




Capítulo 6
TERCEIRA PESSOA
"Adrian sempre faz isso. Ele sempre me faz parecer uma idiota na frente das pessoas. Quando ele vai parar com essa merda?" Candela perguntou retoricamente.
Dante soltou uma risada enquanto se levantava, fazendo Candela olhar para ele momentaneamente.
"Bom, eu vou me retirar agora." Ele disse, colocando seu copo vazio na mesa.
"Boa noite, meninas," ele disse, olhando entre Candela e sua irmã momentaneamente com um sorriso antes de seguir em direção às escadas onde Mimi estava descendo.
Candela soltou um suspiro, pegando a garrafa de uísque e servindo mais bebida em seu copo.
"Candy, você não deveria falar essas coisas sobre as pessoas," disse Dolores.
"Eu vou falar o que eu quiser. Não ouse me dizer o que fazer." Candela rosnou, engolindo sua bebida enquanto Mimi se aproximava delas. Ela notou a tensão entre as duas, franzindo levemente as sobrancelhas.
"Você nunca vai mudar? Aquela garota parece desamparada. Mario fez o certo...."
"Cala a boca, Dolores. Não vou te avisar de novo." Candela advertiu, lançando um olhar mortal para Dolores.
Dolores balançou a cabeça levemente em descrença.
"Vamos, mãe. Vamos para a cama." Mimi disse a Dolores, querendo afastar sua mãe da tia mal-humorada.
Ela odeia quando Candela fala com sua mãe como se ela fosse nada.
"Sim, vá para a cama, Dolores. Sua mãe precisa dormir para ajudar a curar seu cérebro ingênuo e parar de falar besteira." Candela disse a Mimi, antes de deixar seu copo vazio na mesa e sair furiosa.
Mimi a encarou enquanto ela subia as escadas.
Dolores suspirou enquanto se levantava.
"Vamos, querida," Dolores disse a Mimi.
"Você não pode continuar deixando ela falar com você assim, mãe" Mimi disse.
"Eu sei, querida, mas ela é minha irmã mais velha e esta é a casa deles. Graças a ela, não estamos nas ruas."
"Mesmo assim, ela não pode continuar te tratando assim. Tio Adrian e primo Mario nos tratam melhor do que ela," Mimi disse, revirando os olhos e olhando para longe enquanto cruzava os braços.
"Vamos apenas para a cama, querida. Amanhã sua tia estará calma."
"Sim, claro. Se isso fosse verdade." Mimi murmurou, caminhando à frente e sua mãe a seguiu.
Na porta da cozinha, uma garota loira vestida com o típico uniforme de empregada cinza e branco estava espiando pela porta da cozinha, olhando para Dolores e Mimi subindo as escadas. Ela moveu a cabeça mais, tentando obter uma visão melhor e mais satisfatória delas.
Outra empregada com cabelo castanho se aproximou por trás dela com um olhar questionador.
"Camilla," chamou a garota morena, fazendo a loira se assustar.
"Deus, Liliana, não me assuste assim," Camilla disse, soltando um suspiro.
"O que você estava espiando desse jeito?" Liliana perguntou, colocando as mãos nos quadris.
"Os patrões," Camilla disse.
"O que tem eles?"
"Você acredita que meu homem trouxe uma garota para casa?" Camilla perguntou.
Liliana franziu as sobrancelhas. "Você tem um homem?"
Camilla deu-lhe um olhar feio.
Liliana deu de ombros. "Eu não sabia que você tinha um homem, Camilla."
"O filho do patrão, Mario."
O rosto de Liliana se contorceu e foi imediatamente substituído por um sorriso zombeteiro.
"Quantas vezes vou te dizer isso?" Camilla perguntou.
Lilliana zombou. "Você quer dizer seu futuro - homem impossível?"
Camilla a olhou com raiva. "Muito engraçado, Lilly. Eu não sou como você que decidiu desistir da pessoa que ama."
Lilliana zombou. "Eu não amo ninguém."
"Ah, é mesmo? Como você chama o jeito que olha e reage perto do Lucas?" Camilla perguntou com uma sobrancelha levantada.
O coração de Lilliana reagiu ligeiramente, mas ela suprimiu.
"Eu não chamo de nada, tá bom? Pare de assumir coisas. Que garota o filho do chefe trouxe de volta, afinal?" Liliana perguntou, mudando de assunto.
Camilla bufou irritada. "Uma garota estranha que ele encontrou na floresta. Você devia ter visto ela. Mario disse que os pais dela foram mortos e a casa deles foi incendiada."
"Oh meu Deus," Liliana exclamou levemente, colocando a mão no peito.
"Eu pensei que a madame fosse expulsá-la, mas o chefe..."
"Expulsá-la? Por quê?" Lilliana perguntou, franzindo a testa. Camilla a encarou.
"Ela claramente precisa de ajuda. Mario fez bem em trazê-la para cá. E está tarde e perigoso lá fora." Lilliana disse.
Camilla bufou. "Ah, por favor, ela não é nosso problema." Ela disse, passando por Lilliana e indo mais fundo na cozinha.
"Bom, ela é problema do Mario. Na verdade, acho que Mario quer que ela seja problema dele." Lilliana disse, fazendo Camilla franzir a testa enquanto começava a limpar a bancada com raiva.
Lilliana sorriu e cruzou os braços enquanto olhava para Camilla.
"Você devia ter visto o jeito que Mario estava implorando ao pai para deixá-la ficar. Foi tão irritante, Lilliana."
"Você está apenas com ciúmes porque Mario tem outra pessoa e não está olhando para você." Lilliana disse.
Camilla bufou. "Mario não pode ser de outra pessoa, Lilly. Ele é meu."
Lilliana levantou as sobrancelhas. "Ok. Obsessiva muito."
"Eu não sou obsessiva. Mas veja e espere. Eu não vou parar até Mario se casar comigo." Camilla disse com toda seriedade, fazendo o rosto de Lilliana se contorcer.
"Casar?"
"Sim. Casar."
Lilliana balançou a cabeça em descrença. "Você está delirando. Vou para a cama." Ela disse, saindo da cozinha.
"Me encontre quando terminar com suas histórias de contos de fadas." Lilliana disse.
Camilla jogou o pano de mão na bancada com raiva e soltou um suspiro irritado ao lembrar do jeito que Mario estava segurando aquela garota que ele trouxe e implorando ao pai para deixá-la ficar.
"Tão irritante," ela murmurou.
Evelyn olhou para si mesma no espelho vestida com a camisola e seu cabelo solto.
Seu coração apertou ao lembrar do momento em que Annamarie entrou em seu quarto e a encontrou nua em casa. Ela estava se olhando assim no espelho.
Ela nunca soube o que estava por vir ou o que a babá que conhecia há anos tinha em mente.
Seus punhos se fecharam enquanto caminhava em direção à cama e se colocava sob as cobertas.
A cama estava muito confortável enquanto ela se deitava. Ela alcançou o interruptor e apagou a luz antes de se deitar de costas.
Ela soltou um suspiro enquanto olhava para a escuridão, mas a lua cheia iluminava o quarto através das janelas.
Lágrimas escorreram de seus olhos enquanto pensava em seus pais. Seu coração apertou severamente ao pensar que nunca mais veria seus pais novamente.
Uma batida veio na porta.
Ela congelou.