Capítulo 3
Quando cheguei lá, fiquei subitamente apreensiva, fazia tanto tempo desde que vi o Alfa. Oh, deusa da lua, ajude-me, sentindo minha ansiedade, vovó segurou minha mão.
"Está tudo bem, estou aqui, você não precisa se preocupar, querida," ela diz segurando minhas mãos firmemente.
Respondo com um aceno, engarrafando meus medos antes de entrar na casa, recebendo cumprimentos da ômega da matilha e de alguns membros da matilha.
Uma jovem ômega nos direcionou para a cozinha onde meu pai e meu irmão estavam sentados comendo.
Meu pai é um homem muito egoísta, até mesmo com seu beta, preferindo a vida de um solitário, ele odeia interagir com qualquer pessoa, até mesmo com seu beta, então seu beta fica com a família em uma casa não muito longe daqui.
Eu podia sentir bem a tensão no ar, os olhos do meu pai se fixaram nos meus em um olhar feroz antes de desviar o olhar.
Sempre me disseram que eu pareço muito com minha mãe, com seu cabelo castanho e lindos olhos âmbar, o que faz com que meu pai me odeie ainda mais, pois eu o lembrava muito dela.
Mas eu sei que não pareço nada com ela porque ela era pura e carinhosa, mas eu sou o oposto disso, sempre levando escuridão para onde vou.
Então, meu irmão Hunter, que se parece exatamente com o papai em muitos aspectos, tem cabelo preto, olhos cinzentos, temperamento feroz e orgulho tão vasto quanto o maior dos oceanos.
Ignoro os olhares enquanto me sento entre Hunter e a vovó. "Boa noite, Alfa. Hunter," vovó diz com uma leve inclinação da cabeça.
"Indo direto ao ponto, sem adornar sua presença aqui," ele diz em seu tom de alfa, ignorando o cumprimento da vovó.
"Hoje é seu décimo oitavo aniversário, marcando o dia de luto e perda para todos nós," ele diz, olhando na minha direção, empurrando facas mais fundo no meu coração a cada palavra que diz.
Que maneira de desejar feliz aniversário a alguém.
Recusando-me a dar-lhe a satisfação de me ver em dor, endureço meus olhos, não revelando nada.
"Alex (nome da vovó), você e Kate vão se mudar após a formatura de Kate, que é daqui a duas semanas, para a matilha do rei dos Lycans," ele diz com indiferença.
"Você não pode estar falando sério," digo abruptamente antes de conseguir me conter, ganhando um olhar de reprovação da vovó.
"Você deveria estar feliz que ele está te enviando para uma matilha forte e não para um lugar onde você poderia ser morta," Hunter intervém, lançando facas na minha direção.
"Ah, cale a boca, você e eu sabemos quem precisa mais de proteção," digo com um olhar de raiva.
"Eu tomaria cuidado com as palavras se fosse você, porque você não quer sofrer as consequências da sua insolência," ele ameaçou.
"Chega, vocês dois," o Alfa ordena, pondo fim à discussão. Eu encaro Hunter antes de olhar para o Alfa. "Vocês partem após sua formatura e isso é definitivo," ele diz antes de deixar a sala.
Hunter sorri antes de sair, eu me senti estupefata, agitada, horrorizada e com muitas outras emoções.
Minhas emoções estavam por toda parte, não consigo entender por que ele decidiu me mandar embora de repente. Eu nunca gostei de estar aqui e esperava que ele me permitisse sair desta matilha, mas não desse jeito, especialmente não me forçando a me juntar a outra matilha do rei mais cruel e arrogante.
Eu entendo que ele não se importa comigo, mas isso não dá a ele o direito de mandar a Ma embora desta alcateia, uma alcateia pela qual ela sacrificou tanto, ela passou a vida inteira aqui, ele não pode simplesmente mandá-la embora de sua casa assim.
Eu não posso deixar ele fazer isso, eu vou embora, mas a Ma vai ficar, ele não pode usar o ódio que tem por mim contra ela.
Levantei-me imediatamente e caminhei em direção ao escritório do Alfa, onde eu iria desabafar e ele teria que ouvir tudo o que eu tinha a dizer.
Mas antes que eu pudesse chegar ao escritório dele, Ma me puxou pelo pulso, impedindo-me de dar qualquer passo à frente. "Kate, me escuta", ela pediu suavemente.
Ignorei suas palavras, tudo o que eu sentia era raiva enquanto meu corpo tremia e meus olhos piscavam entre vermelho e âmbar. "Ma, me solta, esse homem precisa ouvir o que eu tenho a dizer", eu disse, tentando puxar minha mão, mas seu aperto era muito forte.
"Respira fundo e relaxa", ela ordenou, me puxando para um abraço apertado.
Deixei ela me levar para fora da casa da alcateia de volta para casa, enquanto as pessoas nos observavam passar. Ela destrancou a porta, me puxando para dentro da casa com ela, antes de me envolver em seu abraço, deixando seu doce cheiro de frutas vermelhas acalmar meu coração acelerado.
Aproveitei sua presença e cuidado por alguns minutos antes de me afastar. "Ma, me desculpa, por minha causa você está sendo mandada embora desta alcateia", eu implorei, com dor e arrependimento brilhando nos meus olhos.
Seus lábios formaram um sorriso, me deixando confusa. "Não importa para onde eu estou sendo mandada, o que importa é que meu bebê está bem ao meu lado."
Eu a abracei com um sorriso, ela sempre entende. "Muito obrigada, eu te amo com tudo", eu disse, me afastando do abraço.
Sorri uma última vez antes de caminhar para o meu quarto depois de desejar boa noite.
Tomei um banho relaxante e depois vesti meu pijama, subi na minha cama macia e acolhedora, deixando o estresse do dia me consumir.
"Tiara, o que você acha disso?" perguntei, olhando para o teto.
"Não sei o que dizer, talvez isso seja o melhor," ela disse, soando incerta.
Senti ondas de tristeza e esperança ao mesmo tempo vindo dela antes de ela me desligar, me deixando desanimada com tudo o que estava acontecendo. "Deusa da lua, você não acha que eu mereço uma folga ainda?" murmurrei, fraca.
Eu tinha esperança de acordar dessa montanha-russa e ver que tudo era um sonho, um sonho muito terrível.
Então eu poderia ver minha mãe, ter uma família bonita que me ama, mas eu sei que isso é apenas o sonho e desejo de uma menina ingênua.
Mas agora essa menina boba sabe melhor, ela sabe onde está e onde termina, ela sabe qual é sua parte neste mundo, que está cheio de miséria e dor.
Ela tem que lutar todos os dias, lutar para acordar, lutar para viver, e agora tudo o que ela sabe é como lutar.
Fiquei acordada por algumas horas antes de cair no sono mais uma vez para uma noite sem sonhos que me permitiu esquecer a realidade por algum tempo e entrar nos pesadelos, recebendo os demônios da noite.