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Capítulo 5

Hannah

Pisquei para ela. "Jess? A Jess quieta e estudiosa, que está sempre na biblioteca?"

"A própria. Ela conheceu um cara do mercado financeiro em um aplicativo de sugar dating. Ele tem 45 anos, é divorciado e trabalha horas malucas. Eles se encontram duas vezes por semana; ele a leva para fazer compras, dá uma mesada para ela e, sim, eles transam." Emma arqueou as sobrancelhas. "Aparentemente, ele é incrível na cama. Algo sobre ser grato e compensar com entusiasmo."

"Jesus, Emma!" Cobri meu rosto com uma almofada. "Eu não quero ouvir sobre a vida sexual da Jess!"

"A questão é," Emma continuou, puxando a almofada, "ele paga a mensalidade dela. Toda. E ainda dá dinheiro para gastar."

Eu a encarei. "Você está falando sério."

"Seríssimo. Ela me mostrou o perfil dela. Esses caras são cheios da grana, Han. CEOs, médicos, advogados. E estão dispostos a pagar muito por companhia."

"E sexo," acrescentei secamente.

"Bem, sim. Eventualmente. Mas a Jess diz que a maioria deles só quer alguém bonita para conversar. Alguém que os faça se sentir jovens e interessantes." Emma se inclinou para frente. "Pense nisso. Alguns encontros com o cara certo poderiam resolver seu problema."

"Vendendo-me?" As palavras saíram mais duras do que eu pretendia.

O rosto de Emma suavizou. "Eu sei que parece ruim quando você coloca dessa forma. Mas é realmente tão diferente do que as pessoas fazem em encontros normais? Todo mundo troca algo. Aparência, status, segurança."

Levantei-me e comecei a andar pela sala dela. "Não sei. Parece errado."

"Errado, como ter um agiota ameaçando você? Errado, como potencialmente ser expulsa da universidade a um semestre de terminar?" A voz de Emma era gentil, mas firme. "Não estou dizendo que é o ideal. Estou dizendo que pode ser sua melhor opção agora."

Parei de andar e olhei pela janela para as luzes da cidade. Que escolha eu realmente tinha? Eu já tinha tentado de tudo. Turnos extras não seriam suficientes. Outro empréstimo era impossível. Vender minhas poucas posses mal faria diferença.

"Como isso funcionaria?" Perguntei baixinho, ainda olhando pela janela.

Ouvi Emma se mexendo no sofá. "Você cria um perfil. Escolhe com o que você se sente confortável. Encontra para um café primeiro, em um lugar público, para ver se há alguma química. Se parecer suspeito, você vai embora. Sem prejuízo."

Virei-me para ela. "E se não parecer suspeito?"

"Então você negocia. Mesada, expectativas, limites." Ela deu de ombros. "A Jess diz que a maioria desses caras é super respeitosa. Eles sabem do acordo."

Afundei de volta no sofá. "Não acredito que estou considerando isso."

Emma apertou minha mão. "Só pense nisso, tá? Sem pressão. Mas se você decidir tentar, eu ajudo você a configurar tudo. Garanto que você estará segura."

Assenti lentamente, minha mente a mil. A ideia ainda me dava arrepios, mas a alternativa era Vincent Graves e suas ameaças nada sutis. Entre um agiota e um "sugar daddy", havia realmente alguma dúvida?

"Vou pensar a respeito", disse finalmente. Minha cabeça já estava zonza por causa do vinho, mas a ideia de "sugar dating" girava na minha mente como um tornado. Eu estava realmente considerando isso? A ideia de namorar homens mais velhos por dinheiro me dava um nó no estômago, mas o mesmo acontecia com a ideia de enfrentar Vincent novamente.

Na noite seguinte, Emma me ajudou a criar um perfil no Elite Arrangements, um aplicativo exclusivo de "sugar dating" que aparentemente atendia aos homens mais ricos da cidade.

Sentei na cama dela, nervosa, enquanto ela carregava fotos minhas parecendo muito mais sofisticada do que eu me sentia e escrevia uma biografia que me fazia parecer uma universitária culta em busca de "mentoria e companhia". Em menos de uma hora, minha caixa de entrada estava lotada de mensagens.

"Caramba," sussurrei, rolando pelas dezenas de notificações. "Esses caras são sérios."

"Eu te disse," Emma disse com um sorriso de satisfação. "Olha esse aqui! Richard Thornton, CEO de uma firma de investimentos. Cinquenta e três anos, divorciado, patrimônio líquido..." Ela assobiou. "Vamos apenas dizer que ele poderia comprar todo este prédio sem piscar."

E foi assim que me encontrei na noite seguinte, parada do lado de fora do Aureole, um restaurante tão chique que o cardápio nem listava os preços.

Minhas mãos tremiam enquanto eu alisava o vestido preto que Emma insistiu que eu usasse. O decote era suficientemente baixo para ser notado sem ser vulgar, e a barra chegava ao meio da coxa, mostrando as pernas que passei uma hora depilando e hidratando.

"Você está incrível," Emma me assegurou, apertando meu braço. Ela veio junto para me dar apoio moral e planejava sentar no bar, longe o suficiente para me dar privacidade, mas perto o bastante para intervir se algo desse errado. "Lembre-se, se você se sentir desconfortável, é só me mandar a palavra-código."

"Abacaxi," repeti, respirando fundo. "Ok. Eu consigo fazer isso."

O maître d' me olhou de cima a baixo quando dei o nome de Richard, sua expressão mudando de desdenhosa para excessivamente atenciosa assim que percebeu que eu estava encontrando um dos clientes VIP deles. Ele me conduziu pelo restaurante mal iluminado, passando por mesas de mulheres cobertas de diamantes e homens em ternos caros.

Richard se levantou quando me viu se aproximar – alto, cabelos grisalhos, com o tipo de bronzeado que gritava "passo o inverno nas Maldivas". Seu terno era impecável, seu relógio brilhava sob a luz suave. Eu tinha visto sua idade no perfil, mas vê-lo pessoalmente deixou claro que esse homem tinha idade suficiente para ser meu pai.

"Hannah," ele disse, sua voz profunda e confiante. "Você é ainda mais bonita do que nas fotos."

Forcei um sorriso, apertando sua mão estendida. "Obrigada. É um prazer conhecê-lo."

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