




Capítulo 6 Tamsin invade o jantar
O clima no salão ficou gelado no momento em que Tamsin explodiu.
Todos olharam, suas expressões uma mistura de desaprovação e indiferença, enquanto Tamsin percebia que era o centro das atenções.
Alguém na multidão sussurrou, "Não é aquela garota que tirou uma foto com o Sr. Russell? Que rude."
O rosto de Tamsin ficou pálido como um fantasma. Ela olhou para o velho que continuava se curvando e pedindo desculpas, e o arrependimento a atingiu com força.
"Senhor, foi minha culpa. Desculpe, eu não deveria ter me apressado." Tamsin se abaixou, sua voz suavizando enquanto se desculpava sinceramente, "Sinto muito mesmo. Que tal eu ajudar a encher o aquário com água?"
Ela estendeu a mão para pegar o aquário quase vazio do velho, mas ele balançou a cabeça, recusando.
Cecilia observava a cena se desenrolar, calma como sempre.
Os esforços de Tamsin pareciam estar saindo pela culatra. Os espectadores pareciam ainda mais detestáveis.
Os lábios de Julian se apertaram, sua expressão era complicada. "Eu não sabia que ela viria."
Cecilia olhou para ele. Julian não parecia estar mentindo, mas mesmo que estivesse, ela não se importaria.
O que ela realmente queria saber era por que Tamsin estava ali, mesmo que Julian a tivesse trazido.
Cecilia se lembrou de que, em sua vida passada, Tamsin havia conquistado Bodhi Percy, o chefe da família Percy, exatamente nesse banquete. Essa conexão havia facilitado seu caminho para os estudos no exterior. Ao retornar, apoiada tanto pelos Russells quanto pelos Percys, sua carreira havia decolado.
Mas agora, as coisas pareciam um pouco diferentes.
Nesse momento, Owen correu até eles. "Sr. Russell, desculpe, eu não fiquei de olho na Srta. Brooks."
O rosto de Julian escureceu, "O que aconteceu?"
"Na verdade, eu vi a Srta. Brooks fora do local, mas cheguei um pouco tarde," Owen hesitou, "Elowen a deixou entrar antes que eu pudesse impedi-la."
Julian sentiu uma dor de cabeça se aproximando. Ele olhou ao redor do salão e, com certeza, viu Elowen sorrindo para eles. Mais precisamente, ela estava olhando para Cecilia.
Julian franziu a testa e se virou para Cecilia, seus olhos questionando.
Cecilia deu de ombros despreocupadamente. "É melhor você ajudar a Srta. Brooks; parece que ela não vai aguentar muito mais."
Tamsin viu Cecilia e Julian, seus olhos cheios de lágrimas fixos em Julian, esperando que ele a salvasse da situação embaraçosa.
O coração de Julian amoleceu, e ele suspirou. "Eu volto logo." Com isso, ele caminhou até ela.
Cecilia zombou, tocando o copo de água com o peixinho dourado.
Ela sempre soube que Julian faria isso; em seu coração, Tamsin sempre seria mais importante do que ela.
Vendo Julian se aproximar, Tamsin rapidamente se desculpou em voz baixa, "Sr. Russell, desculpe. Eu me preparei para este banquete por muito tempo."
Sua voz foi diminuindo, e Julian pensou que ela poderia chorar a qualquer momento.
Ele sabia que Tamsin valorizava muito esse banquete. Ela era inteligente, trabalhadora e ambiciosa, sempre ansiosa para participar de todos os eventos. Isso era o que Julian inicialmente admirava nela.
"Está tudo bem," Julian não conseguia se obrigar a repreendê-la. Afinal, foi ele quem mudou o plano. "Owen vai te levar de volta mais tarde."
Tamsin hesitou. Não, ela não podia simplesmente ir embora assim!
"Mas Sr. Russell, eu realmente quero ficar," ela disse, com a cabeça baixa, engasgando, "Eu não vou causar mais problemas. Posso ficar, por favor?"
Ela olhou para o rosto de Julian, que estava sombrio e aparentemente infeliz.
"Sr. Russell, não fique bravo. Eu vou embora." Tamsin se sentiu tanto injustiçada quanto relutante, e as lágrimas caíram instantaneamente.
Como Julian poderia suportar vê-la chorar?
"Não chore, você pode ficar," Julian disse, enxugando suas lágrimas.
"Posso ficar ao seu lado?" Tamsin fungou. "Aprendi tanto. Eu poderia ser... útil."
Julian assentiu.
"Obrigada, Sr. Russell!" Tamsin sorriu, seu sorriso adorável.
Julian olhou para Cecilia e então deu um olhar para Owen.
Cecilia, como herdeira, estava acostumada a esses eventos. Ele não precisava se preocupar com ela, especialmente porque ela não entendia as complexidades das finanças e da indústria do vinho.
Owen entendeu a dica e se aproximou discretamente de Cecilia.
Ele abriu a boca, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Cecilia o interrompeu, "Está tudo bem. Eu posso me virar sozinha. Você teve um dia longo; vá descansar."
Owen hesitou, sentindo uma mistura de calor e amargura.
Ele abriu a boca cautelosamente novamente, mas em vez de explicar, ele simplesmente disse, "Sra. Russell, você trabalhou duro."
Cecilia havia mudado. Ela não era mais barulhenta e não parecia se importar tanto com Julian.
Enquanto isso, Julian estava conversando com vários figurões da indústria do vinho, com Tamsin ao seu lado. Tamsin falava animadamente sobre o aroma e o sabor de vários novos vinhos.
Quando se tratava de degustação de vinhos, Tamsin tinha suas próprias percepções. Mas ela era apenas uma jovem estudante universitária, e suas opiniões não tinham muito peso com esses profissionais experientes. Ainda assim, com Julian ao seu lado, eles a agradavam com elogios educados.
Cecilia tomou um gole de vinho tinto, sentindo a necessidade de um pouco de ar fresco.
Enquanto passava por Julian e Tamsin, eles estavam conversando com um cavalheiro que só falava um dialeto local.
Cecilia se lembrou de que esse cara era Mason Adams, um conhecido comerciante de vinhos do País S, famoso por seu bom caráter e vinhos. Ele também era conhecido por ser apegado ao seu dialeto regional.
Tamsin parecia envergonhada, silenciosamente pedindo ajuda a Julian, mas Julian estava igualmente perdido. Ele entendia a língua padrão do País S, mas o dialeto de Mason era um jogo completamente diferente.
Enquanto ele entendia a língua padrão do País S, o dialeto de Mason era impenetrável.
Cecilia achou engraçado e, falando fluentemente no dialeto local de Mason, continuou a conversa.
Mason ficou primeiro surpreso, depois riu alto e apertou a mão de Cecilia calorosamente.
Só então Tamsin realmente olhou para Cecilia e percebeu que elas estavam usando o mesmo vestido!
Além disso, o penteado, os acessórios e os sapatos de Cecilia estavam todos perfeitamente combinados com o vestido de noite azul, fazendo-a parecer uma sereia.
Mas Tamsin se sentia como uma caipira azul.
Reprimindo seu ciúme, Tamsin elogiou, "Cecilia, seu idioma do País S é realmente bom."
Julian também ficou surpreso. Além da língua padrão do País S, Cecilia ainda podia falar o dialeto local.
"O que o Sr. Adams disse agora há pouco? Vocês pareciam estar tendo uma ótima conversa," Tamsin perguntou.
Cecilia respondeu indiferente, "Ele mencionou o vinho Barolo que comprou no leilão outro dia. Eu disse a ele que certamente valorizaria, e ele ficou muito feliz em ouvir isso."
Tamsin não entendeu. Aquela garrafa de vinho não era uma edição limitada, e a antiga vinícola sempre foi morna. Seria bom se pudesse manter seu valor, quanto mais valorizar.
"Eu apenas concordei com suas palavras," Cecilia não suportava os olhares diretos de Julian e Tamsin e explicou brevemente.
Julian parecia desconfiado. Ele estreitou os olhos e perguntou em voz profunda, "Você geralmente não presta atenção ao mercado de vinhos. Por que acha que esse vinho vai valorizar?"