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Capítulo 7 Emoções tolas

POV do Luke:

No meu escritório na sede do Carter Group, finalmente me permiti um momento para processar os eventos da manhã.

Eu estava absorvido em alguns documentos quando meu telefone vibrou, interrompendo-me. Era Matthew. Bem na hora.

"Que esquema sujo você armou? Como ousa expulsar meu pai da própria empresa?" Sua voz tremia de raiva.

Sorri, saboreando o momento como um bom vinho. "Há trinta minutos, esta empresa é minha." As palavras tinham um gosto doce na minha boca.

"Impossível! As condições do avô-"

"Foram cumpridas." Cortei-o. "Estou casado agora, Matthew. E falando de esquema - lembra daquela noite no Grand Horizon Hotel há cinco anos? A que você orquestrou? Você dopou minha bebida e me armou com alguma mulher." O som de sua respiração aguda foi profundamente satisfatório. "Eu certamente não esqueci."

Depois de encerrar a ligação, fiquei na janela, olhando para o horizonte da cidade.

A porta do meu escritório se abriu sem aviso - só Daniel ousaria entrar sem bater. Meu amigo mais antigo entrou, café na mão e um olhar questionador no rosto.

"Luke, o que é isso que eu ouço sobre Robert sendo expulso? O prédio inteiro está fervendo com rumores." Ele se acomodou em uma das poltronas de couro em frente à minha mesa, estudando-me com aquele olhar penetrante que eu conhecia desde nossos dias em Harvard. "Seu avô não entrega o controle até você se casar, então como você conseguiu fazer isso?"

"Acabei de me casar," disse casualmente, tomando um gole do meu café. O líquido amargo combinava perfeitamente com meu humor.

"Oh, você acabou de... Espera, O QUÊ?" A voz de Daniel subiu quase a um grito quando a ficha caiu. Ele me olhou como se eu tivesse crescido uma segunda cabeça. Achei sua reação dramática levemente divertida.

"Certidão de casamento," elaborei desnecessariamente, aproveitando sua confusão. Era divertido ver meu amigo geralmente composto perder a calma.

"Você... você..." Daniel gaguejou, completamente desequilibrado. "Como você se casou? Você realmente se apaixonou? Quem tem um charme tão incrível?"

Eu podia ver a curiosidade genuína em seus olhos. Meu velho amigo provavelmente estava se perguntando que tipo de mulher extraordinária poderia ter "domado" a mim, como ele colocaria. Se ele soubesse.

"O que casamento tem a ver com amor?" Inclinei a cabeça ligeiramente, genuinamente perplexo com sua suposição. O conceito me parecia absurdamente ingênuo.

A expressão de Daniel caiu. "Então você vai... passar sua vida com alguém aleatório? Isso não está arruinando todo o seu futuro?"

Não pude deixar de sorrir com sua inocência. "Daniel, você está quase aos trinta e ainda tão ingênuo. Eu te invejo, honestamente."

O olhar magoado no rosto dele era quase cômico. Mas continuei, expondo os fatos simples: "Um ano é tudo que eu preciso para ganhar controle total da empresa. Nem mesmo o avô poderia tomar de volta depois disso. Então divórcio, simples assim. Por que eu desperdiçaria minha vida inteira?"

Meu tom era tão casual como se estivesse discutindo sobre o tempo. Vi a compreensão finalmente surgir nos olhos de Daniel, seguida rapidamente pelo alarme.

"Você está fazendo um casamento falso?" A descrença em sua voz era palpável.

"É apenas um casamento por contrato. Cada um de nós obtém o que quer. Justo e razoável." Mantive minha voz profissional, condizente com minha visão do arranjo.

Daniel beliscou a ponte do nariz. "Quando seu avô fez do casamento uma condição para a herança, ele não queria que você..."

Ele parou, provavelmente perturbado pelo que viu em meu sorriso. Eu não me importava particularmente. Casamento, amor, emoções - tudo eram apenas ferramentas e transações no meu mundo agora.

"A mulher que você escolheu deve ser bastante excepcional," arriscou Daniel cuidadosamente. "Quem sabe? Talvez em um ano, esse ato possa se tornar real."

Eu ri disso. "É mais fácil esperar que o sol nasça no oeste."

Apaixonar-se por Amelia Wilson? Verdade, ela era pragmática o suficiente para ser uma boa parceira de negócios e não podia negar que havia alguma química. Mas amor?

Que conceito absurdo.

Eu havia eliminado tais emoções tolas da minha vida há muito tempo naquela noite chuvosa. Aquela noite me ensinou a lição mais valiosa da minha vida: amor não era nada além de uma fraqueza que poderia ser explorada.

Então, por que eu continuava pensando naqueles olhos cor de mel, ainda brilhantes apesar das lágrimas anteriores?

No dia seguinte, cheguei ao Maple Heights exatamente às 14h.

"Sr. Carter." Amelia abriu a porta, sua voz cuidadosamente educada. "Você tomou café da manhã? Eu preparei algo."

"Já comi." Minha resposta foi curta. "Devemos começar a nos mover agora."

Ela assentiu e entrou para buscar Lucas. Eu observei a modesta coleção de caixas já empilhadas perto da porta. Tudo sobre seus pertences falava de orçamento cuidadoso e organização precisa.

Lucas saiu do seu quarto, sua caminhada um pouco rígida devido à artrite matinal. Ainda assim, seu sorriso permaneceu brilhante enquanto me cumprimentava. Algo em seu olhar inabalável ainda me pegava de surpresa - tão diferente das crianças privilegiadas que eu geralmente encontrava.

A empresa de mudanças chegou exatamente no horário. Eu vi-os lidarem cuidadosamente com o equipamento médico de Lucas entre as caixas. Amelia se movia eficientemente, dirigindo os carregadores enquanto completava a papelada final com seu proprietário.

No meu Rolls-Royce, a caminho de Cypress Central, eu vi a expressão de olhos arregalados de Lucas no retrovisor.

"Sr. Carter, seu carro é incrível!" ele exclamou.

"Sim," Amelia acrescentou, "O Sr. Carter trabalha muito na Carter Group."

"Eu quero ser bem-sucedido como o Sr. Carter e ganhar muito dinheiro!"

Essas palavras congelaram algo dentro de mim. Claro. Sempre se tratava de dinheiro. Assim como o tio Robert, que orquestrou o "acidente" dos meus pais para controlar a Carter Group. Assim como o avô Landon, que enterrou a verdade para proteger a reputação da empresa.

Apertei o volante com mais força. Isso era apenas um contrato de um ano. Nada mais. Eles não eram família - apenas mais uma transação.

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