




Capítulo Cinco
Graham saiu do bar, lançando um olhar fulminante para os dois homens que discutiam na entrada. O menor deles farejou o ar e olhou furioso na direção de Graham. Graham rosnou. É, eu senti seu cheiro nela também, idiota. A raiva tomou conta dele e ele agarrou o sujeito pelo colarinho e o jogou contra a parede de tijolos. Ele mal percebeu o maior dos dois puxando seu braço.
"Toca nela de novo e eu acabo com você," Graham avisou, fazendo o olhar do jovem se transformar em confusão e depois em reconhecimento. Ele engoliu seco e assentiu. Lobo esperto. Graham o soltou e voltou para a fila de SUVs que o aguardavam.
"Eu te disse que aquele vira-lata só ia trazer problemas," disse o homem maior atrás dele.
Graham estremeceu com o insulto e se perguntou com que frequência as pessoas usavam aquele termo para se referir à sua pequena e inocente companheira. Ele puxou o colarinho apertado da camisa social até que os dois primeiros botões se soltaram. Mark abriu a porta traseira do segundo SUV e ele viu Stuart esparramado no banco de trás com um sorriso no rosto. Graham deslizou para o assento, se virou e socou a boca arrogante de Stuart. Stuart caiu para trás e sua cabeça bateu no vidro, rachando-o. Stuart gritou e segurou o nariz quebrado e sangrando.
"Não é tão valente sem plateia, né?" Graham sibilou, preparando-se para golpeá-lo novamente.
Stuart gritou e se encolheu contra o assento com uma mão estendida para pará-lo. Graham riu sem humor e se recostou no próprio assento. Ele tirou o paletó e o jogou no fundo. No banco da frente, Jensen levantou os olhos do celular para o retrovisor.
"Problema?" ele perguntou, voltando a olhar para o celular.
"Precisava aprender boas maneiras, só isso," Graham resmungou, olhando pela janela enquanto os carros começavam a se afastar do bar e de sua companheira.
Jensen murmurou. "Onde você estava?"
"Encontrando alguém."
"Quem?"
"Uma vadia vira-lata barata," Stuart resmungou.
Novamente Graham se virou, mas desta vez ele socou o estômago de Stuart. Stuart se dobrou para frente e engasgou, tendo o ar expulso dos pulmões.
Jensen suspirou. "Stuart, se você não consegue manter a boca fechada, então entre em outro carro," Jensen disse, massageando as têmporas.
"Com prazer," Stuart murmurou. O carro parou e ele saiu na primeira oportunidade. Stuart lançou um olhar furioso para Graham, que rosnou em resposta.
Um momento depois, o carro voltou a se mover e o silêncio tomou conta da cabine.
"Quer explicar o que deu em você hoje?" Jensen perguntou, ainda olhando para o celular.
Graham suspirou e puxou os punhos da camisa. Ele odiava usar ternos. Ele olhou para o retrovisor. "Nada."
Mark gargalhou e balançou a cabeça. "Você quebrou a formação, sumiu por vinte minutos e não pense que não vimos você maltratando aquele filhote."
"Temos uma boa relação com o Paul. Melhor não balançar o barco batendo nos seguranças dele," Jensen resmungou.
"Ele tocou em algo que não devia. Eu tive que colocá-lo no lugar dele," Graham explicou.
Mark riu. "Você se declarou a figura paterna do Sterling?"
"Do que diabos você está falando?" Graham perguntou.
"Você agrediu o segurança e depois deu um soco no meu filho," Jensen apontou. "Desembucha."
Graham respirou fundo. "Eu encontrei minha companheira."
Mark e Jensen se entreolharam, ambos com expressões de choque antes de recompor suas feições.
"No Sterling?" Mark perguntou. "Hm, quem diria que você seria destinado a um lobo?"
"Ela é uma renegada?" Jensen perguntou, captando o que Stuart mencionou.
Graham olhou pela janela, lembrando-se de como ele havia passado pela porta da cozinha e a ouvido cantarolar para si mesma. Ela se movia pela cozinha como se fosse um eletrodoméstico projetado para estar ali. Ele ficou tão satisfeito ao saber que ela era uma cozinheira, uma profissional que frequentava mercados de agricultores em busca do melhor. Ele esperava que o cheiro cítrico e cremoso dela permanecesse em sua jaqueta e então fez uma careta ao lembrar-se de como a jogou descuidadamente no banco de trás.
"Não exatamente," Graham finalmente respondeu.
"Ela não é uma renegada?" Jensen perguntou.
"Ela não é uma loba. Ela é meio licantropa," Graham esclareceu. Silêncio. "Ela aparentemente foi abandonada quando bebê. Não sabe nada sobre sua história. Mas ela tem cheiro de sangue alfa."
"Infidelidade de vínculo de companheiro," Mark adivinhou.
"Provavelmente."
"E quanto ao status de renegada dela?" Jensen perguntou como um disco arranhado, finalmente perdendo o interesse no celular em favor da conversa atual.
"Ela não quis dizer."
Mark e Jensen riram. "Não conseguiu fazê-la falar?" Mark brincou.
Graham sorriu apesar de si mesmo, lembrando-se da sensação dela pressionada contra sua ereção. Ele se mexeu no assento enquanto a memória fazia seu membro enrijecer. "Havia aspectos mais importantes do vínculo que precisavam de atenção."
Novamente os homens no banco da frente riram. "Eu preciso conhecê-la antes de aceitá-la na matilha."
"Eu conheço as leis," Graham disse frustrado.
"Bom. Dado o clima atual, sugiro que você descubra por que ela se tornou renegada. Também não faria mal rastrear sua linhagem. Melhor prevenir do que remediar."
"Certo. Vou precisar de uma semana de folga para reunir informações e ajeitá-la na minha casa," Graham disse.
Jensen olhou para ele pelo retrovisor enquanto Mark ria. Graham sabia que era um tiro no escuro. Jensen não era conhecido por permitir que seus subordinados tirassem folga, especialmente aqueles de seu círculo próximo. Eles tiravam folga quando ele tirava; o que significava que nunca tiravam folga.
"Está bem," Jensen concordou, voltando sua atenção para o celular, mas digitando mais furiosamente do que antes. Mark cuspiu a bebida que acabara de engolir. Graham sorriu vitorioso. "Você nunca tirou folga desde que começou a trabalhar comigo. Suponho que você merece. Mas não uma semana inteira, quatro dias... depois de amanhã. Temos negócios a tratar primeiro."
Graham rosnou de frustração. Nem um dia como companheiros e ele já estava quebrando uma promessa. Ele olhou pela janela, se perguntando por que não pensou em pegar o número dela antes de sair.
"Ei, chefe? Falando em folga..." Mark perguntou docemente.
"Não."
"Droga."