Read with BonusRead with Bonus

Demitido? Parte I

Ela estava tentando rapidamente montar a mesa com monitores duplos, teclados ergonômicos, um laptop de última geração com todas as modernidades possíveis em termos de impressoras e alto-falantes e todos os outros acessórios.

Quanto mais ela trabalhava, mais percebia que precisava se demitir. Ela já havia trabalhado ali por três anos a mais do que deveria. No minuto em que a empresa mudou de mãos, apesar de o CEO estar supostamente na Itália e pretender manter sua base lá, ela deveria ter procurado emprego em outro lugar. Ela havia tomado uma falsa segurança em se esconder bem debaixo do nariz do inimigo.

O som dos saltos no piso de azulejos vindo em sua direção a fez estremecer quando ouviu Tank murmurar um abafado "puta merda". Ela olhou para a porta aberta do escritório do CEO, onde o gigante de um homem estava trabalhando, e viu o arrepio percorrer seu corpo ao ouvir a mulher se aproximando antes mesmo de vê-la.

Os resmungos da mulher em italiano, uma série de xingamentos sobre a lentidão da equipe e quão incultos eram os nova-iorquinos, fizeram a cabeça de Alcee latejar. Ela se forçou a não revelar que entendia a língua. Em vez disso, manteve a cabeça baixa e desenrolou um longo cabo. Se não interagisse com a mulher, talvez ela a deixasse em paz. Esse pensamento durou pouquíssimo tempo.

"Certifique-se de que esses cabos não estejam em nenhum lugar onde eu possa tropeçar." A voz estridente da mulher percorreu a espinha de Alcee.

"Sim, senhora," ela assentiu, sem levantar os olhos para fazer contato visual. Ela ergueu um clipe que prenderia os cabos na parte inferior da mesa. "Isso vai mantê-los fora do seu caminho."

"Ugh, quanto tempo mais você vai demorar?"

"Mais trinta minutos, no máximo quarenta."

"Não é aceitável. Quero isso pronto em quinze minutos."

Alcee lançou um olhar para Tank na outra mesa, e ele apertou os lábios em frustração. Ela sentiu a mesma sensação de presságio com o tom da mulher e sabia que não iria gostar da resposta. "Receio que seja impossível."

"Faça ser possível."

"E se eu não conseguir?"

"Então você está demitida."

Dessa vez, o olhar que ela lançou para Tank o fez sentar-se e se preparar para correr em sua direção. Ela sabia que o brilho em seus olhos não passaria despercebido por ele. Aquela mulher lhe deu um passe livre e ela nunca havia perdido um jogo de Banco Imobiliário em sua vida. Ela estava pegando esse passe e correndo com ele.

"Não, não, não, Cee, deixa que eu ajudo." Tank se moveu muito mais rápido do que um homem do seu tamanho deveria ao sair da mesa em que estava trabalhando para vir ajudá-la.

"Você não pode ajudá-la. Precisa terminar a instalação do Sr. Lozano. Ele precisava estar no escritório dele há horas. Em vez disso, está trabalhando em uma mesa desconfortável."

Seu sotaque era carregado, e Alcee estava convencida de que ela estava exagerando porque sabia que poderia fazer exatamente a mesma coisa se quisesse. Apesar de soar tão americana quanto torta de maçã na maior parte do tempo, se Alcee estivesse na Itália agora, ela se misturaria com sua família como se nunca tivesse deixado o país. A mulher estava tentando agir como se fosse melhor do que eles por causa de sua origem italiana. Isso fez Alcee querer ir embora ainda mais. Falsa.

"Você tem quinze minutos, ou está fora." A mulher a encarou.

Alcee se levantou da mesa, ignorando o gemido de Tank e largou os cabos. "Você não precisa me demitir. Eu me demito. Ciao stronza," ela fez uma reverência profunda e se virou para olhar para Tank com um sorriso presunçoso. "Chame a segurança para me encontrar no meu armário, já que é protocolo escoltar todos os funcionários demitidos ou que pedem demissão das instalações." Ela considerou ir saltitando até seu armário.

"Não, Alcee, você não pode se demitir," ele correu atrás dela.

A outra mulher piscava incrédula, como se esperasse que Alcee discutisse e tentasse manter seu emprego. Será que a mulher realmente acreditava que ela imploraria? Como se. Ela era uma Mariani. Marianis não imploram. Ela pode não ser a principessa de seu pai, mas o nome em sua certidão de nascimento estava profundamente enraizado em seu DNA. Seu orgulho corria em seu sangue mais forte do que qualquer outro de seus traços.

Kylen estava saindo da sala de reuniões quando ela apertou o botão do elevador. "Tank, para onde vocês estão indo? A montagem não pode estar pronta ainda."

"A princesa do gelo ali, demitiu Alcee porque Alcee disse que levaria de trinta a quarenta minutos para terminar a montagem da mesa. Estou tentando implorar para ela não ir embora. Genevra queria que fosse feito em quinze minutos e é impossível. Não só isso, mas a montagem física pode ser feita em trinta ou quarenta minutos, mas depois eu preciso entrar no computador e configurá-lo de acordo com os padrões da empresa. Se os laptops deles não tivessem sido destruídos, não estaríamos nessa situação, mas o Sr. Lozano deixou claro que seu computador pessoal não deve ser associado ao negócio e o que ele trouxe da Itália foi destruído no acidente de carro esta tarde." Ele murmurou sobre balas em um laptop, fazendo a coluna de Alcee se endireitar. "Estamos montando um sistema completamente novo para os dois e ela está fazendo exigências impossíveis. Estávamos nos apressando o máximo que podíamos. Como estava, Alcee deveria estar configurando as atualizações do novo departamento de marketing esta noite, e deixamos para amanhã. Eu arranjei uma equipe para vir às seis da manhã para fazer o que Alcee foi tirada de completar lá embaixo."

Previous ChapterNext Chapter