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3: Vendido para o Urekai

PRÍNCIPE EMERIEL.

Aekeira chorou por mais de uma hora depois que saíram do tribunal.

No início, ela estava furiosa, gritando com Emeriel sobre sua decisão tola. E então, desabou, chorando como se seu coração tivesse sido partido. Agora, estavam sozinhos em um pequeno quarto no barco.

Emeriel permaneceu quieto durante o colapso de sua irmã, o peso de sua decisão finalmente afundando.

Pelos deuses da Luz, ele agora era um escravo. Inferior a um plebeu. Inferior a um servo de tapete.

E não apenas qualquer escravo, mas um escravo Urekai. Ou muitos Urekai, Emeriel ainda não sabia.

Ele serviria aqueles seres sem coração e implacáveis que desprezavam os humanos.

"Você é um menino bonito; não faltarão senhores para te servir."

Um arrepio percorreu a espinha de Emeriel. Eles iriam violar seu corpo.

O que ele sempre sonhou finalmente se tornaria realidade. Só que agora, não seria apenas uma besta, seriam muitas. Quantas seu mestre quisesse.

Eles o espalhariam, sujeitando-o àquele ato horrível de sexo.

Emeriel engoliu o bile que subia em sua garganta. Sua respiração parou quando o pânico se instalou.

"Respira, Em. Vamos lá," Aekeira apareceu ao seu lado, esfregando suas costas. "Dentro... e fora... vamos lá, Em."

A voz de Aekeira era suave, reconfortante, dando a Emeriel nenhuma escolha a não ser seguir seu som.

Aekeira continuou esfregando suas costas. "Boa menina. Essa é a minha menina."

Dois Urekai entraram e os forçaram a tomar uma pílula desconhecida.

Certamente eles não tinham pago todo aquele dinheiro apenas para matá-los antes mesmo de se tornarem escravos, certo? Emeriel pensou enquanto engolia.

Minutos depois, ambos caíram inconscientes no chão.

•••••••

Muito tempo depois, Emeriel acordou com o solavanco da carruagem. Sua cabeça estava zonza, seus sentidos desorientados enquanto piscava várias vezes para ajustar sua visão.

Levantando-se, ele caminhou até a janela de madeira da carruagem e a empurrou. Um suspiro escapou dele.

Eles estavam em terras Urekai. Emeriel podia ver dezenas deles.

Mas o que deixou seu queixo caído foram os humanos.

Havia muitos à vista. Muitas mulheres quase igualando o número de homens.

Todos sabiam que os Urekai haviam adquirido e mantido numerosos humanos cativos após a guerra, mas o número que ele podia ver superava suas expectativas.

E todos eram escravos.

Alguns estavam trabalhando nos campos, seus corpos cansados dobrados sob o peso de seu trabalho. Alguns estavam carregando cargas pesadas, seus músculos se esforçando a cada passo, sob os olhos vigilantes dos Urekai.

Alguns Urekai seguravam chicotes, enquanto outros seguravam espadas. A visão revirou o estômago de Emeriel, fazendo-o sentir-se mal.

É essa a nossa vida agora?

O gemido de despertar de Aekeira ecoou atrás dele e Emeriel rapidamente se virou para sua irmã, preocupação estampada em seu rosto.

"Você está bem, Kiera?" ele perguntou, sua voz baixa.

Aekeira assentiu, esfregando os olhos. "Onde estamos?" ela perguntou, olhos vasculhando os arredores.

"O reino deles, Urai," Emeriel sussurrou, mantendo sua voz baixa para que o mestre da carruagem não ouvisse.

Juntos, eles observaram a enorme fortaleza à sua frente. A carruagem estava indo direto para ela.

"Este lugar parece altamente luxuoso," Aekeira disse.

Emeriel assentiu. Como membros da realeza, eles estavam bem-acostumados com luxo, mas isso era em uma escala totalmente diferente.

O que levantava a questão...

Quem exatamente eram os homens que os compraram? E se eles não eram os mestres dele e de sua irmã, então quem era...?


Eles foram levados para uma sala vazia após passarem por várias câmaras e corredores.

"Esses serão seus aposentos por enquanto," anunciou um soldado.

A sala era surpreendentemente espaçosa e bem decorada.

Pouco depois de os soldados saírem, o som de passos se aproximando chegou aos seus ouvidos, ficando mais perto a cada momento.

A porta se abriu, e uma mulher humana mais velha entrou marchando. Acompanhada por uma mulher humana mais jovem e três homens Urekai.

O olhar da mulher mais velha pousou em Emeriel, e ela olhou duas vezes. "Você é um homem notavelmente bonito. Já vi muitos homens bonitos na minha vida, mas mal consigo pensar em um que seja metade tão bonito quanto você."

Sentindo-se desconfortável, Emeriel deu um passo para trás, buscando refúgio atrás de Aekeira, que abriu os braços de forma protetora para protegê-lo dos olhares curiosos.

"Bem, é uma pena que você não seja quem viemos buscar," disse a mulher, desprezando-o e virando-se. "Preparem ela, rapazes. Amie, prepare o banho."

Os três homens se aproximaram de Aekeira, começando a despir ela. Suas mãos removeram suas roupas, enquanto outro cuidava de seu cabelo, desfazendo os nós.

"O que vocês estão fazendo?" perguntou Emeriel, preocupado.

"Preparando ela para o que está por vir." A mulher mais velha nem se deu ao trabalho de olhar para ele. "Você pode ficar ou sair. Não me importa. Mas se me atrapalhar, vou mandar os soldados te jogarem na masmorra."

Numerosas perguntas giravam na mente de Emeriel, mas um aceno de cabeça de Aekeira o silenciou.

Ele assistia impotente enquanto eles a despiram, com a garota mais jovem, Amie, preparando uma grande banheira cheia de água.

Eventualmente, Emeriel decidiu sair e explorar, vagando pelos corredores sem rumo. Ele seguiu um até um corredor isolado que parecia escondido de olhares casuais.

Vozes ecoavam à distância, então ele se aproximou delas.

"O que faremos com o garoto? Ele não fazia parte do plano," disse uma voz.

"Não me importa, Lorde Ottai. Talvez pensemos em algo mais tarde." A voz de Lorde Vladya veio. "Por agora, vamos nos concentrar na garota. O mau tempo atrasou nossa jornada, eu esperava que retornássemos ontem."

Sua voz, fria e autoritária, Lorde Vladya acrescentou. "O tempo está se esgotando; ela deve estar nas câmaras proibidas esta noite."

Câmaras proibidas?

Emeriel não gostou nada do som disso.

"Calma, Vladya. Aquela jovem não pode lidar com a besta," acrescentou Lorde Ottai.

"Não me importa. Eles fizeram suas camas, e devem deitar nelas," disse Vladya, desafiador.

Um suspiro pesado seguiu. "Seria cruel mandar aquela garota para servir a besta sem ter a menor ideia do que esperar. Sei que você não tem amor pelos humanos, e francamente, eu também não, mas certamente podemos fazer melhor do que isso," argumentou Lorde Ottai.

"Faça como quiser, Ottai. Conte tudo a eles ou conte nada. Não me importa," declarou Vladya. "Se ela viver ou morrer, também não me importa. Vou mandar o príncipe bonitinho em seguida, e se ele perecer também, estarei na próxima carruagem para o próximo reino humano para selecionar outra princesa para ele. Esse é o único aspecto disso que me preocupa."

Um silêncio caiu após a troca deles, deixando a mente de Emeriel correndo com medo e descrença.

Servir a besta? Morrer?

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