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Capítulo 2

POV de Evelyn

Dorian me arrastou para o nosso quarto, seu aperto machucando meu braço enquanto praticamente me empurrava pela porta. Meu coração batia forte, uma mistura tóxica de raiva e medo girando no meu peito.

Lá estava ela — uma mulher qualquer espalhada na minha cama de pijama, agindo como se fosse dona dela, como se eu fosse a intrusa na festa dela. Ele me soltou, chutando a porta com aquele andar preguiçoso dele. Manchas de água riscavam o chão do meu colapso anterior, e as pernas molhadas da calça dele grudavam, delineando cada maldito músculo.

Ele empurrou meu ombro, forte o suficiente para me fazer tropeçar. “Você não disse que queria dormir aqui?”

Eu cerrei os punhos, unhas cravando na pele. Filho da puta, eu fervia em silêncio. Sempre provocando, cutucando, esperando que eu quebrasse. Pois bem, que se dane.

A mulher se sentou, agarrando o cobertor com um sorrisinho presunçoso. “Parece que sua esposa tem gostos selvagens. Ainda assim, existe uma regra de quem chega primeiro — hoje à noite é minha.”

As palavras dela bateram como um soco no estômago. Gostos selvagens? Essa vadia tem a audácia de me zombar na minha própria casa? Meu estômago revirou de desgosto enquanto eu avançava para a cama, arrancava o cobertor dela e me deitava, a pele se arrepiando com a proximidade dela. “Fique à vontade,” eu soltei, a voz fria como aço.

Dorian nem piscou. Ele se deitou, e eu virei de costas, fechando os olhos com força. Vai em frente, seu desgraçado, transe com ela bem aqui — não estou jogando seu jogo, eu amaldiçoava internamente. Esse pedaço de merda acha que vou quebrar. Mas as risadinhas dela e o farfalhar dos lençóis me atormentavam. Meu maxilar travou. Maldito seja, ela já está derretendo sob ele — que vadia patética. Eu imaginava aquele rosto esculpido e presunçoso, esperando que eu perdesse o controle.

O braço dele roçou em mim — de propósito, sem dúvida — e meu coração acelerou apesar de mim mesma. Eu me movi para a borda, murmurando, Você é um babaca, Dorian, sempre será. Então um choque agudo atingiu minha cintura, quebrando minha contenção. Eu me virei, encarando o rosto maquiado dela, nossos travesseiros a poucos centímetros de distância. Ele abaixou a cabeça, acariciando o pescoço dela, e ela riu, batendo no peito dele. “Ela está me encarando. Isso está me assustando.”

O choramingo dela incendiou meu sangue, mas então me atingiu — ela parecia familiar. Espera um minuto. Eu vasculhei minha mente, revirando memórias. Aquela tarde, a mulher com os óculos escuros, toda misteriosa... caramba, é ela. “Você não é a Emily?” eu perguntei, cortando a palhaçada deles com uma voz afiada.

Uma faísca maligna acendeu dentro de mim. “Ah, eu esqueci de me apresentar,” eu disse, devagar e deliberada, veneno pingando. “Sou uma obstetra. Você foi minha paciente semana passada. Eu te disse que aquela infecção estava ruim — nada de sexo por seis meses.” Eu sorri, observando o rosto de Dorian endurecer. Te peguei, desgraçado.

Os olhos de Emily se arregalaram, sua presunção se quebrando. “Você... você está cheia de merda!”

Eu me aproximei, a voz gelada. “Ah, vamos lá, Emily. Você não se lembra de mim? Aquela conversa sobre seu probleminha nojento?”

O rosto dela ficou vermelho, a raiva crescendo. “Isso é mentira! Você está inventando isso para me ferrar — eu nunca veria uma vadia como você!”

Eu inclinei a cabeça, sorrindo mais. “Sério? Porque eu tenho seu prontuário, querida. Infecção grave, uma bagunça nojenta — lembra disso? Eu te disse para manter as pernas fechadas por meio ano.” Eu olhei para Dorian, saboreando o tique na mandíbula dele. “Acho que algumas pessoas não escutam.”

Ela gaguejou, a voz aumentando. “Você é uma psicopata! Você não pode provar nada disso — eu vou te processar por isso!”

“Ah, por favor,” eu retruquei, me apoiando. “Querida, você está sentindo alguma coceira lá embaixo? Talvez uma queimação? É o que acontece quando você ignora um médico.” Eu lancei um olhar para Dorian, açucarando meu desprezo. “Melhor tomar cuidado, garotão — pode pegar algo bem desagradável da sua ‘prenda’ aqui.”

A boca de Emily se abriu, mas Dorian já tinha tido o suficiente. Ele agarrou a gola do pijama dela, puxando-a para fora da cama. Ela caiu no chão com um grito. “Dorian, ela está mentindo — ela está com ciúmes, me incriminando!”

“Fora,” ele rosnou, a voz baixa e gutural, seu desprezo palpável. Ela se levantou apressada, agarrando a alça escorregadia, ainda balbuciando. “Você não pode acreditar nela — eu estou limpa, eu juro!”

Agora!” ele rugiu, e ela disparou, tropeçando em si mesma enquanto pegava suas coisas e fugia. Eu sorri, uma satisfação sombria florescendo.

Eu bocejei, afundando no travesseiro como se não me importasse. Dorian puxou o cobertor, seu olhar perfurando-me. “Relaxa,” eu murmurei. “Você está seguro—não pegou os germes dela.”

Ele rangeu os dentes alto o suficiente para eu ouvir. Ele subiu na cama, me imobilizando antes que eu pudesse reagir, mãos como aço em meus ombros. Minha respiração falhou, mas mantive meu rosto impassível. Seus olhos queimavam nos meus, escuros e ferozes. “Impressionante,” ele rosnou. “Primeiro a água, agora expulsando minha acompanhante. Tudo isso para entrar na minha cama?”

Meu pulso acelerou, mas eu me mantive firme. “Mantenha suas prostitutas fora da nossa casa, e eu não me importo com quem você transa.”

“Então por que ficar? Diga ao vovô que você quer sair.”

Dorian pairou sobre mim, seu corpo afundando mais, seu peito largo roçando o meu através do tecido fino entre nós. Minha respiração falhou, um choque nervoso travando meus pulmões enquanto o calor emanava dele, espesso e sufocante.

Ele inclinou a cabeça, lábios pairando no meu ouvido, e exalou—uma provocação lenta e deliberada de ar quente que arrepiou minha pele. “Quantas vezes você fez amor?” ele murmurou, voz rouca e olhos caindo para o pulso martelando no meu pescoço. Sua boca desceu, mirando aquela extensão de pele sensível, perto o suficiente para eu sentir o fantasma de sua respiração.

Um flash de pânico percorreu meu corpo, elétrico e selvagem. Minhas mãos voaram para cima, palmas batendo contra os planos duros de seu peito. “Querido,” eu respirei, voz trêmula mas afiada, “não está preocupado com o que ela pode ter?”

Suas sobrancelhas se contraíram, depois se franziram profundamente, uma tempestade se formando naqueles olhos escuros, se apertando a cada segundo.

“Eu usei três pares de luvas com ela,” eu disse, deixando minha mão direita subir, lenta e provocante. A linha fina do meu braço capturou seu olhar, e eu aproveitei o momento—meus dedos roçaram seus lábios, suaves contra a borda áspera de sua boca, permanecendo ali enquanto sua guarda caía. “Um par rasgou,” eu sussurrei, voz baixa, “bem no meio de tudo.”

Ele se ergueu como se eu tivesse lhe dado um tapa, seu rosto se contorcendo—luxúria se transformando em algo azedo, revoltado. O ar entre nós se rompeu, aquele calor fervente apagado em um instante.

Seu maxilar se contraiu, raiva fervendo sob a superfície, e ele forçou um apertado, “Tudo bem, esposa. Vá dormir—ou você estará muito destruída para a porcaria de amanhã.” Ele saiu da cama, todo músculos tensos e fúria mal contida, e saiu furioso. A porta bateu atrás dele, o estrondo ecoando como um tiro no quarto vazio.

É o dia seguinte—meu maldito dia de casamento—e vinte minutos atrás, um funcionário invadiu o camarim, voz trêmula. “O Sr. Blackwood sumiu—eu estava prestes a retocar sua maquiagem!” Meus pais perderam a cabeça quando ouviram, andando pelo carpete cafona como leões enjaulados, telefones esmagados contra os ouvidos, gritando por ajuda. Eu me encostei na penteadeira, observando-os pisotearem, um sorriso frio puxando meus lábios. Claro, penso. É esse o novo esquema esperto dele começando?

Catherine sibilou para Richard, “O que está acontecendo? O casamento está começando—os Blackwoods estão nos abandonando?”

“Mãe,” eu disse, voz trêmula, “por que me forçar a isso? Somos ninguém perto deles. Por que eles concordaram?”

Seu rosto ficou pálido, olhos desviando, mãos inquietas de forma estranha. “Os Blackwoods são um sonho de casamento. É para o seu bem.”

“O que há de bom em Dorian?” eu cuspi. Ele é um sinal de alerta ambulante—todo mundo sabe disso.

Richard esfregou a têmpora, rosto tenso. Um noivo que não aparece arruinaria sua reputação com os engravatados lá fora. “Ele é um bom partido, tirando as mulheres,” ele murmurou. “Não é grande coisa para um cara.”

Não é grande coisa? Eu queria gritar. Meus próprios pais não se importam—apenas peões no jogo deles. No entanto, idiota que eu era, esperava que ele aparecesse. Uma batida na porta. Catherine a abriu com força, pegando uma caixa de um garçom. “Do Sr. Blackwood.”

Meu telefone vibrou—um número desconhecido. Eu o peguei, coração acelerado. “Já está em pânico, querida?” aquele tom arrogante ronronou.

“Dorian?”

“O único.”

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