




Em algum lugar lá fora
Quando Joe Mitchell e sua esposa Emily colocaram seus pertences na traseira do SUV preto, estavam prestes a embarcar em uma jornada monumental—Joe havia conseguido recentemente um emprego promissor na cidade de Washington, na Washington State University. A excitação pairava no ar enquanto eles deixavam sua pequena cidade, ansiosos pela tranquilidade e pelas novas oportunidades que os aguardavam. Emily esperava por um novo começo com seu marido, já que o relacionamento deles estava, no mínimo, conturbado. Mas o que deveria ser um novo e emocionante capítulo para Joe e Emily rapidamente se transformou em um pesadelo. Tendo dirigido por milhas na densa floresta, Joe escolheu o caminho mais batido em vez da rodovia, esperando aproveitar pela última vez toda a bela e majestosa paisagem. Milhas e milhas adentro da bela passagem montanhosa, uma cena de tragédia surgiu. Viram um caminhão tombado e a polícia apontando para um desvio à direita da estrada. Após 4 horas olhando o mapa e procurando sinal de celular para encontrar sua localização, a excitação do casal começou a se transformar em ansiedade quando o veículo começou a apresentar sinais de falha no motor. As esperanças vibrantes de novos começos desvaneciam a cada marcação do medidor de temperatura. Sem sinal de celular e com o sol se pondo acima das árvores, um sinal à frente com o nome desbotado indicava "próximas duas milhas". Decidiram arriscar; caminhariam em busca de ajuda.
Estavam a milhas de distância de qualquer coisa que se assemelhasse à civilização. Resmungando e ansioso, Joe perguntou a Emily: "Você lembra de estradas de terra no mapa?" Emily respondeu: "Acho que não", enquanto olhava ansiosamente para a longa estrada sinuosa, cujo pavimento gradualmente se transformava em terra, cercada por árvores imponentes que bloqueavam qualquer indício do mundo exterior. "Estraguei tudo, não foi?" Emily disse com um sorriso meio forçado, tentando aliviar o clima em meio à angústia urgente. Joe respondeu com uma risada leve: "Sim, eu não esperava por isso. Vamos acelerar o passo, o sol está se pondo rápido e o último posto de gasolina estava a milhas de distância", ele murmurou, olhando nos olhos dela com sinceridade e medo em sua expressão.
Quando o crepúsculo se instalou, a uniformidade da floresta começou a se dissolver. A densa mata se abriu inesperadamente em um vasto campo banhado pelo crepúsculo, e à distância, avistaram o que pareciam ser várias cabanas improvisadas de madeira. Cercadas por grama alta, com a silhueta de um homem em frente à primeira cabana segurando um rifle. Joe gritou ansiosamente: "Olá, senhor, pode nos ajudar?" com um tom firme, mas temeroso. O homem à distância respondeu apressadamente: "Rápido, venham, vocês precisam entrar." Emily murmurou com medo: "Joe, por favor, acho que não deveríamos ir lá", apertando a mão dele e suando profusamente, "ele tem uma arma, vamos embora." Joe respondeu: "Mas, querida, e se ele tiver um telefone? Ele provavelmente está indo caçar. Talvez essa seja a cabana dele." O homem à distância gritou muito alto com uma voz severa: "Vocês precisam entrar." Chamando a atenção de Joe e Emily, que olharam na direção do homem. Caminharam muito devagar em direção à cabana, ambos tremendo de medo e percebendo que poderiam estar em uma situação desesperadora.
Mas, à medida que se aproximavam das cabanas assustadoras, um coro de gritos angustiantes rompeu a calma da noite, irrompendo das profundezas da floresta atrás deles. O som, cheio de terror, enviou calafrios por suas espinhas, os rosnados ressoaram pela abertura do campo. "O que foi isso?" Emily gritou, sua voz trêmula. Ambos se viraram tremendo de medo para ver com seus próprios olhos e, de repente, figuras emergiram da linha das árvores, projetando suas sombras na grama do campo pelo sol. "Joe!" Emily gritou apavorada, seus olhos arregalados de horror. Joe entrou em pânico e gritou: "Corra, querida! Corra para a cabana", enquanto se virava para a cabana, correndo a toda velocidade. Emily estava tão apavorada que caiu ao se virar e ouviu o homem à distância gritando de medo e angústia: "Levante-se, levante-se, agora vocês precisam entrar." Joe olhou para trás e viu Emily caída, parou e gritou: "Emily, vamos, levante-se, você consegue!" Seu coração batia forte de pavor enquanto assistia impotente. Emily conseguiu se levantar e começou a correr o mais rápido que pôde, quando ela e Joe se encontraram no campo. "Corra! Precisamos correr!" ele gritou, puxando-a para longe do pesadelo que se desenrolava atrás deles. Com o coração batendo forte, correram em direção à cabana mais próxima, o medo dando urgência a cada passo. Em uma corrida total para a cabana.
Quando chegaram à estrutura rústica, um homem robusto com traços marcantes os pegou de surpresa. Sem perder um segundo, ele os agarrou e puxou para dentro, justo quando os gritos atrás deles atingiram um ápice. A porta se fechou com um estrondo ecoante, adicionando à cacofonia de sons carregados de medo ao redor deles. Sem fôlego, Joe e Emily ficaram na cabana mal iluminada enquanto o estranho barricava apressadamente a porta com uma tábua pesada. "Vocês têm que ficar muito quietos," ele sussurrou, seus olhos percorrendo a sala, ouvindo atentamente qualquer sinal de perigo iminente. Seu rosto, embora bonito, estava marcado por linhas de preocupação e exaustão. "O que está acontecendo?" Joe conseguiu perguntar, olhando para o homem, buscando respostas no meio da confusão.
"Fiquem muito quietos," o estranho repetiu com uma intensidade que comandava a atenção deles. O arranhar e bater de garras contra a madeira penetrava sua consciência. O peso do terror caiu sobre eles como uma névoa espessa, pontuada pelo som de figuras pesadas respirando e gemendo ao redor. O casal olhou ao redor hesitante e notou uma chama tremeluzente acendendo a lanterna, lançando uma luz fraca sobre os rostos daqueles que se amontoavam juntos em ansiedade compartilhada. As horas passaram enquanto a noite avançava, cada som amplificando seu medo. "As feras irão embora se vocês ficarem quietos," o estranho junto à porta os tranquilizou, embora suas palavras oferecessem pouco conforto. As horas pareciam se estender infinitamente enquanto se amontoavam juntos na cabana escura, corações acelerados de medo, tentando entender sua nova e angustiante realidade. Do lado de fora, o uivo de desespero se transformou em rosnados baixos que ecoavam pela noite. Finalmente, uma quietude assustadora os envolveu. Os rosnados das criaturas desapareceram na distância enquanto o vento sussurrava pelas frestas da cabana.
"Meu nome é Gregory," o homem se apresentou, sua aparência robusta suavizada sob o brilho da lâmpada. "O que vocês ouviram lá fora, não é uma história. Vocês não podem sair à noite aqui... As feras caçam à noite." Joe, ainda se recuperando do horror que acabaram de escapar, pressionou por respostas. "Do que você está falando? Que tipo de feras?" A expressão de Gregory escureceu. "São criaturas grandes, agressivas, parecidas com lobos, com olhos vermelhos brilhantes. Eu sobrevivi aqui por oito anos, e posso dizer que é uma sentença de morte vagar por essas florestas depois do anoitecer." Os soluços silenciosos de Emily romperam o choque de Joe. Sua voz tremia enquanto perguntava: "O que você quer dizer com... caçam à noite?"
Um silêncio inquietante encheu a sala, pontuado apenas pelo que parecia ser os sussurros mais tênues de seu destino. Antes que Gregory pudesse responder, um homem alto no fundo interveio. "Calma, por favor. Se chamarmos atenção para nós, vamos atraí-los de volta. Não há saída uma vez que escurece. Acredite em mim, você sempre acaba voltando aqui." Suas palavras sombrias pesaram em seus corações. Sara, uma mulher de aparência acolhedora, levantou-se e ofereceu-lhes conforto. "Vou pegar alguns cobertores para vocês. Podem descansar perto do fogo." Ela lançou um olhar compreensivo para Joe e Emily antes de colocar lenha na lareira. "Está ficando frio lá fora, e vocês precisam recuperar suas forças." Embora o medo ainda apertasse seus corações, a gentileza estendida ao casal proporcionou uma centelha de esperança contra o medo avassalador. Em um mundo virado de cabeça para baixo, enquanto a noite caía e criaturas espreitavam, eles perceberam uma verdade inegável: a sobrevivência exigiria confiança nesses estranhos improváveis.
Enquanto se acomodavam no chão frio da cabana, Emily se enroscou nos braços de Joe, agarrando-se a ele como se fosse sua tábua de salvação. Apesar do calor do fogo, um frio gelado envolvia seus ossos—um lembrete de sua situação precária. A noite se estendeu, cheia do vento uivante e do silêncio assombroso que só aumentava seus medos. Mas, eventualmente, a exaustão se infiltrou em seus ossos, e contra o medo avassalador que os sufocava, o sono começou a tomar conta relutantemente. Os horrores da noite pairavam grandes em seus pensamentos, mas por enquanto, estavam vivos, presos dentro dessas quatro paredes, esperando que o amanhecer revelasse os segredos da floresta na qual haviam se enredado inadvertidamente. No meio da natureza selvagem, longe da segurança da cidade e da tranquilidade, Joe e Emily se agarravam à esperança de que a manhã traria uma chance não apenas de sobrevivência, mas de escapar do pesadelo que os havia engolido por completo.