t know who I was. Not yet.
But I was already testing him. Pushing him.
Breaking him down until he begged for what he swore he didn’t need.
This was not supposed to get personal, but every second he disobeyed made me want to claim him harder.
And if he crossed the line…
I’d make damn sure he never forgot who he belonged to.
658.2k Views
From Substitute To Queen

From Substitute To Queen

Completed · Hannah Moore
For three years, Sable loved Alpha Darrell with everything she had, spending her salary to support their household while being called an orphan and gold-digger. But just as Darrell was about to mark her as his Luna, his ex-girlfriend returned, texting: "I'm not wearing underwear. My plane lands soon—pick me up and fuck me immediately."

Heartbroken, Sable discovered Darrell having sex with his ex in their bed, while secretly transferring hundreds of thousands to support that woman.

Even worse was overhearing Darrell laugh to his friends: "She's useful—obedient, doesn't cause trouble, handles housework, and I can fuck her whenever I need relief. She's basically a live-in maid with benefits." He made crude thrusting gestures, sending his friends into laughter.

In despair, Sable left, reclaimed her true identity, and married her childhood neighbor—Lycan King Caelan, nine years her senior and her fated mate. Now Darrell desperately tries to win her back. How will her revenge unfold?

From substitute to queen—her revenge has just begun!
The Delta's Daughter

The Delta's Daughter

Completed · JwgStout
In a realm set in the future, where the human race has fallen and shifters now rule, comes the epic adventure and tale of The Delta’s Daughter.

Born on the same night as the Kings son, Prince Kellen; Lamia Langley, daughter to the Royal Delta of The New Moon pack (royal pack) bares the mark of a royal and is a seemingly ordinary wolf, until she shifts at the age of 14 and by 15 becomes one of the strongest wolfs in the kingdom.

All Lamia ever wanted was to serve her prince, become a warrior, find her mate at 18 and live happily ever after.

Growing up together and sharing a rare and special goddess given bond, everyone is sure Lamia and Prince Kellen will be fated mates. Being given the opportunity to go to the Alpha academy, Kellen and Lamia fall in love and they hope they are fated like everyone thinks.

But the fates have already mapped out her future.
What happens when a wolf from the Kings past has his eye on Lamia?

Follow this epic tale of Love, tragedy and betrayal as Lamia starts to discover her family heritage. Will her family’s forgotten heritage and secrets become more than she can handle?

Will her Prince become her mate or will she be fated to another?
Will Lamia rise to become the wolf the goddess’ fated her to be?

For a mature audience
Crowned by Fate

Crowned by Fate

Completed · Tina S
“You think I’d share my mate? Just stand by and watch while you fuck another woman and have her kids?”
“She’d just be a Breeder, you would be the Luna. Once she’s pregnant, I wouldn’t touch her again.” my mate Leon’s jaw tightened.
I laughed, a bitter, broken sound.
“You’re unbelievable. I’d rather accept your rejection than live like that.”


As a girl without a wolf, I left my mate and my pack behind.
Among humans, I survived by becoming a master of the temporary: drifting job to job… until I became the best bartender in a dusty Texas town.
That’s where Alpha Adrian found me.
No one could resist the charming Adrian, and I joined his mysterious pack hidden deep in the desert.
The Alpha King Tournament, held once every four years, had begun. Over fifty packs from across North America were competing.
The werewolf world was on the verge of a revolution. That’s when I saw Leon again...
Torn between two Alphas, I had no idea that what awaited us wasn’t just a competition—but a series of brutal, unforgiving trials.
Author Note:New book out now! The River Knows Her Name
Mystery, secrets, suspense—your next page-turner is here.
After the Affair: Falling into a Billionaire's Arms

After the Affair: Falling into a Billionaire's Arms

Ongoing · Louisa
From first crush to wedding vows, George Capulet and I had been inseparable. But in our seventh year of marriage, he began an affair with his secretary.

On my birthday, he took her on vacation. On our anniversary, he brought her to our home and made love to her in our bed...

Heartbroken, I tricked him into signing divorce papers.

George remained unconcerned, convinced I would never leave him.

His deceptions continued until the day the divorce was finalized. I threw the papers in his face: "George Capulet, from this moment on, get out of my life!"

Only then did panic flood his eyes as he begged me to stay.

When his calls bombarded my phone later that night, it wasn't me who answered, but my new boyfriend Julian.

"Don't you know," Julian chuckled into the receiver, "that a proper ex-boyfriend should be as quiet as the dead?"

George seethed through gritted teeth: "Put her on the phone!"

"I'm afraid that's impossible."

Julian dropped a gentle kiss on my sleeping form nestled against him. "She's exhausted. She just fell asleep."
479.3k Views
The mafia princess return

The mafia princess return

Ongoing · Tonje Unosen
Talia have been living with her mother, stepsister and Stepfather for years. One day she finally get away from them. Suddenly she learn she have more family out there and she have many people that actually love her, something she have never felt before! At least not as she can remember. She have to learn to trust others, get her new brothers to accept her for who she is!
856.9k Views
Her CEO Stalker and Her Second Chance Mate

Her CEO Stalker and Her Second Chance Mate

Ongoing · Lilly W Valley
I paused at the ajar conference room door, attempting to balance the tray of coffees. Creedon was my new boss, now also my boyfriend. I listened at the door.

“Where is that slut of yours, Creedon? Must be a hell of a lay. The coffee is going to be cold,” Michael complained. “What's the point in keeping her around? She's not even your breed.”
Not his breed?
“You know me, I like nice accessories, Besides, she is smarter than she looks."
An Accessory?
“Stop toying with the girl. You're letting her get too close to us. Not to mention the scandal you’ll have with the press once they realize she's a poor country girl. America will fall in love with her, you will just crush them when you’re done with her. Poor Image...” The sound of fits hitting the table silenced the room.

“She’s mine! She is no concern of yours. I can fuck her, breed her, or cast her aside, remember who's in charge here. “If I want to use her as a cum bucket, I will." His anger explosive.
Breed me? Cast me aside? Cum bucket? I think not!*

“She is pretty, but she’s of no value to you, Creedon. A pebble in a sea of diamonds, darling. You can have any woman you desire. Fuck her out of your system, and sign off on her,” Latrisha spat. “That one is going to become a pain in your ass. You need a bitch that will submit.”

Someone, please, come mop up the word vomit this woman has just spewed.

“I have her under control, Trisha, back the fuck off.”

**Control? Oh, hell naw! ** He hadn't met the take no bullshit southern bitch I could be.

Rage brewed as I elbowed open door.

Well, here goes everything.
The Biker Alpha Who Became My Second Chance Mate

The Biker Alpha Who Became My Second Chance Mate

Completed · Ray Nhedicta
I can't breathe. Every touch, every kiss from Tristan set my body on fire, drowning me in a sensation I shouldn't have wanted—especially not that night.
"You're like a sister to me."
Those were the actual words that broke the camel's back.
Not after what just happened. Not after the hot, breathless, soul-shaking night we spent tangled in each other's arms.
I knew from the beginning that Tristan Hayes was a line I shouldn't cross.
He wasn't just anyone, he was my brother's best friend. The man I spent years secretly wanting.
But that night... we were broken. We had just buried our parents. And the grief was too heavy, too real...so I begged him to touch me.
To make me forget. To fill the silence that death left behind.
And he did. He held me like I was something fragile.
Kissed me like I was the only thing he needed to breathe.
Then left me bleeding with six words that burned deeper than rejection ever could.
So, I ran. Away from everything that cost me pain.
Now, five years later, I'm back.
Fresh from rejecting the mate who abused me. Still carrying the scars of a pup I never got to hold.
And the man waiting for me at the airport isn't my brother.
It's Tristan.
And he's not the guy I left behind.
He's a biker.
An Alpha.
And when he looked at me, I knew there was no where else to run to.
Mated by Contract to the Alpha

Mated by Contract to the Alpha

Completed · CalebWhite
My perfect life shattered in a single heartbeat.
William—my devastatingly handsome, wealthy werewolf fiancé destined to become Delta—was supposed to be mine forever. After five years together, I was ready to walk down the aisle and claim my happily ever after.
Instead, I found him with her. And their son.
Betrayed, jobless, and drowning in my father's medical bills, I hit rock bottom harder than I ever imagined possible. Just when I thought I'd lost everything, salvation came in the form of the most dangerous man I'd ever encountered.
Damien Sterling—future Alpha of the Silver Moon Shadow Pack and ruthless CEO of Sterling Group—slid a contract across his desk with predatory grace.
“Sign this, little doe, and I'll give you everything your heart desires. Wealth. Power. Revenge. But understand this—the moment you put pen to paper, you become mine. Body, soul, and everything in between.”
I should have run. Instead, I signed my name and sealed my fate.
Now I belong to the Alpha. And he's about to show me just how wild love can be.
Take you Fall into Fantasy.

Download AnyStories App to discover more Fantasy Stories.