Pronto para seguir em frente
Lauren—6 meses depois
Depois que nosso último cliente saiu do escritório, deixei-me afundar na cadeira, mais do que um pouco exausta. Franzi a testa para Mason enquanto ele começava a digitar no computador. Era o "jeito" dele. No final de cada reunião, ele sempre digitava uma página de notas importantes e as compartilhava comigo. O homem era tão metódico que dava medo. Suspirei enquanto entrelaçava os dedos sobre o estômago.
"Mason?"
"Mm-hmm?"
"Você já terminou?" perguntei, mal-humorada.
"Não. Por quê?" Ele riu.
"Você vai à festa hoje à noite?" perguntei.
Ele suspirou enquanto massageava as têmporas. "Não, Lauren. Você não está cansada dessas festas?"
"Não! É por isso que continuo organizando elas. Sexo nos meus termos. Quem não gostaria disso?" disse a ele, com um sorriso maroto.
Ele se afastou do computador para encontrar meus olhos. "Eu não quero mais sexo anônimo por uma noite, Lauren. Tornou-se tedioso. Chato, até."
"Então, o que você quer?"
"Quero alguém que esteja lá dia após dia. Quero alguém que desperte minha mente tanto quanto desperta meu corpo. Por um lado, quero alguém com quem discutir e ficar em casa relaxando. Mas, por outro lado, não quero ninguém. Quero ser deixado em paz. Quero tudo e nada. Se eu encontrar alguém com quem me dê bem, ótimo, mas se não encontrar, não vai me destruir, sabe?" ele disse.
"Não, não sei. Eu não quero estar com ninguém. Homens são idiotas!"
Ele ergueu uma sobrancelha para mim antes de se virar de volta para o computador. "Você percebe que eu sou um homem, certo?"
"Você não é realmente um homem, Mason. Você é meu irmão. Há uma grande diferença," eu ri.
"Ah é? E qual é a diferença?" ele perguntou, indiferente, aparentemente desinteressado.
"Um homem eu me ajoelho para. Você, eu só dou um chute nas bolas," eu ri.
"Puxa, Lauren, e eu aqui esperando que você dissesse algo doce."
Revirei os olhos enquanto sorria para ele antes de suspirar. "Toda minha doçura morreu naquela noite na chuva." Ele se virou completamente para mim, seu rosto suavizando com pena, me deixando imediatamente irritada. "Não faça isso, eu resmunguei. Você sabe que eu odeio ser alvo de pena!"
Ele suspirou. "Eu não sinto pena de você, Lauren. Eu te entendo, e odeio que entendo."
Eu mantive o olhar dele por um momento antes de desviar, respirando fundo. "Eu sei. Desculpe."
E eu sabia. Nos conhecemos em um grupo de apoio para adolescentes que haviam sido abusados sexualmente. Foi isso que tornou nosso vínculo tão forte. Ele era a única pessoa na minha vida que eu não queria compartilhar, nem mesmo com Laurel. Ele era o único que eu podia ligar às 2 da manhã quando tinha um pesadelo, sem me preocupar se ele me julgaria. Ele merecia tudo de bom na vida, e eu esperava que ele encontrasse. Contanto que ela soubesse que eu não iria a lugar nenhum. As pessoas raramente criam vínculos como o nosso. E eu não permitiria que alguém tentasse tirar isso de mim. Ele me olhou por um momento antes de voltar ao computador.
"Acho que você deveria tentar novamente," ele me disse, me fazendo ficar tensa.
Eu sabia do que ele estava falando, mas gostaria de não saber. Dói-me toda vez que penso nisso. Balancei a cabeça para afastar os pensamentos. "Você sabe que eu tentei. O hospital me disse que um Sr. Morgan me salvou. Eu procurei todos os homens que tinham Morgan no nome. Nenhum deles era ele."
"Eu sei que você fez, mas e se o hospital estiver errado? E se o nome dele não for Morgan?" ele perguntou.
"Por que o hospital mentiria para nós? Eles o conheciam. Foram muito respeitosos com ele, Mason. Pelo amor de Deus, ele pagou minhas contas médicas." Afundei na cadeira, cruzando os braços sobre o peito. "Eu acredito de todo coração que fui salva por um anjo."
Ele riu enquanto olhava para mim. "Enquanto isso, eu estou aqui esperando ser salvo pelo meu anjo."
"Isso parece uma maneira melhor de viver do que se perguntar se você verá novamente o homem pelo qual você julga todos os outros homens," murmurei com raiva.
"Você sabe que deveria julgar todos os homens que conhece pelo seu pai."
"Para a maioria das mulheres, sim, mas não para mim. Eu seria estúpida se fizesse isso, considerando que o homem que me salvou naquela noite teve um impacto maior na minha vida na hora que passou comigo do que meu pai, que passou 27 anos comigo."
Ele olhou para mim. "É por isso que você dorme com tantos homens?"
Eu estreitei os olhos para a parte de trás da cabeça dele. "Se bem me lembro, toda sexta-feira no último ano, você levou uma mulher diferente para casa uma hora depois de conhecê-las. E além disso, essas festas foram ideia sua."
"Sim, foram, e agora estou escolhendo não ir a elas, porque quero tudo ou nada. Eu gostaria que você também quisesse. É hora de encontrar outra maneira de lidar com o que aconteceu conosco."
Revirei os olhos. "Não, estou bem. Mas obrigada."
"Se você diz, Lauren. Eventualmente, você vai se cansar de pular de homem em homem e vai querer alguém para ocupar sua cama todas as noites, e não estou falando de um João Ninguém qualquer. Estou falando do mesmo homem. Um que vai amar tanto você quanto o Ty."
Eu comecei a rir forçadamente enquanto meu estômago se revirava de ansiedade. "Ninguém vai chegar perto o suficiente de mim para conhecer meu filho. Eu não vou permitir. Não vou dar a chance de alguém machucar o Ty como você foi machucado."
Quando o corpo dele ficou tenso, eu me arrependi mentalmente. Corri ao redor da mesa dele para envolver meus braços em volta do pescoço dele.
"Desculpa, Mason. Eu não queria dizer isso," murmurei suavemente.
Ele deu um tapinha na minha mão. "Eu sei, e entendo sua preocupação, Lauren. Confie em mim, eu entendo. Quando penso em trazer filhos ao mundo, fico apavorado de não conseguir protegê-los."
"Você está pensando em ter uma família?" perguntei, completamente surpresa.
"Sim. Chame do que quiser, crise de meia-idade, amadurecimento, não me importo, mas é o que eu quero," ele disse.
Fiquei em silêncio por um momento antes de beijar sua bochecha e me endireitar. "Você vai ser um excelente pai, Mason. O Ty simplesmente te adora."
"Obrigado, Lauren." Ele deixou os olhos deslizarem pelo meu rosto antes de voltar para a tela do computador. "Mas eu ainda não vou à festa hoje à noite."
Eu gemi. "Tudo bem. Vou deixar você fazer o que quiser."
"Obrigado, Ren."
Caminhei até a porta, parando antes de abri-la para olhar para ele. "Mas se você ficar entediado ou cansado de ficar sozinho, sabe onde estaremos."
"Vou manter isso em mente. Te vejo na segunda-feira."
"Sim, você vai. Te amo, Mason."
"Também te amo, Lauren," ele repetiu, sorrindo suavemente.
Saí do escritório dele e voltei para o meu, imediatamente colocando a cabeça na mesa, completamente frustrada comigo mesma. Como eu pude dizer aquilo para ele? Ele tinha trabalhado tanto para se curar do que aconteceu, e minha burrice o levou de volta àquela parte da vida que ele estava tentando esquecer. Mantive a cabeça baixa até meu telefone começar a tocar, o que me fez gemer enquanto procurava por ele na bolsa.
"Alô?" perguntei, exasperada.
"Oi, Lauren. Está tudo bem?" perguntou Laurel.
"O quê? Sim. Por que não estaria?"
"Você parece frustrada. Quer falar sobre isso?" ela perguntou suavemente.
"Eu só disse algo para o Mason que não devia," admiti.
Ela ficou em silêncio por um minuto inteiro antes de suspirar. "Ele parece um cara incrível. Quando você vai me deixar conhecê-lo?"
"Ah. Ele é só meu sócio," eu disse.
"Ah tá! Eu conheço todo mundo na sua vida, menos ele! Tem algo acontecendo entre vocês dois?"
"Deus, não!" eu disse, engasgando. "Nunca diga isso de novo! Ele é literalmente meu irmão. Enfim, o que foi?"
"Nada demais. Eu só estava me perguntando o que você vai fazer neste fim de semana," ela murmurou, me fazendo endireitar.
"Por quê? Você precisa de algo?"
"Não 'precisar'."
"Então o que você quer?" insisti.
"Eu estava me perguntando se você iria a um evento comigo."
"Que evento?"
"Tem um encontro às cegas na biblioteca," ela me disse, e eu podia praticamente ver o rubor em seu rosto.
"Você está dizendo o que eu acho que está dizendo?" perguntei, animada.
"Estou. Estou pronta para conhecer alguém."
"Oh! Meu! Deus! Laurel! Estou tão animada! Você vai vir para minha casa hoje à noite. Vamos a uma festa," eu disse, entusiasmada.
"Hum, é uma das suas festas de sexo?" ela perguntou, preocupada.
"Sim, mas você não precisa ir para casa com um estranho. Ninguém vai te pressionar. Por favor, diga que vai vir. Vou parar e pegar uma fantasia para você hoje à noite." Quando ela ficou quieta por tanto tempo, achei que tinha desligado, então chamei seu nome suavemente. "Você ainda está aí?"
"Não sei sobre a festa, Lauren. Eu disse, 'Conhecer alguém,' não me exibir como uma prostituta de 2 reais."
Revirei os olhos. "Você não precisa transar com alguém, mas é o lugar mais seguro para estar na sua primeira saída. Na verdade, você deveria pensar em ir para casa com alguém. Mate a vontade antes de tentar começar um relacionamento com alguém."
Finalmente, ela suspirou pesadamente. "Tudo bem. Eu vou, mas você tem que respeitar minhas escolhas enquanto eu estiver lá."
"Eu vou. Prometo. Te vejo hoje à noite. Esteja na minha casa às 20h para nos prepararmos."
"Tudo bem. Eu vou. Te vejo mais tarde. Te amo, Lauren."
"Também te amo, Laurel."
Desligamos, e eu me recostei na cadeira, sorrindo amplamente. Dane-se. Se o Mason não queria me ouvir, pelo menos a Laurel queria. Talvez ele começasse a me ouvir em breve também. Porque eu era boa em lidar com traumas. Suspirei ao pensar no meu salvador. Ou talvez eu estivesse apenas mentindo para mim mesma.