




Capítulo 7
KESTER.
Essa mulher fez questão de atormentar a minha vida. Se ao menos ela soubesse o quanto eu odiava tê-la por perto. Mal falei com ela desde que apareceu no meu escritório ontem, sem avisar.
Todo esse arranjo de casamento entre meus pais e os dela seria a pior coisa que poderia acontecer a ela - não a mim, porque eu nunca poderia amá-la. Não importa o quanto ela tentasse.
"Realmente precisamos ir?" Sua voz suave soou atrás de mim. Ela caminhou em minha direção e colocou suas mãos finas ao redor da minha cintura por trás, "Vim para passar um tempo de qualidade com você."
"Eu nunca te pedi para vir, June," tirei suas mãos de mim, "Mas já que você está aqui, vista-se e vamos. Tenho assuntos importantes para tratar na alcateia."
Fechei minha mala e fui até o espelho, ajeitando meu cabelo.
Ela ficou quieta por um tempo antes de falar novamente, "Ok. Vou passar um tempo com sua mãe também."
Era para consolá-la? Isso é problema dela.
Pelo canto do olho, vi algo cuidadosamente colocado ao lado da mesa.
"Que merda?" murmurei, pegando a bolsa e abrindo-a. "Como isso veio parar aqui?"
"Oh. Kasmine me deu," June disse com um largo sorriso.
Congelei enquanto a raiva nublava meus sentidos. "Ela o quê?"
June deu de ombros, aquele sorriso insípido ainda em seus lábios, alheia à bomba prestes a explodir na sala. "Ela disse que eu poderia ficar com eles já que gostei. Achei gentil da parte dela—"
Minha mão apertou a bolsa, meus nós dos dedos brancos com a força. Mal registrei a voz de June se afastando enquanto eu saía do quarto furioso.
Minha mente era um turbilhão de raiva. Como ela ousa? Tanta indiferença casual.
Quando cheguei à porta de Kasmine, estava fervendo. Não me dei ao trabalho de bater. Inferno, nem hesitei. Minha raiva me deu permissão para violar todas as fronteiras.
Empurrei a porta, a maçaneta batendo contra a parede. A visão que me recebeu me parou no meio do caminho.
Ela estava no centro do quarto, amarrando uma toalha ao redor de si mesma—vermelha, minha cor favorita. Seu cabelo estava molhado, a água pingando em seus ombros, escorrendo lentamente pela pele.
Por um momento, tudo desapareceu, deixando apenas a imagem dela ali, parecendo tão irritantemente perfeita que fez minha cabeça girar.
"Kester!" ela gritou enquanto apertava a toalha contra si. "Qual é o seu problema? Você não pode simplesmente invadir aqui assim!"
Não respondi. Não consegui. Meu olhar caiu sobre as gotas deslizando pelo seu colo, desaparecendo na curva da toalha. O calor subiu dentro de mim, indesejado e enlouquecedor. Cerrei os punhos, forçando-me a focar.
"Por que diabos você deu isso para a June?" rosnei, jogando a sacola na cama dela, fazendo o conteúdo se espalhar.
"Ela gostou. Eu não tenho uso para eles, então dei para ela." Ela respondeu com um revirar de olhos.
Ver ela desprezar minha raiva como se fosse um incômodo me levou ao limite. Kasmine pegou um robe do armário, colocando-o sobre os ombros daquele jeito despreocupado que me deixava louco.
"Você deu para ela porque achou que não tinha uso para eles?" Minha voz estava quase incontrolável.
Ela me olhou por cima do ombro, levantando uma sobrancelha. "Exatamente. O que mais eu deveria fazer com eles, Kester? Eu não estou saindo com ninguém. Eu não tenho namorado—graças a você, aliás."
Dei um passo mais perto, "Você não pode dar um presente, Kasmine. Eu sempre te disse isso!"
"Ah, por favor. Poupe-me da lição. O que eu deveria fazer? Desfilar de lingerie para ninguém? Você fez questão de que qualquer homem que chegue a dez pés de mim pense duas vezes sobre isso."
"Cuidado, Kasmine..." avisei, sentindo minha raiva subir um pouco mais do que eu gostaria.
"Eu não vou ter cuidado, Kester!" ela retrucou, agora se aproximando, o fogo em seus olhos combinando com a tempestade no meu peito. "Você sabe o quão sufocante tem sido? Eu não posso namorar ou sequer falar com um cara sem me preocupar que você vai aparecer para assustá-lo! E por quê? Porque você gosta de me controlar? Porque acha que pode?"
Minhas mãos se fecharam ao lado do corpo, a raiva borbulhando perigosamente perto da superfície. "Não," rosnei, dando mais um passo à frente e agarrando-a pelo braço esguio. "Porque a ideia de você com qualquer outra pessoa me faz querer destruir alguma coisa!"
Droga. Isso não era para ela ouvir. Foi um erro.
A respiração dela falhou, e seus olhos se voltaram para a lingerie na cama antes de repousar o olhar chocado em mim.
"O quê? Ke... Kester? O que você..."
Vi o puro choque em seus olhos.
"Você acha que isso é sobre controle? Sobre eu ser seu meio-irmão dominador?" Balancei a cabeça, uma risada amarga escapando de mim. "Não, Kasmine. É muito mais do que isso."
Os lábios dela se entreabriram, mas nenhuma palavra saiu.
"Você é minha," eu disse, as palavras saindo antes que eu pudesse parar. Minha voz estava crua, meu peito arfando. "Você sempre foi minha. E ninguém mais vai ter você até eu dizer o contrário, não importa o quanto você odeie isso. Sempre tenha isso em mente."
Sua mão foi até a garganta, os dedos roçando a pele úmida ali. "Você... Você não pode querer dizer isso," sussurrou, balançando a cabeça freneticamente enquanto lágrimas brilhavam em seus olhos.
Eu me inclinei, minha respiração acariciando seu ouvido, "Eu quero dizer cada palavra que acabei de dizer... Minha..."