Prólogo Parte II
Quando ele interrompeu o beijo, ela quase se distraiu do que estava acontecendo na sala ao lado.
"Eu já te disse antes, sou um homem muito rico. Sabe por que te comprei ontem à noite, querida?"
Ela balançou a cabeça, "homens ricos fazem coisas malucas o tempo todo."
"Minha última amante me passou uma DST." Os olhos dela se arregalaram de horror e ele levantou a mão, "Estou limpo agora, conforme atestado pelo relatório médico que você insistiu que eu fornecesse antes do nosso encontro, mas pegar clamídia há um ano me fez querer tentar algo completamente diferente. Uma virgem garantiria que eu estivesse seguro das maquinações de uma amante traiçoeira e perversa. Eu não esperava que você fosse tão," ele fez uma pausa, passando os nós dos dedos sobre o lábio inferior dela, "responsiva e excitável como se mostrou ser. Quero que você fique. Se você puder ser uma boa menina e sentar aqui e esperar até que meus homens terminem sua discussão," ele prolongou a palavra, "então podemos continuar de onde paramos. Já que sou o seu primeiro, esperava que pudéssemos continuar a nos ver."
Ela finalmente encontrou o olhar dele, "Você me pagou um milhão de dólares por uma noite, Bruno. Eu não pensei que isso levaria a mais do que uma noite. Tenho aulas na faculdade, e minha família provavelmente está me esperando." Ela olhou para o relógio dele, "Minha família sempre faz brunch aos domingos. Não posso perder."
"Gostaria de conhecer sua família. Não vou te deixar ir, querida. A noite passada foi, sem dúvida, a mais maravilhosa da minha vida e saber que você não foi tocada por outro homem está despertando a parte mais primitiva de mim para mantê-la como minha e só minha."
Ela estava realmente apavorada agora, "Eu não entendo."
"Quero que você seja minha amante. A longo prazo. Vamos transar todas as noites e provavelmente todas as manhãs também," os olhos escuros dele estavam aquecidos enquanto a olhava, "e em troca, cuidarei de todas as suas necessidades. Não haverá nada que você ou sua família precisem. Se desejar continuar sua educação, não tenho problema com isso. Onde você estuda?"
"NYU."
"O que você está cursando?"
"Design gráfico." Toda a história que ela tinha inventado quando começou esse jogo veio facilmente. Ela a praticara o suficiente.
"Então você continuará. Pagarei pelos seus cursos. Não custará nada para sua família." Ele franziu a testa, "Por que você vendeu sua virgindade online? O que te levou a fazer isso?"
Alcee se perguntou como ele conseguia manter uma conversa enquanto havia um homem morto na sala ao lado, mas então percebeu que ele estava a distraindo enquanto os homens limpavam a situação.
"Eu precisava do dinheiro."
"Para?"
Torcendo os dedos nervosamente, ela deu de ombros, "A escola é cara, e meus pais têm três filhos, incluindo eu. Meu curso custa sessenta mil dólares em quatro anos. Tenho dívidas de empréstimos estudantis e, quando me formar, quero começar meu próprio negócio, e o investimento inicial é caro. Uma das minhas amigas sugeriu fazer essa coisa no mercado negro como um leilão. Uma prima dela fez isso para pagar seus empréstimos estudantis em vez de se tornar stripper. Eu estava apenas procurando os sessenta mil para meu curso, mas você ofereceu um milhão e aqui estamos."
"Você vem de uma família grande."
"Sim."
A família dela consistia de cinco filhos, com quatro irmãos mais velhos, outra mentira contada. Todos os quatro estavam em noivados e casamentos arranjados. Seu irmão mais velho, Mercurio, casou-se há sete anos, quando tinha vinte e cinco, com a filha do Consigliere de seu pai, Panfilo. Panfilo era primo de segundo grau de seu pai, o que significava que seu irmão casou-se dentro da família. Ela mesma não conseguia imaginar ter relações sexuais com alguém com quem compartilhava história de DNA, mas para manter tudo na família, seu irmão seguiu a linha. Se ele queria ser Don algum dia, fazia o que era exigido por seu pai.
"Eu vou prover para sua família." Ele disse enquanto se levantava para ficar na frente dela, estendendo a mão.
Um homem colocou a cabeça para fora da porta, "Bruno, senhor, relocamos nossos convidados, se você e sua companheira quiserem ir para a outra suíte do outro lado do corredor para o café da manhã."
"Obrigado," ele acenou para o homem. "Venha. Vamos tomar café da manhã juntos e discutir nosso futuro." Ele pegou o casaco dela da mesa do pátio e o colocou sobre os ombros dela.
Colocando o braço ao redor dela, ele a conduziu pelo quarto onde o corpo estava, e ela fez questão de manter os olhos desviados. Vinte e um anos vivendo como a princesa da família Mariani, ela sabia quando deveria manter os olhos e a boca fechados.
Assim que ele a conduziu para um quarto do outro lado do corredor, outro homem usando um coldre evidente entrou no corredor e ela se encolheu.
"Ele é meu chefe de segurança. Como eu disse, sou bastante rico e tenho muitos inimigos."
"Senhor, uma palavra?" o homem fez um gesto para Bruno retornar à suíte que acabaram de desocupar.
Ela não perdeu tempo. No momento em que os dois homens desapareceram na sala e fecharam a porta, ela abriu a porta da suíte onde estava e correu para o final do corredor através da escada de emergência.
Depois de descer vários lances de escadas, parou para tomar fôlego, ofegando como um asmático sem inalador. "Caramba, Alcee, você precisa se exercitar mais," ela sussurrou para si mesma.
Eventualmente, ela chegou ao andar térreo e então fez seu caminho até a garagem. Não demorou muito para encontrar seu caminho no trânsito da manhã e chamar um táxi amarelo.
Dando as direções para a propriedade de seus pais, ela foi deixada do lado de fora dos portões e fez a caminhada lenta pela entrada.
Sua mãe estava logo atrás do mordomo que abriu a porta da frente, levando a mão à boca em horror, ao ver o estado da filha, "Alcee, o que você fez?"
Respirando fundo, ela encontrou o olhar da mãe diretamente, "se alguém ia vender minha virgindade, seria eu. Você pode dizer ao papai que, a menos que Don Lozano esteja interessado em uma noiva que não é mais pura, eu não sirvo para nenhuma das famílias."
Um pensamento passageiro sobre a paixão da noite anterior a provocou enquanto considerava que talvez devesse ter ficado com o homem rico e assassino chamado Bruno, enquanto tudo desmoronava.