CAPÍTULO 4 — Imagens no fogo
Ponto de vista de Catherine
"Companheiro!" Kia gritou animada em minha mente.
Mas eu não consegui responder; o cheiro estava me levando a uma viagem intoxicante.
"Minha!" Uma voz rouca familiar ecoou em meus ouvidos, quebrando o encanto sobre mim, e eu levantei o olhar, encontrando Brian diante de mim.
Meu coração acelerou no peito, e um sorriso surgiu em meus lábios.
Brian me agarrou pela cintura e me puxou contra seu peito sólido como uma rocha!
"Graças à Deusa!" Brian disse, feliz, "Eu estava começando a me preocupar..."
Eu me afastei dele, e ele cuidadosamente enxugou as lágrimas do meu rosto.
Eu nem tinha percebido que estava chorando de alegria.
"Acho que você deveria refazer sua maquiagem," ele sugeriu após um momento de silêncio, "Todo mundo vai perceber que você estava chorando."
Eu não discuti e acenei com a cabeça. Virei, peguei minha bolsa de maquiagem e caminhei de volta para o banheiro.
Suspirei, aliviada, quando fechei a porta atrás de mim.
Finalmente, eu poderia dizer ao mundo que Brian era meu companheiro, e não precisava me preocupar que ele reivindicasse outra pessoa. Finalmente, a preocupação tinha acabado!
Fechei os olhos e agradeci silenciosamente à deusa por me unir a Brian. Brian estava deitado na minha cama com os braços atrás da cabeça, esperando pacientemente que eu me arrumasse. Ele também parecia relaxado e feliz. O estresse de não saber tinha ido embora, e tudo agora estava lentamente se encaixando.
"Pronta?" Eu perguntei, enquanto ele parecia perdido em pensamentos. Ele não me ouviu abrir a porta do banheiro.
Seus olhos se voltaram para mim, e um sorriso surgiu em seus lábios.
"Sim," ele disse, "é melhor irmos antes que sua mãe envie os guerreiros para procurá-la."
Eu ri e caminhei mais perto, e Brian me puxou para seu colo.
Nossos olhares se encontraram, e Brian não hesitou em pressionar seus lábios contra os meus.
No calor do momento, o beijo se intensificou, e antes que soubéssemos o que estávamos fazendo, estávamos ambos n*us...
"Catherine Jones!" A voz da minha mãe rosnou pela ligação mental, me assustando no processo.
"Se você não se apresentar em menos de cinco minutos, eu vou buscar você pessoalmente!"
Eu pulei da cama, procurando minhas roupas, e Brian me olhou, perplexo.
"O quê?" ele perguntou.
"Mãe..."
Foi tudo o que eu disse, e Brian saltou da cama, procurando suas roupas.
Foi a vez mais rápida que já me vesti e fiquei pronta...
Minha mãe nos encontrou nas escadas, me lançando um olhar mortal—até que viu o sorriso preguiçoso nos lábios de Brian.
"Minhas desculpas, Luna; é minha culpa que Kate está atrasada."
"Vocês são companheiros!" Ela ofegou, e um sorriso imediatamente surgiu em seus lábios. "Não é à toa..." ela disse, pensativa.
Ficamos congelados por um segundo antes que minha mãe se recuperasse do choque.
"É melhor irmos..." ela disse. "Todos estão esperando..."
A caminhada até a clareira não levou muito tempo, e uma enorme fogueira já estava preparada para os procedimentos desta noite. Um pequeno palco foi montado a alguns metros da fogueira. O palco não era grande, mas estava elevado o suficiente para que os membros da alcateia pudessem ver quem estava no palco.
"Está pronta, garota?" Kia perguntou. Sua presença estava mais notável.
"Estou nervosa," eu respondi, sinceramente.
"Não fique..." ela disse, "Quando a lua atingir seu pico, eu assumirei, e teremos nossa primeira transformação... Não há nada com que se preocupar..." Ela tentou me tranquilizar. No entanto, eu tinha a sensação de que algo estava errado, mas não conseguia identificar o que era.
"Vai doer?" Eu eventualmente perguntei, esperando que fosse por causa da transformação que eu estava tão nervosa.
"A transformação?" ela perguntou.
"Sim?"
Eu ouvi histórias de lobos que ficaram presos em sua transformação por horas, gemendo de agonia.
"A primeira transformação é sempre a pior," ela respondeu, "mas quanto mais fizermos, mais fácil ficará..."
Brian me puxou para mais perto, e seu braço envolveu minha cintura. Ele deve ter notado minha preocupação.
Ele me deu um olhar de compreensão, mas não disse nada... Ele teve sua primeira transformação há alguns meses, e eu lembro que ele gemeu no início...
"Relaxe," Brian disse enquanto nos aproximávamos. "Eu vou ficar ao seu lado..." ele prometeu. "E não se preocupe, vai acabar antes que você perceba..."
"Hmmm," eu disse, incapaz de formar qualquer palavra adequada.
"Só dói por alguns minutos," ele continuou e baixou o olhar para mim, "isso até o processo estar completo."
Caramba, assim que chegamos à fogueira, meu coração começou a bater descontroladamente no meu peito. Eu me senti enjoada, e o medo cresceu dentro de mim.
"Alfa, Luna, Ranks, membros da alcateia e filhotes, damos as boas-vindas a todos vocês na transformação da filha do Alfa!" Beta Harold Scott, o beta do meu pai e melhor amigo, anunciou do palco, e os membros da alcateia foram à loucura e uivaram na noite tranquila, me dando as boas-vindas à vida adulta.
Eu movi meu olhar para as características do homem grisalho que estava fazendo o anúncio.
Somente amor e respeito podiam ser lidos em seus olhos castanho-chocolate.
Meu coração se aqueceu quando seu olhar recaiu sobre mim. E eu resisti à vontade de ir ao seu lado. Beta Harold era como um segundo pai para mim, e ele é o pai de Brian.
Meu pai caminhou até o palco, subiu os poucos degraus e encontrou Harold no palco.
"Parabéns, Alfa," Beta Harold disse, e os dois homens apertaram as mãos antes de meu pai se virar para a alcateia.
"Boa noite a todos," meu pai começou, "como todos sabem, minha filha Catherine atingiu a idade legal de 17 anos, o que permitirá que ela se transforme pela primeira vez e talvez encontre seu companheiro."
Meu pai ficou em silêncio por alguns segundos antes de continuar.
"Minhas desculpas," meu pai anunciou, "minha filha já encontrou seu companheiro..."
Todos voltaram o olhar para mim e comemoraram.
Eu fiquei vermelha enquanto Brian estava ao meu lado como um gato que acabou de ganhar uma tigela grande de creme.
Meu pai desceu do palco e me entregou uma tocha para acender a fogueira. Era um costume em nossa alcateia que quando um filhote de Alfa atingia a maioridade, ele ou ela acendia uma fogueira como um sinal de que a nova geração de ranks assumiria em breve.
"Com esta tocha, damos as boas-vindas ao futuro Alfa e Luna na alcateia," meu pai anunciou.
Eu caminhei em direção à fogueira e deixei a tocha cair na pilha de madeira, e a fogueira ganhou vida.
"Uau!" Brian exclamou ao meu lado, e eu me virei para ver o que ele estava vendo.
Meu olhar terminou na fogueira, e as chamas criando imagens de diferentes lobos se movendo nas chamas. Um par de lobos jovens veio à frente. Eles pareciam companheiros e pareciam felizes. Então, eles foram separados, deixando a loba de coração partido.
As imagens nas chamas de repente mudaram para uma atmosfera mais hostil, e eu não pude deixar de notar que alguns dos lobos pareciam tristes, desapontados e distantes. Todos esses lobos desapareceram nas chamas, virando as costas para a loba de coração partido. A loba parecia solitária e triste, mas algo sobre ela despertou meu interesse. Um novo conjunto de imagens apareceu nas chamas, queimando mais brilhante do que qualquer uma das outras imagens. Três lobos enormes saíram das chamas, irradiando poder e dominância intensos. Devem ser Alfas!
Eles ficaram lá olhando para a loba com tanto cuidado, e o lobo mais dominante entre os três lobos olhou para a loba solitária e triste.
Uma sensação calorosa e aconchegante de amor incondicional passou por mim, e eu me perguntei o que isso significava.
As imagens mudaram novamente com um aviso de guerra chegando, e os três lobos protegiam a loba solitária...
Meu pai veio e ficou ao meu lado e colocou a mão no meu ombro, enquanto as imagens nas chamas desapareciam...
"A Deusa lhe enviou uma mensagem," meu pai sussurrou. Um sorriso suave apareceu nos lábios de meu pai.
"Acredita-se que apenas os lobos mais poderosos andando nesta terra seriam capazes de se comunicar e receber avisos da própria deusa," ele disse.
"Sim," eu respondi, "isso eu entendo, mas o que as imagens significam...?"
"Eu não posso te dizer," ele respondeu, sorrindo.
Antes que eu pudesse fazer minha próxima pergunta, o rosto de meu pai ficou vazio, e eu sabia que ele devia estar ocupado se comunicando com alguém.
Quando seu olhar voltou ao normal, horror e preocupação cruzaram seus olhos.
"Estamos sob ataque!" ele rugiu.