Capítulo QUATRO
MANNY
Logo cedo na manhã seguinte, Josie estava estacionada em frente à casa esperando por Manny.
Manny também tinha acordado um pouco cedo demais, preparando todos os documentos que achava que seriam úteis para o médico.
A porta se abriu um pouco e, parada ali, estava Avery com uma expressão de raiva.
"Você acha que só porque sua mãe quer que você tenha um bebê, você vai conseguir assumir esta casa de moda?"
"Eu só vou pegar de volta o que é meu por direito. Minha mãe só trouxe você aqui para ajudar, ou você realmente achou que ela ia te entregar o negócio? Alguém que ela mal conhece?" Manny devolveu zombando.
Manny riu levemente e desceu para encontrar Josie, enquanto a expressão no rosto de Avery lhe dava alguma satisfação.
"Onde você estava? Você tem ideia de quanto tempo estou esperando?" Josie gritou, batendo o pé furiosamente enquanto se apoiava no carro.
"Você vai ter sorte se chegar a tempo para sua consulta."
"Desculpa, eu tive um pequeno problema que precisava resolver."
"Você sempre tem algo que precisa resolver."
Revirando os olhos, Josie entrou no carro com Manny e seguiram para a estrada.
A viagem até o hospital foi muito longa.
Já era tarde quando elas chegaram lá.
Vendo que estava atrasada para sua consulta, Manny deslizou alguns dólares para a recepcionista, permitindo que ela entrasse enquanto todos os outros esperavam sua vez.
Talvez o dinheiro realmente abra todas as portas.
Ao entrar pela porta com a placa de endocrinologista, Manny se deparou com uma mulher de meia-idade que tinha uma expressão severa no rosto.
"Senhorita Larson, você está atrasada. Sua mãe ligou várias vezes." disse a médica com muita firmeza enquanto ajustava seus óculos.
"Desculpe, o trânsito estava realmente ruim."
"Hmmm. Sua mãe me disse que você estaria em apuros, mas, de qualquer forma, tomei as medidas necessárias para iniciar o processo." a médica olhou através dos óculos para Manny, esperando um comentário.
"Estamos começando o processo agora? Minha mãe não me informou sobre isso!" Manny disse com uma voz aguda e preocupada.
Ela parecia tensa e ansiosa de repente. Passar por uma FIV era algo para o qual você precisava estar mentalmente preparado.
Ela não queria se apressar nisso, mas conhecendo sua mãe, ela teria recusado e dito "quanto mais cedo, melhor."
"Por favor, senhorita Larson, abaixe a voz. Temos pacientes aqui. A senhora Larson não te contou porque sabia exatamente como você reagiria, então por favor mantenha a calma."
"Uma mente saudável é a coisa mais importante para se tornar mãe e, claro, quanto mais cedo começarmos, melhor será... para ambas." afirmou a médica, parecendo mais séria.
Manny nunca tinha visto alguém tão assustador.
"Se você puder me seguir, por favor, para que eu possa te dar alguns medicamentos antes de começarmos." a mulher de meia-idade levantou-se abruptamente, fazendo Manny dar grandes passos para acompanhá-la.
No saguão, Manny viu Josie dando-lhe um olhar confuso, mas ela não teve tempo de explicar, pois a médica continuava chamando seu nome.
"Tome isto-" a médica despejou medicamentos de diferentes cores em sua mão. "- isso vai estimular os ovários e nos ajudar a recuperar o óvulo com sucesso."
Manny nunca foi de gostar de medicamentos, mas ela não tinha escolha.
Ela fechou os olhos e engoliu todos os medicamentos de uma vez, quase os cuspindo.
Depois de um tempo, ela foi levada para uma sala e foi sedada para que a recuperação do óvulo e a inseminação do esperma pudessem ocorrer.
A inseminação não demorou muito, trinta minutos depois Manny já estava fora.
Manny ainda estava um pouco tonta por causa do sedativo. Josie teve que segurá-la pela mão até o consultório do médico.
"Felizmente, tudo correu bem, mas você precisa vir aqui duas vezes por semana para monitorarmos o embrião e determinarmos quando transferi-lo." disse o médico a Manny, que ainda tentava descobrir quantos médicos havia na sala.
Ele então se virou para Josie.
"O efeito do sedativo vai passar, apenas leve-a para casa com segurança e ela deve voltar se houver qualquer complicação."
Josie assentiu em confirmação, saindo do consultório com Manny apoiada nela.
Enquanto lutava para manter Manny de pé, ela tropeçou na perna de alguém.
"Ei, cuidado."
"Desculpa, desculpa" Josie se desculpou enquanto levava Manny para fora do hospital e para o carro.
"Você tem muita sorte de eu ter vindo com você hoje." Josie disse olhando para sua melhor amiga com pena.
Virando-se e colocando a mão no ombro de Josie, Manny sorriu cansada.
"O que eu faria sem você, Josie."
E com isso Manny adormeceu.
Esperando por ela quando chegou em casa estava sua mãe.
O sorriso enjoativo no rosto de sua mãe a fez querer vomitar.
Ou talvez os sintomas da gravidez já estivessem aparecendo, ela pensou.
Ela forçou um sorriso no rosto e abraçou sua mãe quando chegou à porta.
"Estou tão feliz que tudo correu perfeitamente bem. Falei com o médico e ela disse que você está perfeitamente apta para carregar o bebê." Kari disse, parecendo que tinha acabado de fechar um grande negócio.
"Por que você fez isso, mãe? Você deveria ter me avisado que eu começaria hoje. Eu nem estava preparada."
"O médico nem fez os testes necessários. E se eu não estiver apta para carregar a criança?" Manny gritou.
Ela não conseguia entender por que sua mãe faz as coisas sem falar com ela primeiro.
Afinal, era a vida de Manny, não de Kari.
Kari deu um longo suspiro. Ela já esperava as perguntas.
"Você já estava preparada. Se algo der errado, podemos consertar. Temos mais do que dinheiro suficiente para isso." Kari desdenhou enquanto entrava.
"Ter o bebê é o mais importante. Agora, por favor, suba e descanse. Você vai precisar de toda a sua força a partir de agora."
Manny passou por sua mãe com uma carranca no rosto.
Ela só quer entregar esse bebê e ser deixada em paz.
Mais tarde naquela noite, depois do jantar, Manny decidiu dar uma volta pela sua enorme mansão.
Enquanto passava pela fonte, as lembranças de como seu pai a carregava nas costas ao redor da fonte vieram à mente.
Ela sentia muita falta do pai. Ele era a única pessoa que apoiava sua decisão.
Eles saíam e voltavam tarde da noite enquanto sua mãe os esperava sentada em cadeiras como nos filmes.
Eles eram uma família feliz naquela época, mas tudo era diferente agora que seu pai se foi.
Ela riu enquanto tentava segurar as lágrimas enquanto todas as outras memórias voltavam.
"Manny, hora do jantar!" ela ouviu Avery gritar à distância.
Limpando as lágrimas, ela correu de volta para dentro.
O jantar foi tranquilo como de costume, exceto que Avery continuava lançando olhares mortais para Manny.
De repente, o telefone de Kari tocou e ela parecia perplexa que o médico estava ligando de novo.
Atendendo a ligação, seus olhos se arregalaram de medo com o que o médico disse.
"Desculpe incomodar, Sra. Larson, mas houve um erro na inseminação do esperma."