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capítulo 1

POV de Isabella

Olhei para as duas linhas rosas no teste de gravidez, meu coração batendo forte contra a caixa torácica. Após esperar ansiosamente por três minutos.

"Estou grávida," sussurrei, lágrimas enchendo meus olhos.

Minhas mãos tremiam de emoção enquanto segurava o bastão de plástico. Esse momento, eu esperei por ele por tanto tempo. Desde que segurei aquela boneca de trapos no meu primeiro lar adotivo, o sonho da maternidade havia se enraizado profundamente no meu coração. E agora, aos trinta anos, esse sonho finalmente estava prestes a se tornar realidade.

Corri para fora do banheiro, ainda segurando o teste como se ele pudesse desaparecer se eu soltasse. Brian estava esparramado no nosso sofá, mexendo no celular.

"Brian! Brian, estou grávida!" Minha voz quebrando de emoção.

Ele olhou para cima, sua expressão congelando por um momento. Algo piscou em seus olhos – como zombaria, ou talvez pânico, mas desapareceu instantaneamente. Então ele sorriu e abriu os braços.

"O quê? Você tem certeza?" ele perguntou, sua voz estranhamente controlada.

"Sim! Olha!" Eu empurrei o teste na frente do rosto dele. "Duas linhas! Vamos ter um bebê!"

Procurei no rosto dele a alegria que esperava, mas algo parecia... estranho. Seu sorriso não alcançou os olhos.

"O que há de errado?" perguntei, meu próprio sorriso vacilando.

"Nada, querida. Nada mesmo." Ele apertou meus ombros. "Estou apenas... chocado. Estou muito feliz!"

Joguei meus braços ao redor dele, muito envolvida na minha própria excitação para me preocupar com sua reação estranha. "Precisamos ir ao médico imediatamente para confirmar. Vou ligar amanhã cedo!"

Naquela noite, não consegui dormir. Continuei colocando a mão na minha barriga ainda plana, imaginando a pequena vida crescendo dentro de mim. Meu bebê. Nosso bebê. A família que nunca tive, mas sempre quis.

Na manhã seguinte, fui ao hospital sozinha. Brian disse que tinha uma reunião importante que não podia perder, mas eu não me importei. A alegria do momento era suficiente para me sustentar através de qualquer coisa.

Mas enquanto eu estava sentada naquela sala de exame estéril, meu mundo começou a desmoronar.

"Sra. Morgan," Dra. Miller ajustou os óculos, seu tom gentil mas pesado. "O teste de sangue mostra que você não está grávida."

"Isso é impossível," protestei em voz alta. "Eu fiz um teste caseiro. Deu positivo!"

"Testes caseiros podem dar falsos positivos por várias razões," ela explicou. "Medicação, linhas de evaporação, até mesmo ler o teste após o tempo recomendado."

Balancei a cabeça, recusando aceitar. "Não, deve haver algum erro. Faça o teste novamente."

"O pior," ela continuou, "seu painel hormonal mostra que sua reserva ovariana está severamente reduzida. Isso é muito raro para alguém da sua idade."

"O quê?" murmurei, "Tenho apenas 30 anos, deveria ter muitos óvulos ainda."

"Dada a situação atual, se você quiser conceber naturalmente, pode ter apenas uma última chance. Você deve engravidar antes de seu próximo ciclo de ovulação começar."

As palavras me atingiram como facas. Pode ser sua última boa chance. Depois de anos sonhando, preparando, esperando pelo momento certo... Eu estava ficando sem tempo?

"Mas Brian e eu temos tido relações desprotegidas por anos," disse baixinho. "Por que não engravidei antes?"

Dra. Miller franziu a testa. "Isso é incomum. Talvez devêssemos fazer alguns testes em seu parceiro também?"

Assenti mecanicamente, minha mente correndo. Eu precisava contar a Brian imediatamente. Talvez pudéssemos fazer fertilização in vitro? Congelar os poucos óvulos que me restavam? Tinha que haver opções.

Corri para casa quase fora de controle, meu coração batendo tão rápido que parecia que ia saltar do meu peito. Incontáveis pensamentos passaram pela minha mente: talvez eu devesse preparar um jantar aconchegante, acender velas, tornar essa noite pesada menos desesperadora. Mesmo com más notícias, eu queria contar a Brian da maneira mais gentil possível.

Mas, ao me aproximar do nosso prédio, o sedã prateado familiar estava conspicuamente estacionado abaixo. Ele chegou cedo. Um alívio momentâneo foi rapidamente substituído por uma inquietação inexplicável.

No momento em que entrei no corredor, o ar tinha um cheiro ligeiramente diferente do habitual. Abrindo a porta, quando estava prestes a chamar por Brian, vi um par de saltos altos e uma bolsa perto da porta que não eram meus.

Meu coração afundou. Um gemido suave vinha do nosso quarto, seguido por um grunhido masculino que eu reconhecia bem demais.

Não. Não, isso não está acontecendo.

Eu deveria ter dado meia-volta. Deveria ter saído pela mesma porta e nunca mais voltado. Mas algum instinto masoquista me impulsionou para frente, meus pés se movendo silenciosamente pelo carpete.

A porta do quarto estava entreaberta. Pelo vão, eu os vi.

O corpo nu de Brian brilhava de suor enquanto ele se movia vigorosamente entre pernas abertas. Seguindo aquelas pernas para cima, fiquei chocada ao ver Jessica Lawrence. Minha melhor amiga desde a faculdade.

"Por favor... oh Deus..." Jessica gemeu, sua cabeça jogada para trás em êxtase, seu pescoço arqueado. "Eu não posso..."

Brian segurou sua coxa, levantando-a mais. "Shh, amor. Apenas aceite. Aceite tudo," ele rosnou, sua voz rouca de desejo que raramente ouvi direcionada a mim.

Fiquei congelada, incapaz de desviar o olhar do pesadelo que se desenrolava diante de mim.

"Porra, você é tão apertada," Brian ofegou. "Tão melhor do que Isabella."

Jessica gemeu, seus dedos cravando-se nos ombros dele. "Então por que você fica com ela?"

"Ela é bonita o suficiente para exibir," Brian riu entre os movimentos. "E fácil de controlar. Aquela idiota me disse ontem que estava grávida. Como se isso fosse possível."

Meu sangue gelou.

"Por que não poderia ser real?" Jessica ofegou enquanto ele a penetrava mais fundo.

"Tenho colocado anticoncepcional no café dela todas as manhãs há anos," ele disse com uma risada cruel. "Ela nunca percebeu. Estúpida."

O mundo pareceu girar sob meus pés. Anticoncepcional? Por anos? As palavras do médico ecoaram na minha mente: contagem de óvulos incomumente baixa para sua idade. Coloquei a mão sobre a boca para abafar um soluço.

"Pare de falar sobre ela," Jessica choramingou. "Olhe para mim."

"Você tem razão, amor. Quem se importa com ela, afinal?"

Quem se importa com ela? O homem que eu amava há cinco anos. A amiga a quem confiei meus mais profundos sonhos e medos. Nenhum deles se importava.

A infertilidade inexplicada. Minhas chances diminuídas de ser mãe. Minha última esperança de ter um filho—roubada pela pessoa que deveria me amar.

Lágrimas embaçaram minha visão, mas minha mão se moveu com uma firmeza surpreendente. Alcancei o alarme de incêndio na parede e o puxei com força.

O som estridente e penetrante encheu o apartamento. Pela porta, vi os dois se atrapalharem em pânico, os lençóis se enroscando em seus corpos nus, xingamentos saindo de suas bocas.

Naquele momento, apenas um pensamento claro se formou na minha mente: eu vou me tornar mãe. Não importa o que seja necessário.

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