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Capítulo 3

POV da Isabella

Fiquei parada no lugar, incapaz de desviar o olhar de Gabriel. Sua presença irradiava uma qualidade que parecia gritar perigo. Mesmo em seu terno sob medida, ele não conseguia esconder aquela energia perigosa e selvagem.

Respirando fundo, puxei Emma gentilmente para mais perto dele. "Emma, Jack, digam olá ao Sr. Vasquez."

"Olá," disse Emma timidamente, meio escondida atrás da minha perna.

Olhando para as crianças à sua frente, a expressão severa de Gabriel suavizou enquanto ele se inclinava ligeiramente, tornando sua altura intimidante menos assustadora ao falar com os pequenos.

"Olá," sua voz era surpreendentemente suave. "Vocês vão brincar hoje?"

Jack assentiu entusiasmado. "Vamos ao museu! A Isabella vai nos levar!"

Enquanto observava Gabriel interagir com as crianças, as palavras de Sarah mais cedo ecoaram na minha mente: Até a amostra de Gabriel Vasquez está armazenada aqui. Pensando nesse homem poderoso que talvez não pudesse ter seus próprios filhos, senti uma inesperada pontada de simpatia surgir dentro de mim.

Justo quando Gabriel perguntava a Jack sobre seu dinossauro favorito, Jack de repente avistou algo do outro lado da rua.

"Meu avião!" Jack gritou, seus olhos brilhando, provavelmente ao ver um brinquedo que tinha caído da sua mochila mais cedo. Antes que eu pudesse reagir, ele correu para longe de nós, direto para a rua.

Quando vi um carro entrando na rua e acelerando, meu coração quase parou de bater. O motorista não tinha visto Jack.

"Jack! Volte!" gritei, prestes a correr para frente.

No segundo seguinte, um borrão passou por mim—nunca tinha visto ninguém se mover tão rápido. Gabriel estava instantaneamente no meio da rua, pegando Jack no colo e pulando para trás. O carro passou por eles com uma buzina estridente cortando o ar.

Corri em direção a eles com Emma na mão, meu coração batendo tão violentamente que parecia que ia explodir do peito. "Jack! Oh meu Deus!"

Gabriel colocou Jack no chão, mas manteve uma mão firme em seu ombro. Sua expressão havia se tornado séria.

"Jovem," sua voz era profunda e poderosa. "Nunca corra para a rua sem olhar. Você entende o quão perigoso isso foi?"

O lábio de Jack tremeu, lágrimas enchendo seus olhos. "Desculpe... eu só queria meu avião..."

Ajoelhei-me ao lado de Jack, segurando-o firmemente em meus braços. "Podemos sempre comprar outro brinquedo, Jack. Mas só existe um de você neste mundo." Acariciei suas costas suavemente, minha voz tremendo ligeiramente do medo que ainda não tinha passado.

Olhando para Gabriel, disse com genuína gratidão, "Muito obrigada. Isso foi... absolutamente incrível. Nunca vi ninguém se mover tão rápido."

Um lampejo de vigilância cruzou seus olhos antes que ele desse de ombros despreocupadamente: "Deve ter sido a adrenalina."

Gabriel sorriu para Jack e disse: "Tenha um ótimo dia."

"Ele se moveu tão rápido, Sarah. Um segundo ele estava ao meu lado, no outro ele tinha Jack nos braços," andava de um lado para o outro na sala de estar de Sarah naquela noite, ainda abalada pelos eventos do dia.

Eu esperava ver choque ou dúvida, mas o rosto de Sarah mostrava profunda preocupação. Ela estava sentada na beirada do sofá, seus dedos ansiosamente entrelaçados.

"Sarah?" Parei de andar. "O que há de errado? Por que você não está surpresa com isso?"

"Nada," ela disse suavemente. "Só estou feliz que Jack está bem."

"O que está acontecendo?" Eu pressionei, sentindo que a angústia dela era muito mais profunda do que aparentava.

Ela balançou a cabeça. "Você já tem problemas suficientes, Izzy."

"Me conta," insisti, sentando ao lado dela. "Você sabe que pode confiar em mim."

Sarah respirou fundo. "A amostra de esperma do Gabriel está desaparecida. E sumiu sob minha responsabilidade." Sua voz quase falhou. "Não só serei demitida, como posso perder minha licença médica para sempre."

"Desaparecida?" Eu repeti, incrédula. "Como uma amostra de esperma pode simplesmente sumir no ar com medidas de segurança tão rigorosas?"

"Esse é exatamente o problema," ela disse miseravelmente. "Alguém deve ter roubado, e eu serei a culpada. Gabriel é um dos principais investidores do Centro de Reprodução Sobrenatural de Silver Creek City, e ele está furioso."

Eu me lembrava do instinto protetor de Gabriel com Jack hoje, aquela bondade quase instintiva. Alguém que se importava tanto com crianças não podia ser completamente insensível.

"Vou falar com ele," disse de repente.

A cabeça de Sarah se levantou rapidamente. "O quê? Não, Izzy, você não pode fazer isso!"

"Por que não? Ele parecia razoável hoje. Só preciso explicar claramente, pedir a ele—"

"Você não sabe que tipo de pessoa ele é," Sarah interrompeu urgentemente. "Gabriel Vasquez não é apenas rico e poderoso. Ele é... ele é perigoso."

Apertei a mão trêmula dela. "Por você, eu tenho que tentar."

Na tarde seguinte, caminhei mais uma vez pelas ruas impecáveis do Distrito Galaxy. Enquanto me aproximava da mansão dos Vasquez, senti meu coração acelerar. Tentei focar na minha possível gravidez, o que me acalmou um pouco.

Dois seguranças me avistaram quando me aproximei do portão. Eles falaram em tons baixos, obviamente informando Gabriel da minha chegada.

Minha confiança vacilou. Eu realmente ia implorar para um dos homens mais poderosos de Silver Creek City? Mas pensando no apoio de Sarah ao longo dos anos, sabia que tinha que fazer isso.

Quando me aproximei, os portões se abriram, e o próprio Gabriel saiu.

Reuni minha coragem: "Sr. Vasquez?"

"O que foi?" A voz de Gabriel era profunda, com uma autoridade natural.

"Sou Isabella Morgan, a babá de Emma e Jack Carson."

A resposta de Gabriel me deixou inquieta, seus olhos verdes brilhando com uma luz perigosa: "Eu sei quem você é, Isabella."

"Desculpe incomodá-lo," disse rapidamente. "Mas sou amiga de Sarah Collins..."

Ao mencionar Sarah, a expressão de Gabriel imediatamente se tornou fria, um flash dourado aparecendo em seus olhos.

"Ela me contou que está tendo problemas no trabalho," continuei, as palavras saindo rapidamente. "Sei que você é um investidor no centro de reprodução. Espero que possa falar bem dela. Ela é uma excelente médica que cometeu apenas um erro—"

A raiva de Gabriel irradiava dele em ondas quase palpáveis. "O 'erro' da sua amiga foi extremamente sério," ele interrompeu, a voz perigosamente baixa. "Ela deve assumir a responsabilidade por suas ações em vez de mandar você implorar por ela."

"Ela não me mandou," insisti. "Ela nem sabe que estou aqui. Eu só queria—"

Quando Gabriel estava prestes a se virar impacientemente, ele de repente parou, sua testa ligeiramente franzida, as narinas se dilatando suavemente, como se tivesse captado algum cheiro especial.

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