Read with BonusRead with Bonus

2. Pumped Up Kicks

~ Audrey ~

"Você acredita nisso? Ele está basicamente me leiloando como um cavalo!"

Audrey bateu os pés, saindo do seu closet. Assim que entrou no quarto, seus dois melhores amigos, Mikey e Olivia, ficaram boquiabertos.

"Mas ainda assim, um cavalo muito bonito, vestindo Oscar de la Renta!" exclamou Mikey, desfilando até ela e examinando o vestido mais de perto. Ele assentiu aprovando a forma como o vestido prateado abraçava suas curvas esbeltas, gritando, "Caramba, garota, você vai vender como água no deserto."

"Mikey, você não está ajudando!" ela sibilou e afastou as unhas pintadas de Mikey de sua bunda.

"Mikey tem um ponto, no entanto. Você está ótima nesse vestido," Olivia deu de ombros. "E seu pai não está te leiloando, Aud. Olhe pelo lado bom, ele só quer que você escolha um cara em quem ele confie."

"Se por confiar você quer dizer ter um fundo fiduciário, então claro," Audrey revirou os olhos.

Olivia e Mikey eram os dois e únicos amigos de Audrey. Eles se conheceram no jardim de infância e eram inseparáveis desde então. Olivia e Audrey frequentaram a mesma escola católica só para meninas enquanto cresciam, e Mikey frequentou a escola católica para meninos do outro lado da rua. Audrey achava irônico que Mikey estivesse frequentando uma escola católica só para meninos, especialmente porque Mikey se declarou abertamente gay desde os nove anos de idade.

Audrey olhou seu reflexo no espelho. Seus amigos estavam certos, ela realmente estava incrível naquele vestido. Era um vestido metálico plissado com uma bainha assimétrica. Mostrava sua clavícula perfeita e abraçava sua bunda perfeitamente. Se ao menos Ashton pudesse me ver assim, ela pensou.

"Mm, garota, precisamos arranjar uns sapatos," comentou Mikey e desapareceu no closet de Audrey. Momentos depois, ele voltou com um par de saltos prateados Manolo Blahnik.

"Oh, você é um salvador," Audrey pegou o par de saltos e os experimentou. Claro, o olhar atento de Mikey para a moda não a decepcionaria. Ele era, afinal, herdeiro da indústria têxtil Rossi.

"Eu queria que vocês dois pudessem ir, pelo menos eu estaria menos miserável," Audrey suspirou no espelho ao ver o reflexo de seus dois melhores amigos atrás dela.

"Infelizmente, eu não sou um cara prestes a te cortejar. Então, não estou na lista," brincou Olivia.

"Eu sou um cara, mas também não vou te cortejar," Mikey balançou a cabeça, "Além disso, estou um pouco ofendido por não estar nessa lista. Seu pai acha que eu não sou bom o suficiente para a filhinha dele ou algo assim?"

"Mikey, você é gay," Audrey apontou o óbvio.

"E daí? Eu ainda venho de uma boa família. Eu sou Michael Christian Rossi, pelo amor de Deus," ele levantou as mãos dramaticamente.

"Mas você ser gay significa que eu não vou conceber um filho com você. Ele quer herdeiros," Audrey respondeu.

"Existem bebês de proveta e coisas assim hoje em dia," ele retrucou. "Podemos fazer isso."

"Sério? Você faria isso? Você se casaria comigo e teria bebês de proveta comigo?" Audrey o desafiou.

"Pensando bem..." Mikey se afastou, fazendo uma careta.

"Exatamente meu ponto."

"Mas olha, se serve de consolo, pelo menos é só um jantar de aniversário, não um casamento arranjado forçado," Olivia disse, esperando animar Audrey de alguma forma.

Audrey suspirou. "Conhecendo meu pai, pode muito bem ser."

  • TOC! TOC! *

Audrey estava prestes a reclamar mais quando de repente ouviu uma batida na porta. A porta rangeu ao abrir e Linda, a governanta-chefe, entrou, "Senhorita Audrey, eles estão prontos para você lá embaixo."

Audrey se virou para seus amigos com um olhar desanimado no rosto.

"Acho que isso significa que temos que ir," Olivia sorriu tristemente.

Mikey beijou sua bochecha e deu-lhe um abraço de apoio, dizendo, "Divirta-se no seu leilão, Aud. Nos conte tudo depois."


Dentro de algumas horas após a chegada de Audrey, a casa foi transformada em um banquete chique o suficiente para um pequeno casamento. O salão de jantar estava coberto de flores e taças de champanhe de cristal, e a sala de estar foi transformada em uma área aberta onde as pessoas podiam dançar e socializar. Eles até tinham uma pequena orquestra e um cantor prontos.

Às 19h, vários convidados já haviam chegado à casa. Audrey desceu as escadas deslizando em seu longo vestido prateado e saltos. Seu longo cabelo castanho estava enrolado nas pontas e a maquiagem leve que usava acentuava seus olhos azuis brilhantes e lábios rosados e carnudos. Ela sorria educadamente para seus convidados, cumprimentando-os como uma boa anfitriã faria.

À medida que a noite avançava, mais e mais convidados enchiam a sala. Depois de um tempo, todos os rostos se misturavam e Audrey não conseguia distinguir um do outro. Eram todos rapazes da sua idade, todos de terno, e alguns até vieram com seus pais. Os pais estavam principalmente lá para dar uma olhada melhor na potencial futura esposa de seus filhos e também para fazer companhia a Maxwell Huntington.

Audrey estava exausta e com fome. Já fazia duas horas que seu jantar de aniversário havia começado e ela não conseguia nem comer. Estava ocupada demais tendo que entreter pessoas que não paravam de se aproximar e falar com ela. Ela não achava o evento nem um pouco interessante e todos os rapazes que conversavam com ela eram unidimensionais, narcisistas e esnobes irritantes.

Nenhum desses caras era remotamente seu tipo. Não que eles não fossem bonitos, alguns eram até bem apresentáveis. Mas, ao contrário das garotas típicas em sua posição, Audrey nunca se importou com aparência, dinheiro ou status. Ela ansiava por algo mais profundo, uma conexão, talvez uma faísca. Ela ansiava por paixão e coração, mas isso nunca parecia existir no mundo dos fabulosamente ricos. Essas pessoas eram sempre tão diretas, olhavam para você como um investimento, de acordo com o valor do seu dinheiro.

Chega, pensou Audrey. Ela tinha dado uma chance a isso, mas não aguentava mais. Sorrindo educadamente para o rapaz que falava na sua frente, ela inventou uma desculpa para ir ao banheiro e escapou pela porta.

Audrey estava em uma missão. Ela queria encontrar uma maneira de sair da casa sem que nenhuma das empregadas, seguranças ou convidados notassem.

A porta dos fundos!

Ela sorriu vitoriosamente ao pensar nisso. Passando furtivamente pelos guardas, o coração de Audrey estava acelerado e ela prendia a respiração enquanto olhava de um lado para o outro, correndo em direção à sua liberdade. Ela estava prestes a conseguir — quando de repente, sua cabeça bateu em algo duro na sua frente e ela caiu de bunda no chão.

"Ai!" ela gritou.

"Desculpe, querida, foi mal," aquele algo duro tinha uma voz.

Audrey olhou para cima e viu um rapaz, não, dois rapazes de pé, imponentes sobre ela. A primeira coisa que ela notou sobre o rapaz na sua frente foram seus olhos azuis profundos. Eram assustadoramente bonitos, ela pensou.

Olhos Azuis estendeu a mão para ela e ela a pegou instintivamente. Ele a puxou de volta com facilidade e ela ficou de pé novamente.

"Bem, olá. Você deve ser a Audrey," Olhos Azuis sorriu para ela. Seu sorriso era tão cativante quanto seus olhos. Nesse ponto, Audrey percebeu que ele ainda estava segurando sua mão. Ela a puxou imediatamente, um tanto desajeitada.

"É..." ela murmurou.

"Audrey Huntington, né?" O rapaz atrás de Olhos Azuis falou. Sua voz era profunda e sua risada era ameaçadora. "Ouvi dizer que você é a bela do baile."

Audrey se virou para o segundo rapaz. Ele se parecia muito com Olhos Azuis, mas também parecia um pouco mais velho. Seus olhos também eram azuis, mas não tão brilhantes, estavam encobertos por um senso de mistério. Seu cabelo loiro sujo estava bagunçado, ao contrário de Olhos Azuis que mantinha o cabelo penteado para trás. Os olhos de Audrey se fixaram no pescoço do rapaz e ela notou as tatuagens que apareciam na gola de sua camisa.

"Você gostou do que viu?" ele sorriu ao perceber que ela estava olhando.

Audrey, completamente envergonhada, balançou a cabeça rapidamente e disse, "Quem são vocês mesmo?"

Olhos Azuis falou primeiro, dizendo, "Eu sou Killian e este é meu irmão—"

"Caspian," o Rapaz das Tatuagens o interrompeu. Ele deu um passo à frente e disse, "Caspian Vanderbilt."

Audrey imediatamente reconheceu os nomes. A família Vanderbilt era uma das famílias mais antigas e proeminentes do país. Ela frequentemente lia sobre eles em livros e jornais. Seu grande império se estendia desde transporte marítimo até ferrovias, aço e até mesmo a indústria de tecnologia. Ela ouviu dizer que os Vanderbilt tinham dois filhos da sua idade, mas nunca tinha conhecido nenhum deles antes. Na verdade, ela nunca tinha sido permitida a conhecer rapazes antes dessa festa.

"Obrigado por nos convidar para sua festa. Estamos muito honrados," Killian pegou a mão de Audrey e a levou até seu rosto. Ele se inclinou ligeiramente e beijou o topo de sua mão, enviando arrepios por todo o corpo dela.

"...Claro, é um prazer," ela gaguejou.

"Oh, confie em mim, o prazer é nosso, princesa," Caspian sorriu e pegou a mão de Audrey de seu irmão. Ele se inclinou e plantou outro beijo em sua pele, exatamente no mesmo lugar.

          • Continua - - - - -
Previous ChapterNext Chapter