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Uma esposa troféu

Rita entrou na mansão de mãos dadas com Edmundo e não pôde deixar de se sentir como uma esposa troféu. Aquilo não era sua vida, toda essa pretensão na qual ela foi subitamente jogada. Ela estava vestida com um longo vestido rosa bebê e um bracelete dourado adornava seu pulso. Seu longo cabelo preto estava preso em um coque severo, acentuando seu belo rosto sem maquiagem.

Rita nunca se importou com maquiagem porque não via utilidade. A única vez que aplicava maquiagem era se tivesse uma mancha no rosto que precisasse esconder. Rodrigo estava atrás deles e Rita se sentia atraída por ele. Ele estava vestido elegantemente com um terno azul marinho, seu cabelo estava estilizado em um penteado moderno e ele facilmente superava Edmundo, que usava um terno preto.

Edmundo a deixou logo, indo cumprimentar alguns dos expatriados. Rita ficou sozinha, tentando se misturar com as pessoas que ela não conhecia bem.

"Você está linda, Rita", disse Rodrigo.

Rita se virou para ele, sorrindo com o elogio. Ela desejava desesperadamente poder sair dali com ele, para algum lugar longe de todos aqueles estranhos.

"Obrigada, Rodrigo, e você está muito elegante", ela disse, aproximando-se dele.

Rodrigo deu um passo para trás quando percebeu que alguém os observava e, com certeza, Edmundo os olhava com desdém enquanto se aproximava.

"Vamos dançar, querida", ele disse, levando-a embora.

Rita odiava deixar o lado de Rodrigo, mas não tinha outra opção a não ser ir. Edmundo a conduziu até a pista de dança, segurando sua cintura possessivamente.

"Vejo que você se tornou muito familiar com seu motorista", disse Edmundo.

"Não me diga que está com ciúmes de um simples motorista, Edmundo", disse Rita, com o coração acelerado.

Ela precisava pensar em uma maneira de desviar a mente dele. Não confiava totalmente que ele não faria algo precipitado. Ela tinha que protegê-lo com tudo o que tinha.

"Claro que não. Só vejo que você está ficando mais próxima dele a cada dia", ele disse.

"Bem, se você quer saber, eu o promovi recentemente a meu guarda pessoal. Então você o verá muito ao meu redor", ela disse.

"Entendo. Não se esqueça, Rita, você me pertence e a mais ninguém. Eu coloquei esse anel no seu dedo e é um sinal de que nos casaremos muito em breve. Não se esqueça disso, Rita", ele disse.

"Eu sei, Edmundo, você deixou isso claro desde o início", suspirou Rita.

"Ótimo", ele disse simplesmente.

Rita decidiu que realmente precisava falar com seu pai. Do jeito que Edmundo estava agindo, ela não gostava. Ele estava mais possessivo do que nunca e isso era algo com o qual ela não se sentia confortável.

"Edmundo, querido", uma voz disse.

Rita se afastou dele, olhando para a loira que acabara de falar. Ela era alta, mais alta que a maioria das mulheres ali. Assim que a viu, Rita soube que ela tinha implantes. Seus seios eram claramente falsos, sem dúvida gastando milhões de dólares para fazê-los.

"Trisha, que prazer te ver", disse Edmundo, dando-lhe um beijo no rosto.

"Olá", disse Rita.

Ela realmente não se importava em cumprimentar a mulher, mas achou que seria rude não se apresentar.

A mulher lhe deu um sorriso condescendente, um que Rita sabia que era falso. Ela apertou sua mão de forma desanimada, enquanto seus olhos estavam em Edmundo.

"Oh, perdoe meus modos. Rita, por favor, conheça minha amiga Trisha, Trisha, conheça minha noiva", disse Edmundo.

"Que adorável. Mal posso esperar para assistir ao seu casamento, se é que ele vai acontecer", ela riu.

Rita sorriu, sem se ofender. Na verdade, ela esperava que o casamento não acontecesse também.

"Trisha, o que deu em você?", disse Edmundo, afastando-a.

Rita ficou sozinha novamente. Ela precisava de um pouco de ar fresco depois de todo o drama que acabara de presenciar. Ela se dirigiu à varanda, pisando no pátio.

"Má companhia", uma voz disse.

Rita se virou rapidamente até descobrir que era apenas Rodrigo. Ela sorriu, feliz que ele a encontrou no momento em que ela precisava dele.

"Eu simplesmente não suporto todas aquelas pessoas. Elas são falsas e eu odeio pessoas falsas", suspirou.

Rodrigo se aproximou, segurando suas mãos. Ele deu um leve aperto enquanto ambos observavam a lua brilhando intensamente sobre a terra.

"Venha, quero te mostrar uma coisa", ele disse, levando-a para o andar de baixo.

Rita nunca tinha estado tão empolgada antes. Ela se perguntava o que ele iria mostrar e mal podia esperar para descobrir.

Rodrigo a conduziu até uma fonte nos fundos do prédio onde a festa estava acontecendo. Eles caminharam até lá e se sentaram nos bancos que encontraram. Ele soltou suas mãos, tirando duas moedas do bolso.

"Já ouviu a história de jogar uma moeda na fonte sob a luz da lua e fazer um pedido?", ele perguntou.

"Minha avó costumava me contar isso, mas eu nunca acreditei muito. Achava que era uma história de criança", Rita sorriu.

"Ah, minha querida, você ficaria surpresa ao saber que desejos se realizam", Rodrigo sorriu.

Ele lhe entregou uma moeda, sorrindo enquanto ela olhava para a moeda com admiração. Às vezes, ele se perguntava como ela cresceu, especialmente sem irmãos por perto. Pelo menos, ele tinha seus primos que sempre vinham visitá-lo, então ele não se sentia sozinho.

"Vai, faça um pedido", ele sorriu.

Rita sussurrou para a moeda, jogando-a na fonte enquanto observava-a afundar até o fundo antes que a água a cobrisse.

"Sua vez", Rita sorriu.

Rodrigo fez o mesmo, jogando sua moeda na fonte imediatamente. Eles observaram a moeda afundar até o fundo antes que a água a cobrisse.

"Obrigada, foi lindo", disse Rita.

"Foi um prazer. Eu só precisava te resgatar daquelas pessoas antes que você perdesse a cabeça. Eu podia ver que você realmente precisava ser salva", ele riu.

"Honestamente. Às vezes, me pergunto como Edmundo pode ser tão insensível e ainda me chama de noiva. É realmente irritante. Eu simplesmente não entendo por que meus pais não conseguem ver além da fachada dele", suspirou Rita.

"Às vezes, as pessoas criam uma ilusão perfeita e é realmente difícil determinar se são genuínas ou não", disse Rodrigo com um olhar distante.

"Você parece falar por experiência própria, há uma história por trás disso?", perguntou Rita.

Ela não queria ser intrometida, mas era bastante curiosa. Rodrigo sorriu, jogando uma pedra à distância.

"Eu não era filho único. Eu tinha uma irmã mais nova, ela morreu", ele disse.

"Oh, Rodrigo", suspirou Rita, segurando suas mãos.

"Ela sofreu um acidente causado pelo então namorado dela. Quando o conheceu pela primeira vez, foi seduzida por suas palavras doces. Eu soube imediatamente que ele era falso, alguém em quem não se podia confiar", ele disse.

"O que sua mãe fez?", perguntou Rita.

"Você conhece as mães, ela gritou e ameaçou deserdá-la, mas minha querida irmã não deu ouvidos aos nossos avisos até que um dia fugiu com esse cara e eles se envolveram em um acidente. A última vez que vi minha irmã foi seu corpo mutilado, ambos morreram no impacto", disse Rodrigo.

"Sinto muito, deve ter sido difícil para você e sua mãe. Qual era o nome dela?", perguntou Rita.

"Sophia, ela era a coisa mais linda que eu já vi", disse Rodrigo.

Sem pensar, Rita o abraçou. Rodrigo ficou surpreso com isso, mas afastou sua surpresa, retribuindo o abraço.

"Estou sempre aqui se você precisar de mim. Por favor, não me veja apenas como seu empregador, mas como um amigo e confidente", disse Rita.

"Obrigado", disse Rodrigo.

"Eu deveria voltar, não quero que Edmundo suspeite de nada", ela disse, levantando-se.

Eles voltaram para o prédio, de mãos dadas. Ao chegarem na recepção, Rodrigo soltou suas mãos, mas não antes de lhe dar um rápido beijo na bochecha. Rita sorriu com essa demonstração de afeto antes de se dirigir a Edmundo, que não tinha ideia de que ela havia saído.

Ela sorriu porque acabara de encontrar um novo amigo em seu motorista. Um que ela esperava ser mais genuíno do que Edmundo.

"Onde você foi?", perguntou Edmundo.

"Oh, em lugar nenhum. Só dei uma volta porque estava sentindo o calor", disse Rita.

"Venha, vamos cumprimentar alguns dos meus amigos antes de irmos", ele disse.

Rita suspirou internamente. Sem dúvida, isso seria mais uma rodada de conversas entediantes e curtas que nunca pareciam levar a lugar nenhum.

Ela suportou tudo e, quando terminaram, sentiu-se muito mais feliz.

"Que festa adorável", disse Edmundo.

Rita suspirou, desejando nunca mais ter que passar por aquilo novamente.

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