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Capítulo 3

POV da Evelyn

Minha mãe Catherine ouviu a ligação e se lançou para pegar a caixa, arrancando-a do garçom antes de bater a porta.

“Querida, você não esqueceu que dia é hoje, né?” eu disse.

“Esquecer? Como eu poderia? É o grande dia pelo qual você tem tramado. Vista a roupa que eu mandei e eu vou me casar com você. Combinado?”

Empurrei minha cadeira para trás, levantando-me enquanto Catherine me entregava a caixa, suas mãos tremendo como se fosse deixá-la cair a qualquer segundo.

Eu a rasguei—um jaleco branco. Sério? Meu sangue ferveu. Na noite passada, ele exibiu sua amante na minha cama; agora ele abandonou nosso casamento e enviou isso? Ele está tentando me humilhar, pensei, imaginando seu queixo afiado e aquele sorriso de bad-boy que eu odiava amar. “Dorian, você quer que eu use isso para me casar com você?”

“Você não adora exibir seu trabalho como obstetra? Contar pra todo mundo que é médica? Estou só te dando o que você quer.”

Agarrei o telefone, unhas cravadas. Deus, ele é lindo quando é cruel, pensei, me amaldiçoando por isso. “Esse casamento é por sua conta—apareça ou não…” Minha voz sumiu quando Richard arrancou o telefone de mim, rugindo, “Cuidado com a boca!”

Joguei o jaleco na penteadeira. “Pai, você ouviu—ele está descontrolado. Se eu sair com isso, o que as pessoas vão dizer sobre mim? Sobre nós, Ashfords?”

“Perder a reputação importa mais quando o noivo não aparece!” ele gritou, veias saltando no pescoço.

Eu zombava. “Então é vergonha para ambas as famílias.”

Os olhos de Catherine se voltaram para o relógio, sua voz aguda. “Parem de brigar—vista isso, querida! Está um circo lá fora. Resolva com Dorian quando ele chegar.” Ela me empurrou o jaleco, desesperada.

A humilhação me corroía. Ele deve estar rindo muito agora, eu fervia, imaginando aqueles olhos penetrantes se enrugando de alegria. E meus pais são seus torcedores porque ele é um Blackwood.

Eles saíram furiosos. Riley Adams entrou, tirando meu vestido com cuidado. “Dorian é um porco. Isso é insano.”

“Tanto faz,” murmurei, mas meu peito doía. Estou impotente, pensei. Sempre fui. Pelos meus pais, eu engoliria isso.

O rosto de Riley se contorceu. “Ele estava no Midnight Lounge hoje—festejando. Fotos estão circulando; a mídia ainda não soltou. Minha amiga conseguiu algumas…”

“Me mostra,” eu disse, uma faísca vingativa se acendendo. Ela me entregou seu telefone. Dorian, em seu traje de noivo, sorrindo com duas loiras. Perfeito. Eu viraria o jogo contra ele.

No palco, marchei com o jaleco, todos os olhos queimando em mim. Victoria engasgou, “Quem deixou você usar isso?” Sua voz falhou, mãos agitadas.

“Essa é a noiva?” um convidado sussurrou.

“Que brega—total mau agouro!” outro zombou.

“Mamãe, uma médica? Eu não quero injeções!” uma criança chorava, desencadeando gritos.

A multidão explodiu—sussurros, suspiros, choros—me afogando em vergonha. Sou um espetáculo de aberrações, pensei, bochechas em chamas.

Catherine agarrou o braço de Richard, sussurrando freneticamente, “Ela está nos arruinando!”

O rosto de Richard ficou roxo, murmurando, “Ela que conserte isso.” Até o mestre de cerimônias congelou, inútil.

Então Dorian entrou, todo arrogante, como se estivesse ali o tempo todo. Os convidados se afastaram, atônitos. Ele pegou o anel, caminhando com confiança, seu olhar percorrendo-me—aqueles traços esculpidos e aquele sorriso diabólico fazendo meu estômago revirar apesar da minha raiva. "Usando isso no nosso casamento? Você deve realmente odiar isso."

A conversa explodiu. "Os Ashford não têm vergonha—subindo até os Blackwood assim," uma mulher zombou.

"Tralha de pouca importância sem pedigree," um homem desdenhou, alto o suficiente para meus primos no fundo ouvirem, abaixando a cabeça em constrangimento.

Dorian se inclinou, seu hálito roçando meu ouvido. "Diga que não quer isso. Última chance." Aquele rosto arrogante e bonito, pensei, dividida entre dar um tapa e olhar fixamente. Meus olhos se voltaram para a multidão—parentes apontando, estranhos julgando. Ele acha que está me quebrando.

Desabotoei o casaco e então joguei meus braços ao redor dele, pegando o microfone. "Sou médica," disse, cada palavra um martelo. "Eu trouxe vidas ao mundo e vi elas se apagarem. Todo trabalho é sagrado. Hoje, não sou Dra. Ashford—sou sua esposa." Minha voz trovejou, abalando-o. Soltei o casaco, revelando um vestido justo que abraçava minha figura alta. Seus olhos se arregalaram—te peguei, seu lascivo, pensei, saboreando o brilho de admiração naquele rosto bonito.

Riley vibrou, aplaudindo entusiasticamente. "Tão romântico! Isso é amor de verdade!" A multidão se suavizou, alguns aplaudindo, outros suspirando.

Catherine exalou, abanando-se, enquanto Richard resmungou, "Ela conseguiu."

Victoria murmurou, "Ainda uma desgraça," mas sorriu de leve.

O maxilar de Dorian se apertou—ele não estava comprando o papo de "amor". Ótimo, pensei, sorrindo por dentro. Isso é guerra.

Estendi minha mão, bochechas coradas, fingindo timidez—olhando para ele e depois desviando. Coloque o anel, babaca. Seu rosto permaneceu frio como gelo, mas David—seu avô, meu aliado improvável—levantou-se, batendo a bengala. Dorian não tinha escapatória. Ele pegou minha mão, deslizando o anel como se estivesse queimando.

A música cresceu, melosa e calorosa. A tela iluminou-se com nossas fotos—então um suspiro coletivo. Lá estava ele, ampliado: mesmo terno, duas loiras penduradas nele. Meu encantador marido, pensei, meio furiosa, meio emocionada com o caos. Ele havia festejado com sua roupa de noivo, deixando-me apodrecer aqui, a noiva lamentável. Você é um absoluto canalha.

O silêncio tomou conta do salão—o poder dos Blackwood manteve as bocas fechadas. Victoria gritou, "É falso—photoshop!" acenando para os técnicos. O mestre de cerimônias, suando em bicas, latiu, "Corta!" Tarde demais. O sorriso de Dorian se torceu em algo sombrio enquanto ele empurrava o anel com mais força.

Inclinei-me, sussurrando, "Gostou do presente de casamento, querido?" Toma essa, seu arrogante. Ele prosperava na adoração, e eu continuava destruindo seu pedestal. Ele se aproximou, segurando meu queixo. Eu recuei—não ouse me beijar, seu nojento—mas ele se inclinou de qualquer maneira, aquele sorriso perverso brilhando. Deus, eu odeio o quanto gosto desse olhar, pensei, pulsação acelerada.

Por dentro, eu era uma tempestade. Ele é um monstro, eu me enfurecia—zombando de mim com aquele casaco, me envergonhando com aquelas mulheres. No entanto, suas maçãs do rosto afiadas, aquele brilho sombrio nos olhos, me fisgavam. Eu não deveria sentir isso, eu me repreendia, mas enganá-lo—ver aquela máscara arrogante rachar—me acendia.

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