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Capítulo 5: Alpha Aura e segredos expostos

POV de Ava

Peguei a bandeja vazia e alisei meu uniforme formal de Shadow Creek, o tecido azul-escuro refletindo a luz dos lustres da Moonlight Lodge. O plano era simples — fingir ser garçonete, me aproximar dos delegados do território do Norte e descobrir informações sobre o conflito na fronteira que supostamente envolvia meu pai.

Antes que eu pudesse alcançar meus alvos, um grupo de amigos guerreiros de Jackson me avistou. Seus olhos me seguiram como se eu fosse o último pedaço de carne em um churrasco enquanto eu me aproximava com um sorriso falso de servidora colado no rosto.

"Olha o que o gato arrastou," um guerreiro riu, me olhando de cima a baixo. "Roupas chiques não escondem o que ela realmente é."

Mantive minha expressão impassível, recusando-me a dar a esses idiotas a satisfação de me verem abalada.

"Ei, sem marca," outro chamou, a ofensa me atingindo como um tapa. "Tem alguma bebida, ou vai ficar aí parecendo um animal atropelado?"

Sem marca. A palavra fazia minha pele arrepiar. É como chamavam os lobos cujos parceiros os rejeitaram — bens danificados na hierarquia da alcateia. Engoli um rosnado e dei um passo à frente.

"Respeitem. Este é território neutro," disse, mantendo minha voz firme enquanto servia bebidas para cada guerreiro sorridente.

Ao me inclinar para servir o último copo, uma mão agarrou minha cintura. Congelei, cada músculo do meu corpo ficando tenso como uma corda de arco.

"Esse vestido está te favorecendo," ele murmurou, seu hálito quente em meu ouvido. "Mas eu preferia vê-lo no meu chão."

Minha loba quase se libertou, dentes doendo para arrancar sua garganta. Dei um passo para trás, sacudindo sua mão como se fosse algo nojento encontrado na comida.

"Me toque de novo e perde a mão," avisei, minha voz caindo para aquele tom perigoso que fazia lobos mais inteligentes recuarem.

Outro guerreiro se inclinou, olhos brilhando como se tivesse encontrado um novo brinquedo. "Vamos lá, Ava. Desde que Jackson te jogou de volta no lago, por que não se divertir um pouco? Tome uma bebida com lobos de verdade."

Cerrei o maxilar tão forte que ouvi os dentes estalarem, sentindo aquele calor característico nos olhos que significava que minha loba estava surgindo.

"Estou aqui por informações, não para entreter garotos de fraternidade com distintivos," rebati.

O primeiro guerreiro bufou. "Corta essa. Ninguém acredita que você está aqui para 'investigar'. Você sabia que Jackson ia exibir seu novo troféu esta noite. Você só está tentando chamar a atenção dele."

Suas palavras atingiram um nervo. Olhei para o outro lado do salão onde Jackson acabara de entrar, Sophia pendurada em seu braço como uma joia de grife. Seus olhos encontraram os meus através da multidão, um brilho perigoso neles enquanto observava essa bagunça se desenrolar. Antigamente, ele teria despedaçado qualquer lobo que sequer olhasse para mim de lado. Agora ele estava aproveitando o show.

"Venha aqui, sobra," o guerreiro levantou seu copo, sobrancelhas fazendo uma dança vulgar. "Vamos te ajudar a esquecer essa marca."

Fiquei olhando, sem palavras. Esses deveriam ser guerreiros de elite da alcateia — protetores honrados — agindo como garotos universitários bêbados nas férias de primavera.

"Se você largar essa festa chata e vier conosco até o Lago Moonlight," um disse, inclinando-se tão perto que eu podia sentir o cheiro de uísque em seu hálito, "vou te contar tudo sobre o conflito na fronteira."

Meu coração disparou. Era exatamente o que eu precisava.

"O que você disse?" perguntei, sem me preocupar em esconder minha surpresa.

"Você me ouviu. Venha conosco, consiga a informação que quer."

Outro lobo sorriu. "E se você fizer valer a pena, podemos até te contar o que realmente aconteceu naquele dia e quem realmente apunhalou seu Alfa pelas costas."

Eu pesei minhas opções, depois olhei para Jackson e Sophia. Meus olhos se encontraram com os dele; ele levantou uma sobrancelha, observando tudo com aquele sorrisinho presunçoso que costumava fazer meu coração disparar, mas agora só me dava náuseas.

Se aguentar a merda desses lobos significava salvar meu pai, eu pagaria o preço.

"Tá bom. Podemos conversar no terraço. É mais tranquilo lá," eu disse, colocando a bandeja de lado.

Os guerreiros trocaram olhares que gritavam "bingo" enquanto me seguiam. Passando pelo bar, peguei o olhar de Ella, dando nosso antigo sinal de "plano B pronto."

No momento em que pisamos no terraço, a luz da lua nos banhou, fazendo o azul profundo do meu vestido brilhar como água. Um guerreiro imediatamente bloqueou meu caminho, seu olhar rastejando sobre mim como mãos.

"Agora que temos um pouco de privacidade," ele disse, se aproximando, "vamos ver essa marca rejeitada. Estamos todos morrendo de curiosidade para saber como é o selo do Jackson."

Antes que eu pudesse dizer onde ele podia enfiar sua curiosidade, eles começaram a se aproximar, um deles alcançando minha gola alta. A raiva explodiu dentro de mim como uma granada, minha loba uivando por sangue. Senti meus olhos mudando, o cinza-prateado da minha forma de loba tomando conta.

Assim que minhas garras começaram a se estender, uma mão forte puxou o guerreiro para trás. Olhei para cima e vi Jackson ali, fúria âmbar brilhando em seus olhos.

"Afaste-se antes que eu arranque suas espinhas," ele rosnou, voz mortalmente calma.

Os guerreiros se espalharam como baratas sob a luz. Jackson agarrou meu pulso, me arrastando para um canto do terraço.

"Você sempre adorou fazer uma cena," a voz de Jackson estava gelada como o Ártico, seu rosto duro à luz da lua. "A filha do traidor, no centro das atenções de novo."

Eu me endireitei, encontrando seu olhar. "Meu pai é inocente. Estou aqui para provar isso, não para ouvir suas besteiras."

"Provar?" ele riu. "Deixando os lobos do Norte babarem em você? Esse é seu plano mestre?"

"Pelo menos estou fazendo alguma coisa," retruquei. "Enquanto você fica aí sorrindo enquanto meu pai é incriminado."

Jackson se aproximou, sua respiração quente no meu rosto, olhos brilhando âmbar. "Acorda, Ava. William traiu o Alfa Carter. Ele estava passando informações para inimigos do outro lado da fronteira. As provas são sólidas."

Meus olhos se arregalaram. "Que provas?"

Um sorriso torto curvou seus lábios. "Eu poderia te contar... se aceitar minha oferta."

Meu olhar endureceu. "Eu preferiria ver minha marca apodrecer do que esquentar sua cama pelas costas da sua esposa."

"Aquela marca," ele rosnou, esmagando meu pulso em seu aperto, "é minha reivindicação. Me odeie o quanto quiser, mas você é minha."

"Solte," sibilei, lutando contra seu aperto. "Essa marca é tão insignificante quanto suas promessas."

Ele me empurrou contra a parede, uma mão no meu pescoço, a outra rasgando a gola do meu vestido.

"O que diabos...?" Seus olhos se arregalaram de choque.

Ele encarou meu pescoço, onde a marca prateada agora tinha fios de ouro entrelaçados.

"Isso é... uma marca de Alfa," ele sussurrou, voz falhando. "Quem tocou minha marca? QUEM?"

"Alguém que é duas vezes o lobo que você jamais será," provoquei, apesar da pressão na minha traqueia.

Seus olhos se transformaram completamente em lobo agora, raiva girando em suas profundezas âmbar. "QUEM? Me diga quem ousou tocar minha companheira destinada!"

Encontrei seu olhar diretamente. "Blake. Os dedos do seu futuro sogro traçaram cada centímetro da minha pele."

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