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Capítulo 11

POV de Isabella

O ar pareceu congelar instantaneamente. Eu inconscientemente agarrei a barra da minha camisa, meu coração acelerando. Será que o conselho dos lobisomens já tinha descoberto sobre a minha existência? Só agora eu realmente compreendia o quão real e pesado era o ambiente político que Gabriel havia descrito anteriormente.

Gabriel claramente percebeu meu desconforto. Ele alcançou minha mão debaixo da mesa, dando um aperto suave de tranquilidade.

"Não se preocupe," sua voz era profunda e firme. "Você só precisa se adaptar rapidamente a este papel." Ele se virou para falar com quem estava na porta antes de olhar novamente para mim. "Há uma gala de campanha em alguns dias. Precisamos nos preparar com antecedência, pois essa será sua primeira aparição pública como minha futura companheira."

Depois de dispensar seu subordinado, Gabriel explicou que primeiro compraríamos roupas apropriadas para mim—vestidos formais adequados para aparições públicas.

A ideia de ser apresentada na frente de um grupo de lobisomens fez meu estômago revirar de ansiedade, mas eu me lembrei de que isso fazia parte do nosso acordo, parte do trato!

Horas depois, eu olhava para meu reflexo no espelho triplo, mal reconhecendo a mulher que me olhava de volta. O vestido de noite verde esmeralda abraçava meu corpo perfeitamente, o tecido parecendo água contra minha pele.

"Não seria melhor doar esse dinheiro para caridade em vez de comprar vestidos tão caros?" perguntei timidamente, sentindo que as compras pareciam extravagantes demais quando pensava em todos os órfãos na cidade.

Os lábios de Gabriel se curvaram ligeiramente, com um toque de diversão. "Você não pesquisou sobre mim? Sabe que eu doo milhões de dólares anualmente."

"Você sempre poderia doar mais," respondi, encontrando seu olhar no espelho.

Sua expressão suavizou, e percebi como ele me tratava de forma diferente desde que o investigador confirmou minha história. Ele realmente parecia considerar minhas palavras, levando minha opinião a sério.

Percebi o quão grande era o contraste entre Gabriel e Brian—promessas e alegações de Brian agora pareciam tão completamente vazias.

"Então, é este o vestido que estamos escolhendo?" Me virei, notando como a cor combinava com os olhos de Gabriel.

"Combina com você," seu olhar permaneceu em mim. "E cobre seus ombros."

"O que cobrir meus ombros tem a ver com qualquer coisa?" perguntei, confusa.

"Porque ainda não te marquei," ele afirmou francamente.

"Me marcou?" O termo soou tanto primitivo quanto íntimo.

"É assim que os lobisomens reivindicam suas companheiras," Gabriel se levantou e se aproximou de mim. "Existem diferentes tipos de marcação. Por agora, vou apenas te marcar com meu cheiro—deixando meu cheiro em você para avisar aos outros que você está sob minha proteção. A outra forma de marcação é mais... permanente. É uma mordida, geralmente no ombro ou pescoço."

Ele estendeu a mão, seus dedos tocando levemente meu ombro, me fazendo tremer involuntariamente.

"Vamos discutir isso quando for o momento certo," sua voz estava mais profunda do que antes. "Você ainda não entende bem a sociedade dos lobisomens."

Com isso, ele se afastou para pegar outro vestido. Percebi que estava prendendo a respiração. A presença de Gabriel era impossível de ignorar; quando ele estava perto, eu achava difícil me concentrar em qualquer outra coisa.

Enquanto esperava Gabriel voltar, três mulheres lindas se aproximaram de mim. Através da conversa delas, percebi que eram lobisomens, e meu coração acelerou.

"Então você é a nova mulher do Alpha." A mais alta, com cabelo loiro, sorriu com desdém, seus olhos azuis-gelo desprovidos de qualquer calor.

"Que interessante," outra me avaliou de cima a baixo, sem fazer esforço para esconder seu desprezo. "Já está grávida também."

A terceira mulher me circulou como uma predadora. "Você realmente acha que pode se tornar Luna? Querida, você nem entende nossa alcateia."

"Quando a novidade passar, o Alpha vai se cansar de você," a loira se aproximou mais.

De repente, ela me empurrou, com força suficiente para me fazer perder o equilíbrio. Eu ofeguei, caindo para trás, apenas para ser amparada por um braço forte.

O rosnado de Gabriel era profundo e primitivo, fazendo meu peito apertar. As expressões das mulheres mudaram instantaneamente de arrogância para medo.

"Você ousa tocar na minha companheira?" O dourado nos olhos de Gabriel havia consumido completamente o verde.

As mulheres rapidamente recuaram, abaixando suas cabeças.

"Alpha, não queríamos—" a loira gaguejou.

"Saia. Agora." A voz de Gabriel era inflexível.

Elas fugiram apressadamente, pedindo desculpas profusamente.

A mão de Gabriel permaneceu na minha cintura, proporcionando um calor protetor. "Você está bem?"

Eu assenti, momentaneamente sem palavras. O que eu tinha acabado de testemunhar me fez sentir tanto medo quanto estranhamente confortada.

Depois de selecionar várias roupas, voltamos para a mansão. Fui levada a uma sala de estar iluminada pelo sol, onde uma mulher de cabelo castanho-avermelhado e olhos castanhos calorosos nos aguardava.

"Isabella, esta é Rebecca Schmidt, esposa do meu Beta, Jason," Gabriel apresentou. "Ela vai te ensinar tudo que você precisa saber sobre ser uma Luna."

O sorriso de Rebecca era caloroso e genuíno, completamente diferente da zombaria que experimentei no shopping. "Estou encantada em conhecê-la, Isabella. Ouvi muito sobre você."

Depois que Gabriel saiu, Rebecca imediatamente começou a explicar o básico da sociedade dos lobisomens.

"Alpha, Beta e Ômega—estes não são apenas títulos; são inerentes a nós," ela explicou. "Alphas como Gabriel são líderes naturais, fortes tanto no corpo quanto na mente. Betas como Jason são segundos no comando, mais gentis e calmos. Ômegas são mais submissos por natureza, e mais fracos."

Nas horas seguintes, Rebecca me ensinou tudo, desde a etiqueta social dos lobisomens até as responsabilidades de uma Luna.

"Como Luna, você é mais do que apenas a companheira do Alpha," ela disse. "Você compartilha a liderança dele, atuando como conselheira, mediadora e, quando necessário, como executora das leis da alcateia."

"Por que a posição de Rei Alpha é tão importante?" Eu me sentia sobrecarregada por todas essas informações.

"Precisamos de um líder que seja tanto poderoso quanto empático, não apenas alguém que resolva problemas com força bruta," Rebecca explicou. "O Rei Alpha não apenas resolve disputas; ele define a direção para toda a nossa espécie neste país. Ele decide como interagimos com os humanos, como gerenciamos nossos territórios, como nos preparamos para o futuro."

Minha cabeça estava cheia de novos conhecimentos—alcateias, rituais, gestão de crises e mais. As exigências de Gabriel para mim iam muito além de aparecer ao lado dele em festas de gala. Ele precisava que eu convencesse toda a alcateia de que eu era digna de ser sua Luna.

Enquanto Rebecca continuava explicando os deveres de uma Luna, eu não podia deixar de me perguntar: Será que eu conseguiria desempenhar esse papel de maneira convincente? Ou acabaria sendo desmascarada, arruinando a chance de Gabriel de conquistar o trono?

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