




1 - Por que você não tranca a porta primeiro?
"Este é o 11º assistente incompetente que você recrutou para mim em apenas um mês," Nathan vociferou. "Conserte isso," ele sibilou em seu tom frio e arrogante de sempre.
Vincent, seu gerente de RH, estava perturbado. "Sinto muito, senhor presidente, conseguirei um novo assistente para o senhor em duas semanas," ele expressou, com os olhos baixos enquanto Nathan lhe lançava um olhar penetrante.
Nathan se levantou de sua cadeira giratória de luxo e bateu o punho cerrado na mesa, "você é tão incapaz assim? Você deveria estar recrutando seu próprio substituto também se não conseguir um novo assistente agora." Era uma ordem, sua aura exalava autoridade.
"Vou cuidar disso, senhor presidente." Vincent saiu apressado do escritório. Nathan estava agitado. Esse era o 47º assistente que ele demitia no primeiro trimestre do ano.
Vincent chegou ao seu escritório, enxugando as gotas de suor que se formavam em seu rosto. Ele não podia deixar seu assistente cuidar disso porque seu emprego estava em jogo. Os assistentes que ele contratava para Nathan Legend eram os melhores, com uma ampla gama de experiências. Trabalhar com Nathan era como jogar um ovo no chão e esperar que ele permanecesse intacto.
Seu nível de perfeccionismo era extremo e ele não permitia pequenos erros. Vincent verificou os registros de suas entrevistas recentes. Ele tinha três candidatos qualificados para a posição. Dois eram homens e uma era mulher.
Nathan tinha tolerância zero para assistentes mulheres, então ele escolheu um dos candidatos masculinos. Infelizmente, ele foi demitido no primeiro dia. Vincent ligou para o próximo candidato qualificado, mas o número estava ocupado, então ele rapidamente enviou um e-mail.
Ele ponderou por um momento. Se Nathan queria um assistente agora, ele poderia implorar para que o assistente chegasse na segunda-feira, já que hoje era sexta-feira. Ele também colocaria um anúncio para um novo assistente para poder contratar temporariamente a mulher. Satisfeito com seu raciocínio, ele ligou para Mercedes Winters, a candidata feminina.
A chamada foi atendida no segundo toque. "Mercedes Winters na linha, como posso ajudar?" sua voz calma e agradável respondeu. Sua mão esquerda segurava o telefone enquanto a direita digitava no computador.
"Meu nome é Vincent Shaw, o gerente de RH da Legend Incorporated." Mercedes se lembrou vividamente que Vincent Shaw foi quem conduziu sua entrevista alguns dias atrás com outros gerentes. No entanto, ela estava esperando que sua assistente, Thelma, ligasse, mas ouvir diretamente do gerente poderia ser uma boa coisa, certo?
"Fico feliz em ouvi-lo, senhor Shaw, mas a que devo essa ligação?" Sua voz era educada.
"Primeiramente, parabéns. Você conseguiu a posição de assistente pessoal do diretor da Legend Incorporated, mas você irá temporariamente assistir o presidente até conseguirmos um assistente para ele," ele explicou.
Mercedes se sentiu no topo do mundo. Ela havia participado de várias entrevistas este mês. Algumas delas haviam ligado para fazer uma oferta, mas ela não estava tão empolgada como agora. A Legend Incorporated era a maior empresa de mineração. "Muito obrigada, senhor Shaw, estou ansiosa pelo contrato."
"Antes de preparar o contrato, gostaria de saber se você poderia começar a trabalhar na segunda-feira."
Mercedes ficou atônita. Referindo-se à ética profissional, ela não poderia simplesmente deixar seu emprego. Ela precisava de tempo. "Sinto muito, senhor Shaw, mas segunda-feira é muito cedo. Vou precisar de pelo menos duas semanas de aviso prévio."
Vincent não conseguia explicar a urgência para ela em termos simples. Ele só podia esperar que ela mudasse de ideia, enquanto tentava colocá-la em contato com o outro candidato. "Vou te dar um tempo para pensar. Sua remuneração será ajustada para atender à urgência."
Ouvir sobre o ajuste na remuneração despertou algo nela. "Vou realmente pensar seriamente sobre isso, adeus."
Mercedes ficou perplexa quando desligou o telefone. Ela tinha começado a trabalhar lá há apenas três semanas, o que era o período mais longo que ela havia trabalhado em qualquer empresa no primeiro trimestre do ano. Ela ou era demitida ou se demitia voluntariamente. Até agora, ela já havia mudado de emprego pelo menos seis vezes este ano. Trabalhar na Legend Incorporated seria um grande passo para ela.
Ela precisava tanto da remuneração quanto da reputação. Em situações como essa, seu melhor amigo Griffin lhe daria conselhos adequados. Um sorriso iluminou seu rosto quando discou o número dele, rapidamente substituído pela decepção ao ouvir uma voz feminina do outro lado da linha.
"Oi Mercedes, o Griffin está ocupado."
"Eu percebi, Penelope." Griffin era o único em quem ela confiava para conselhos, exceto Angela, que havia se mudado de Nova York para a Virgínia. Ela escondeu a tristeza e desligou o telefone, enquanto se virava para a pilha de papéis em sua mesa. O interfone tocou antes que ela conseguisse pegar o documento em suas mãos.
"Venha ao meu escritório agora, Mercedes," um rosnado irritado chegou aos seus ouvidos. Ela largou o documento e correu para o escritório do chefe.
"Sr. Hayes, há algum problema?" Ela ofegava a cada palavra enquanto tentava recuperar o fôlego pela velocidade com que chegou lá.
"Eu é que deveria perguntar." O Sr. Hayes estava sentado em sua cadeira giratória, com uma expressão de descontentamento.
"Eu não entendo, senhor."
"Bem, sente-se." Ele apontou para a cadeira de visitante à sua frente e continuou, "Percebi que todos trabalharam horas extras ontem para cumprir o prazo para a noite de premiação, exceto você. O que você tem a dizer sobre isso?"
"Eu consegui terminar meu trabalho a tempo e, além disso, eu não trabalho horas extras," ela disse, com a voz cheia de confiança.
"Que atitude. Até onde você acha que pode chegar no mercado de trabalho se continuar assim?" Ele a acusou diretamente.
Mercedes ficou irritada. Ela havia aprendido a controlar sua raiva, e uma das maneiras era sair de perto. "Posso ir agora? Tenho muito trabalho a fazer." Ela se virou para sair sem esperar a resposta dele e foi rapidamente bloqueada por ele.
"Caso você não tenha lido o contrato, trabalhar horas extras quando necessário é obrigatório," ele apontou.
O rosto de Mercedes ficou pálido. A maioria dos contratos de trabalho tinha as mesmas cláusulas, então ela não suspeitava que uma tão única fosse incluída. "Eu... Eu não vi isso." Ela disse com sinceridade.
O Sr. Hayes estava vitorioso. "Então podemos resolver isso," ele deu um passo em direção a ela.
"O quê?"
"Eu sei sobre a condição do seu querido irmão na Califórnia e como sua mãe passa a vida cuidando dele. Também sei sobre a tragédia do seu pai, mesmo que ele estivesse melhor morto."
Mercedes ficou tomada pelo medo, "Não fale do meu pai assim. Você não tem esse direito."
"Estou apenas lembrando você do porquê precisa deste emprego, e tenho uma tarefa para você se quiser mantê-lo," ele sorriu.
"Que tarefa?" Mercedes estava desconfortável com o que ele iria propor, o que ele rapidamente confirmou,
"Por que você não tranca a porta primeiro?"