Capítulo CINCO
ANDREW
Depois de ver a ligação de Kate, ele não conseguiu atender. Ele odiava como ela o fazia sentir-se vulnerável.
Enquanto dirigia para casa, pensou em todas as possíveis razões pela qual ela ligaria. Talvez houvesse uma chance de que ela estivesse voltando.
Ao chegar em casa, ele notou uma figura pequena esperando por ele na porta. Quando se aproximou, viu os grandes olhos castanhos de sua mãe olhando para ele.
Tomada por tantas emoções, sua mãe se inclinou para ele chorando. Havia tantas palavras não ditas naquele momento.
"Está tudo bem, mãe, tudo vai ficar bem." Andrew disse, segurando sua mãe firmemente.
Ele desejava haver uma maneira de aliviar a dor que ela sentia. Talvez ele tivesse que tropeçar no desejo dela.
Eles ficaram assim um pouco mais até que ela se cansou de chorar.
Conduzindo-a pela mão, Andrew a levou para seu quarto.
"Andrew, venha aqui." Sr. Allen chamou de seu escritório do outro lado do corredor.
Andrew ficou tenso ao ouvir seu pai chamá-lo. Ele esperava que não fosse mais uma das "conversas" de seu pai, porque definitivamente não estava com humor para conversar.
"Tudo isso não estaria acontecendo se você apenas concordasse com todas as minhas decisões. Você é a razão das tristezas da sua mãe..."
"Você sabe o que deve fazer. Estarei esperando." Sr. Allen disse em um tom monótono enquanto se afastava de seu escritório.
Andrew ficou ali, punhos cerrados e dentes trincados, tentando não reagir às provocações de seu pai para que ele não usasse isso contra ele mais uma vez.
Ele se arrastou até seu quarto e foi para a cama. Continuou repetindo as palavras de seu pai enquanto rolava na cama até o dia seguinte.
No trabalho no dia seguinte, Andrew estava mais arrogante do que nunca, encarando e lançando olhares odiosos para qualquer um que cruzasse seu caminho.
"Senhor, os representantes da Lodge's Enterprises estão aqui para a reunião." Sua secretária anunciou entrando em seu escritório com arquivos apertados contra o peito.
"Estarei com eles em uma hora," Andrew disse sombriamente com os olhos grudados no laptop.
"M.. mas s.. senhor-" ela gaguejou, tentando não se sentir nervosa. "-a reunião estava marcada para esta manhã. Esperar uma hora pode irritá-los."
Andrew parou de trabalhar, virando-se para ela com um olhar frio. Evitando seus olhos, sua secretária saiu correndo da sala impedindo-o de repetir a si mesmo.
O que foi uma boa coisa porque, naquele momento, ele estava pronto para demitir qualquer um sem pensar.
"Você não vai à reunião, Sr. Mal-humorado?" Jason riu ao entrar no escritório de Andrew.
Ajudando-se com alguns lanches e acomodando-se no sofá, ele parecia estar de bom humor.
Curioso sobre o que seu amigo estava fazendo, ele se levantou e se aproximou por trás, mastigando alto.
"Por favor, Jason, pare de mastigar como um porco, não consigo ouvir meus próprios pensamentos. Se vai enrolar, faça isso em outro lugar." Ele reclamou, tirando as migalhas que Jason deixou em seu ombro.
"Você vai ter uma barriga de aluguel?? De quem é essa ideia?" Jason perguntou, mastigando outro lanche.
Andrew olhou Jason pelo canto dos olhos. Ele não queria tornar isso público e agora Jason havia descoberto. Olhando para ele novamente, Andrew se maravilhou com como alguém pode comer tanto e ainda parecer magro.
"É minha ideia." Andrew respondeu abruptamente, não querendo continuar a discussão, mas Jason não entendeu a dica.
"Você tem certeza de que quer fazer isso? Deixar uma mulher desconhecida carregar seu filho? Além disso, quem vai cuidar da criança?"
"Você mal consegue cuidar de si mesmo e agora quer ter um bebê? Sério, Andrew?"
Jason lançou várias perguntas a Andrew. Ele sabia que Andrew nunca foi alguém que se estabelecesse. Ele estava sempre pulando de uma garota para outra.
Os olhos de Jason brilharam com deleite por alguns segundos, como se ele tivesse acabado de pensar em uma ideia maravilhosa.
"Por que você não espera para ver se alguma das garotas com quem você dorme está grávida?" Jason disse rindo enquanto Andrew lançava olhares odiosos para ele.
Com um sorriso presunçoso no rosto, Jason puxou a cadeira mais próxima da mesa e tomou o laptop de Andrew.
"O que você está fazendo? Não tenho tempo para isso." Andrew afirmou, ficando irritado enquanto Jason apenas digitava casualmente.
"Eu estava criando um anúncio para você. Agora você pode escolher sua substituta com facilidade. Tudo que você precisa fazer é pagar a ela." Jason disse, suspirando com um sorriso autossuficiente enquanto entregava o laptop de volta para Andrew.
"Você está louco? Por que faria isso?" Andrew gritou tentando tirar o anúncio do ar.
"É melhor você rezar para que meu pai não descubra isso."
"Ele não vai." Jason garantiu a Andrew, dando-lhe um tapinha nas costas. "Além disso, você está fazendo isso por ele, não está?"
"Não." Andrew murmurou, mas não antes de pegar sua jaqueta e sair correndo pela porta com Jason logo atrás.
"Chloe, me siga," Andrew disse apressadamente ao passar pela mesa da sua secretária.
Do lado de fora do restaurante, todas as mulheres que tinham visto o anúncio estavam alinhadas. Andrew não estava surpreso com isso porque o pagamento que Jason tinha colocado era muito alto.
Agora ele estava no restaurante ainda tentando encontrar uma substituta.
Eles já tinham entrevistado muitas mulheres, mas Andrew não estava satisfeito. Ele reclamava da altura delas, de como eram gordas ou de como não gostava da maneira que falavam.
Eles estavam na vigésima entrevistada e a expressão da mulher mostrava que ela preferia estar em qualquer outro lugar.
Ela era tímida e frágil e não parecia que conseguiria passar por nove meses de gravidez.
"Então, senhora, você gosta de café ou chá?" Andrew perguntou à mulher que apenas ficava ali brincando com os dedos.
"Você pode, por favor, responder minha pergunta!" Andrew disse, irritado, fazendo a mulher estremecer.
"Posso ir embora? Acho que não quero continuar com esta entrevista." a mulher disse com medo nos olhos.
Sem entender do que ela tinha tanto medo, Andrew acenou com a mão sinalizando para ela sair.
"Nunca vamos encontrar a pessoa perfeita." Andrew disse com a mão na cabeça, entregando-se à derrota.
"Não vamos se você continuar fazendo perguntas tolas. O que a altura delas tem a ver com isso? Por que você não faz uma pausa enquanto eu assumo a entrevista?" Jason perguntou, gesticulando para a próxima pessoa se aproximar.
Andrew concordou relutantemente, mudando-se para a outra cadeira ao lado dele.
"Então, por que você quer ser mãe substituta?" Jason perguntou, olhando para a próxima candidata que parecia ter bebido o dia todo.
"Mãe? É isso que estamos fazendo aqui? Achei que a fila longa significava comida grátis ou algo assim." A mulher com maquiagem gótica balbuciou enquanto vomitava por todo o lugar, com um cheiro forte de uísque em seu corpo.
O lugar da entrevista estava arruinado e Andrew viu isso como uma oportunidade para terminar, já que não conseguia tomar uma decisão.
Enquanto as mulheres desapontadas iam para casa, uma mulher em particular correu até eles implorando.
"Por favor, me dê o trabalho. Eu posso ser mãe substituta. Eu preciso desesperadamente do dinheiro." Ela disse chorando enquanto suas lágrimas continuavam a fluir mais e mais.
Sem saber o que fazer, Andrew imediatamente concordou apenas para fazê-la parar de chorar. Ela estava molhando suas calças caras com lágrimas e ranho.
"Você pode ser minha substituta, mas não vai conceber a criança da maneira normal, você terá que fazer fertilização in vitro. Está bem para você?" Andrew perguntou.
"Sim. Eu faço qualquer coisa desde que eu seja paga." Ela disse usando as costas da mão para limpar todo o rosto.
Disgustado, Andrew sussurrou para Jason levar a mulher para fazer os exames necessários e que ele deveria dizer ao médico que precisava dos resultados imediatamente.
Ele não andaria com ela depois do que acabara de vê-la fazer.
Voltando ao escritório, Andrew foi imediatamente para a reunião que quase tinha esquecido.
Se eles perdessem o negócio, seu pai teria sua cabeça em uma bandeja de prata.
Exausto, ele foi para casa aguardando os resultados do exame feito na mulher chorona.
Ele estava disposto a pagar qualquer quantia de dinheiro desde que ela engravidasse com seu filho.
Ele passou um tempo dirigindo apenas para evitar contato com seu pai. Ao entrar em casa, os resultados do exame foram enviados para ele.
"Agora vamos ver se você está apta para carregar uma criança, CeCe." Ele disse para si mesmo enquanto pegava o telefone e examinava os resultados.