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Capítulo 5: Estou ligando para a segurança

Os dedos do segundo Adam envolveram o pulso dela, Irene sentiu como se tivesse levado um choque elétrico. Ele não estava machucando-a, mas a maneira como ele segurava—como um cara totalmente acostumado a conseguir o que quer—fez ela congelar. E então aconteceu. Aquele toque desencadeou algo em sua mente, trazendo de volta flashes daquele sonho que continuava a assombrá-la—aqueles ombros largos, aquele perfume caro, aqueles lençóis de seda...

A estranha sensação de déjà vu a atingiu tão forte que ela quase perdeu o equilíbrio. Não era possível. Ela definitivamente nunca tinha encontrado esse cara antes. Mas por que o toque dele parecia tão... certo? Como se seu corpo lembrasse de algo que sua mente não conseguia compreender.

Adam não estava muito melhor. No momento em que ele a tocou, algo parecia errado—mas de uma maneira que fazia sua cabeça girar. A suavidade da pele dela, a forma como o pulso dela acelerava sob seus dedos—isso estava fazendo coisas estranhas com seu cérebro, como tentar lembrar uma música que está na ponta da língua. Ele percebeu que estava prendendo a respiração e não conseguia entender por quê. O primeiro instinto dela foi se afastar—cinco anos sendo mãe solteira haviam aguçado seus reflexos defensivos como lâminas. Mas algo a fez parar.

Aquele mesmo algo que havia chamado sua atenção momentos atrás quando ela o viu se aproximando do elevador.

Ela se virou lentamente, o pulso ainda acelerado onde os dedos dele seguravam seu pulso. A primeira coisa que ela notou foi a cadeira de rodas - couro preto elegante que provavelmente custava mais do que um carro. Mas conforme seus olhos subiam, ela quase esqueceu de respirar.

O cara era lindo, mas não daquele jeito de garoto bonito que ela geralmente via em Silver City. O terno sob medida dele tinha um toque diferente - linhas limpas mostrando ombros largos e um físico que dizia "CEO que realmente frequenta a academia". Mas foi o rosto dele que realmente a fez ficar olhando.

Aqueles olhos a pegaram primeiro - escuros e intensos, com um leve inclinação nos cantos que lhe dava um ar perigoso. Como um predador avaliando sua presa, mas de um jeito atraente. Todo o resto era igualmente perfeito - nariz reto, mandíbula afiada e lábios que pareciam raramente sorrir, mas seriam devastadores se o fizessem. O pacote inteiro gritava poder e dinheiro, mas com uma intensidade crua que a maioria dos filhinhos de papai não conseguiria fingir nem se tentassem.

A questão da cadeira de rodas? Não importava. Se algo, isso apenas adicionava ao seu todo - como se fosse um cara que poderia comandar seu mundo sem nem se levantar. Algo nele parecia familiar de uma maneira que fazia seu estômago dar voltas estranhas, mas ela não conseguia entender por quê.

"Aquele cheiro," ele exigiu, sua voz profunda e séria. "Onde você conseguiu?"

E assim, o encanto se quebrou. Irene voltou à realidade. Aqui estava ela, sendo agarrada por um cara aleatório no meio de um corredor de hotel—cadeira de rodas ou não, isso estava totalmente cruzando uma linha.

"Com licença?" Sua voz saiu afiada com incredulidade. "Você está seriamente agarrando mulheres aleatórias para perguntar sobre o perfume delas?"

O rosto de Adam fez uma coisa onde sua confiança usual de CEO simplesmente... desmoronou. Como se em seus vinte e seis anos de vida, ninguém jamais tivesse ousado dizer a ele que estava fora de linha. Você podia literalmente ver isso em seu rosto - esse cara estava tão acostumado a pessoas pulando quando ele dizia pular, que ser repreendido por mau comportamento estava completamente quebrando seu cérebro.

"Você não entende," ele começou, aqueles olhos notáveis se estreitando. "Aquela fragrância específica—"

"Não, você não entende." O tom de Irene poderia ter congelado o inferno. O estresse da última hora—a confusão com a bagagem, a saúde de seu avô, a iminente confrontação com sua família—cristalizou-se em uma clareza perfeita e cortante. "Eu entendo que sua condição pode tornar algumas coisas desafiadoras, mas isso não lhe dá o direito de assediar as pessoas."

A temperatura no corredor parecia ter caído dez graus. Seu rosto passou por uma transformação fascinante—choque, descrença e algo mais sombrio. A cor subiu em suas bochechas, e os dedos de Adam apertaram imperceptivelmente o apoio da cadeira de rodas.

"Assediar?" A palavra saiu suave, perigosa. O aperto de Adam afrouxou imediatamente, embora sua expressão tenha escurecido ainda mais diante da ameaça dela. Atrás dele, Thomas fez um som estrangulado de protesto.

"Senhora, você tem alguma ideia de quem—" Thomas começou.

"Não me importa se ele é o rei da Inglaterra," Irene interrompeu, sua voz firme. "Agarrar estranhos é assédio. Solte-me agora mesmo, ou vou chamar a segurança." Seu tom não deixava espaço para discussão. "Agora, se me der licença..."

Ela entrou no elevador que estava esperando, pressionando o botão de fechar com talvez mais força do que o necessário. A última coisa que ela viu antes das portas se fecharem foi o rosto dele—aqueles olhos de fênix ardendo com uma emoção que ela não conseguia nomear, suas feições perfeitas marcadas por linhas de fúria contida.

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"A audácia daquela mulher!" Thomas estava praticamente vibrando de indignação. "Senhor, devo chamar a segurança? Mandar removê-la do hotel?"

A expressão de Adam tinha ficado assustadoramente imóvel. O tipo de imobilidade que fazia membros do conselho suarem e CEOs reconsiderarem suas escolhas de vida. Os dedos de Adam tamborilaram uma vez, precisamente, no apoio da cadeira de rodas.

"Não," ele disse finalmente, sua voz carregando aquela autoridade tranquila que havia construído seu empreendimento em uma potência global. "Descubra quem ela é. E verifique se houve um erro de bagagem na esteira."

"Mas senhor, a maneira como ela falou com você—"

"Agora, Thomas."

O assistente engoliu qualquer protesto que estava prestes a fazer. Depois de trabalhar para Adam por tanto tempo, ele havia aprendido a ler as variações sutis nos humores de seu empregador. Isso não era raiva—pelo menos, não inteiramente. Era algo mais. Algo que ele nunca tinha visto antes.

Enquanto Thomas se apressava para fazer as investigações, os dedos de Adam roçaram distraidamente o bolso de sua jaqueta, onde um pequeno sachê de seda com aquela mesma fragrância perturbadora estava escondido. Sua mente repassava o encontro—o choque nos olhos escuros dela quando ele a agarrou, o jeito que seu pulso pulou sob seus dedos, o aço em sua voz quando ela o confrontou.

Quem é você? ele se perguntou, encarando as portas fechadas do elevador. Em vinte e seis anos comandando tudo e todos ao seu redor, ninguém nunca tinha ousado falar com ele daquela forma. A sensação era... perturbadora.

E por que o cheiro dela combinava exatamente—exatamente—com o sachê que ele encontrou naquela bagagem extraviada?

O mistério o puxava, recusando-se a deixar ir. Adam havia construído seu império resolvendo enigmas que outros não conseguiam desvendar. Essa mulher, com seu cheiro familiar e sua desafiadora desconhecida, estava rapidamente se tornando o enigma mais intrigante que ele havia encontrado em anos.

Seus lábios se curvaram em um leve sorriso que teria deixado Thomas muito nervoso. Ela chamou de assédio, não foi? Bem, depois que ele rastreasse aquela bagagem e descobrisse quem ela era, eles teriam outra conversa. E da próxima vez, ela não sairia tão facilmente.

O sorriso desapareceu enquanto sua mente voltava àquele momento de contato. Algo sobre ela... algo que ele não conseguia identificar... Como uma palavra na ponta da língua, ou um sonho meio lembrado ao acordar.

Ele afastou a sensação perturbadora. Mistérios foram feitos para serem resolvidos, e Adam Haven não deixava enigmas sem solução. Nunca.

Especialmente não aqueles que cheiravam a jasmim e o desafiavam na cara.

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