




5. Direto ao ponto
Dakota Black
Emara... teimosa como um gato.
Não pude deixar de sorrir, observando-a de longe, sabendo que ela está sentada lá provavelmente me fulminando com o olhar.
Tenho certeza de que agora ela já deve ter percebido que meu discurso foi direcionado a ela.
Sutileza não é meu estilo.
Prefiro ir com tudo, direto ao ponto. Nada de ficar pisando em ovos.
"Além disso, esqueci de mencionar." Eu me inclino para o microfone, porque por que parar a loucura agora?
"Nossa empresa, HighBars System, está organizando uma rodada para os recém-formados do curso de Ciência da Computação. Alunos interessados podem entrar em contato com a equipe ou comigo."
Mentira.
Bem, não totalmente.
É só que ainda não discuti isso com minha equipe, e eles ficarão tão surpresos quanto os alunos no auditório. Exceto que eles não ficarão felizes e torcendo, como os que estão na minha frente.
Dou um sorriso para a plateia e me afasto, onde o Diretor e outros membros do corpo docente estão parados.
"Foi um ótimo discurso, Dakota. Muito inspirador para a juventude. E o anúncio sobre as vagas foi a cereja do bolo." Disse um deles.
"Foi um prazer, senhor. Qualquer coisa pelo colégio e pelos alunos." Respondo com um sorriso educado.
Honestamente, minha verdadeira razão para estar aqui não tem nada a ver com esses alunos ou com esta cerimônia. É tudo sobre ela.
Aquela que me bloqueou da sua vida, a que não consigo tirar da cabeça, a que escapou pelos meus dedos.
Fui um idiota. Tive sete dias para fazê-la se apaixonar por mim, sete noites para mostrar que estou apaixonado por ela há três anos.
E, sob a influência da minha personalidade vingativa, estraguei tudo.
Mas está tudo bem. Estou aqui para consertar isso.
Mesmo que eu tenha que me ajoelhar, vou reconquistá-la.
Peço ao Diretor para me deixar entregar os diplomas do curso de Computação, só para que eu possa conversar um pouco com os alunos interessados em IA sobre nosso programa de estágio.
Totalmente mentira...
Mas como dizem, tudo é justo no amor e na guerra.
Eu posso ter ultrapassado todos os meus limites quando se tratou de me vingar dela, e agora, não vejo limites quando se trata de conquistar seu coração.
E sei que ela não me quer, mas um homem sempre pode implorar. Certo?
Ou tramar, o que funcionar!
Ajusto minha gravata e avanço junto com o Diretor enquanto os nomes começam a ser chamados.
"Alison J Adams."
Uma garota se aproxima vestindo a beca e o capelo, radiante de emoção. Coloco meu sorriso profissional e ofereço um aperto de mão gentil. "Parabéns."
Entrego o diploma e olho para a câmera para a foto obrigatória.
Sorriso. Clique. Próximo.
"John M Andrew."
Outro aperto de mão, outro sorriso educado. Mas não estou aqui apenas para sorrir e entregar diplomas. Tenho uma missão pessoal.
Missão de ser desbloqueado e hackear o coração dela!
Nomes após nomes são chamados, e como no piloto automático, repito minhas ações. Aperto de mão. Passo o diploma. Sorriso para a câmera.
"Rose A Damison."
Um nome familiar me tira dos movimentos robóticos e olho para cima para ver Rose caminhando em minha direção, sorrindo brilhantemente. Ela sempre foi a pessoa mais alegre e educada de todos os Damisons com quem conversei.
"Parabéns, Rose." Digo com meu próprio sorriso e um aperto de mão gentil.
"Obrigada, Dakota." Ela responde com um brilho no olhar. Entrego o diploma e ambos nos viramos para olhar para a câmera, esperando pelo flash.
"Seu irmão está aqui?" Pergunto a ela, quase inaudivelmente.
“Hmm.” Ela murmura silenciosamente, antes de passar um sorriso e se afastar.
Mantenho minha postura ereta, ombros alinhados, percebendo que há mais olhos sobre mim do que eu imaginava.
Os nomes continuam sendo chamados, e eu mantenho minha performance, mas à medida que o relógio continua a marcar, minha impaciência cresce a cada segundo que passa. Quando ela vai chegar?
“Melvin S Mathews.”
Deus, ainda estamos no M? Quanto tempo isso vai levar até chegar ao S?
“Senhor, sou um grande fã seu e da sua empresa.” O cara na minha frente diz entusiasmado enquanto eu lhe entrego seu diploma com um sorriso educado.
“Eu adoraria trabalhar para você e para a HighBars. Seria um sonho realizado para mim.” Ele acrescenta animadamente e eu aceno, empurrando-o levemente para frente com uma mão suave em suas costas, um sinal claro para ele seguir em frente.
Ok. Próximo!
Enquanto continuo entregando os diplomas, a frustração borbulhando dentro de mim fica mais difícil de controlar. Cada minuto que passa parece uma eternidade, e estou a segundos de perder a paciência.
Eu e meu animal, ambos famintos para vê-la.
“Ethan H Stone.”
Meu olhar se desvia ao ouvir o nome. O irmão da Emara!
Aquele que ela tentou proteger mencionando meu nome naquele caso de drogas ilegais.
Nunca o vi durante as lutas, mas no momento em que ele sobe ao palco, posso dizer pelo seu porte que ele se exercita.
Ethan irradia uma energia positiva e se aproxima de mim com confiança. Estendo minha mão e trocamos um aperto de mão firme.
“Parabéns, Ethan.” Digo com meu sorriso profissional.
“Obrigado, Sr. Black. É um prazer finalmente conhecê-lo.” Ele responde com uma polidez genuína. Nós dois nos viramos para a câmera, e eu casualmente coloco minha mão em seu ombro para uma foto amigável.
Quem sabe, esse cara pode ser meu futuro cunhado!
“Então, o que decidiu sobre a oferta?” Pergunto, curioso sobre seus planos.
“Bem, minha namorada e eu decidimos fazer nossos MBAs juntos.” Ele desvia o olhar nervosamente. “A faculdade, o empréstimo, tudo está finalizado. Talvez eu o veja depois disso.”
“Claro. As portas da HighBar estarão abertas.” Sorrio, impressionado com sua maturidade.
“Obrigado pelo seu tempo, Sr. Black.” Ele me agradece como um verdadeiro cavalheiro antes de se afastar, deixando-me com um sentimento de respeito.
Gosto de como ele escolheu se desenvolver e adquirir conhecimento em vez de deixar que alguém o faça trabalhar para eles. Boa escolha.
“Emara S Stone.”
Minha cabeça se vira na direção da entrada assim que seu nome ecoa no salão, o nome que meus ouvidos estavam ansiosos para ouvir.
Meu coração dá um salto no peito, um lembrete silencioso de que estou prestes a encontrá-la.
Prendo a respiração como se não precisasse de ar neste momento, apenas um olhar dela.
E então ela sobe ao palco em câmera lenta.
Cabelos ruivos caindo sobre os ombros como fogo, chapéu quadrado adornando o topo e aquela beca preta fluindo atrás dela como sombras escuras.
Em um olhar, ela parece uma Deusa da guerra descendo do céu para receber seu diploma.
Ouço batidas ensurdecedoras nos meus ouvidos enquanto Emara caminha em minha direção com um olhar que poderia até queimar o inferno.
Droga.
Meu coração acelera e eu limpo minha mão suada nas calças, como se precisasse limpá-las antes de tocá-la.
Deus! Não me lembro da última vez que me senti tão nervoso.
Nunca.
Nunca antes disso.
Forço o ar para dentro dos meus pulmões e estendo minha mão em direção a ela, rezando para que ela me abençoe com seu toque.
“Parabéns, Emara.”