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Café da manhã

"Então, me fale sobre você", disse Rita, durante o café da manhã.

Rodrigo sorriu, tomando um gole do seu latte. Rita ficou surpresa com a quantidade de comida que ele trouxe. Havia vários tipos e ela teve dificuldade em escolher por onde começar.

"Não há muito o que dizer sobre mim", disse Rodrigo.

"Mas pelo menos há algo, certo? Eu adoraria ouvir, realmente não sei muito sobre você, exceto que você é meu motorista, o que não é muito, não é?", Rita riu.

"Verdade, senhora".

"Ah, pare com esse 'senhora'... me faz sentir velha. Rita está bom, por favor", ela disse.

"Está bem, Rita", ele disse.

Ela adorou a forma como seu nome soou na boca dele, parecia grandioso. Naquele momento, ela ficou feliz com seu nome.

"Ok. Meu nome é Rodrigo Campbell, como você já sabe, tenho trinta anos e sou filho único. Meu pai faleceu há alguns anos e, então, fiquei responsável por cuidar da minha mãe doente", ele disse.

Rita sentiu pena dele. Não sabia que alguém tão humilde tinha enfrentado tanto na vida, ela estava orgulhosa do senso de responsabilidade dele em cuidar da mãe. Nem todos fariam isso, o que a fez respeitá-lo ainda mais.

"Ah, sinto muito pela morte do seu pai. Por favor, espero que sua mãe esteja melhorando", disse Rita.

"Para ser honesto, não muito. Ela tem uma doença recorrente que nunca parece ir embora, não importa os remédios que usamos", ele disse tristemente.

Rita sentiu um aperto no peito. Naquele momento, decidiu descobrir quem era a mãe dele e colocá-la no sistema de saúde da empresa. Afinal, ela era a Presidente e podia fazer o que quisesse.

"Sinto muito, ela vai ficar bem. Por favor, se houver algo que eu possa fazer para ajudar, me avise", ela disse.

"Muito obrigado, eu realmente aprecio", disse Rodrigo, dando um aperto suave nas mãos dela.

Rita ficou surpresa com isso, mas rapidamente disfarçou sua surpresa apertando as mãos dele de volta. Rodrigo retirou a mão rapidamente, surpreso com essa demonstração de descuido.

"Está tudo bem, não vou correr gritando para o papai que você me tocou", Rita riu.

Rodrigo riu também e, pela primeira vez, ela notou que ele tinha uma covinha.

Nesse momento, o telefone dela tocou, interrompendo o momento. O identificador de chamadas mostrava que era sua mãe ligando, sem dúvida para lembrá-la sobre o estúpido jantar com Edmundo.

"Por favor, preciso atender", ela disse, caminhando em direção à varanda.

Rodrigo assentiu, observando-a sair. Ele não pôde evitar, sabia que estava se apaixonando por ela, mas precisava se controlar. Ela era intocável, alguém que ele só podia sonhar em ter. Ela era filha de Lawrence Anderson e prometida à família Brabra, ele não estava no mesmo nível e não havia motivo para tentar conquistar seu coração.

Na varanda, Rita atendeu a ligação. Os gritos de sua mãe foram o que a saudaram no primeiro minuto em que colocou o telefone no ouvido.

"Onde diabos você está? Estamos procurando por você em todo lugar", ela gritou.

"Mãe, não quero ser rude com você, mas por favor, pare de gritar. Não estou morta, como pode ver", disse Rita.

"Essa não é maneira de falar com sua mãe. Hoje é o jantar de Edmundo e você não está em lugar nenhum. Estou ligando para aquele maldito motorista, mas a linha dele não está funcionando".

"Eu adoraria que você respeitasse meus funcionários. Mãe, eu não vou ao jantar do Edmundo, tenho coisas melhores para fazer", disse Rita.

"O que deu em você? Ele é seu noivo, pelo amor de Deus, não faça isso, Rita", sua mãe implorou.

Rita teve vontade de desligar a ligação naquele momento, mas isso seria muito rude. Ela suspirou, olhando para o oceano ao longe.

"Tá bom, estarei aí em breve", ela disse, encerrando a chamada.

Rita entrou na casa, triste por ter que encurtar seu tempo com Rodrigo, mas prometeu compensá-lo.

"Desculpe, tenho que voltar para casa. Dever chama", suspirou Rita.

"Está bem, você está pronta para sair agora? Vou preparar o carro", ele disse.

"Estarei pronta em vinte minutos", ela disse.

Rodrigo assentiu antes de sair da sala de estar. Rita juntou a comida que sobrou, jogando-a no lixo. Ela tomou um banho rápido antes de encontrar Rodrigo lá embaixo, que já tinha ligado o carro.

"Qual é o nome da sua mãe?", Rita perguntou durante o trajeto para casa.

"Camille. Camille Campbell", ele disse.

Logo chegaram à casa, para sua decepção. Antes de sair do veículo, ele pegou suas mãos, dando um aperto suave.

"Por favor, me ligue se ficar muito difícil, e isso inclui aqui", ele disse.

"Obrigada, eu vou", Rita sorriu, saindo do carro.

Rodrigo dirigiu, estacionando o carro na enorme garagem antes de sair da mansão dos Anderson. Ele estava voltando para casa para cuidar de sua mãe, isso era a única coisa que importava para ele agora, ela e uma certa beleza de cabelos negros.

Rita, por outro lado, entrou na mansão, largando suas bolsas na escada. Ninguém estava à vista e ela aproveitou a oportunidade para se esgueirar para seu quarto.

"Bem-vinda, querida", sua mãe disse, saindo do quarto ao lado.

Rita assentiu, esvaziando o conteúdo de sua bolsa. Sua mãe andava de um lado para o outro e ela podia perceber que estava nervosa com algo, sem dúvida havia algo em sua mente.

"Desembucha, mãe", ela disse.

"Você já viu os jornais?", perguntou.

"Não, o que tem neles?", Rita perguntou.

Ela estava um pouco curiosa sobre as últimas notícias. Nesse momento, seu telefone apitou, anunciando que ela tinha uma nova mensagem. Ela deslizou o dedo pelo telefone e, com certeza, a mesma mensagem que sua mãe não queria que ela visse estava escrita em negrito no telefone.

Havia uma foto de Edmundo abraçado a uma jovem morena. Eles estavam claramente em um clube e Rita podia perceber que eles tinham acabado de transar. Ela bufou, jogando o telefone de volta na cama.

"Esse é o homem com quem você quer que eu me case. Esse mulherengo, nem pensar", ela disse furiosa.

"Eu sei, mas acredito que ele vai mudar com o tempo. Você tem que acreditar em mim", disse sua mãe.

"Eu só vou a esse jantar porque não quero decepcionar você e o papai. Não teste minha paciência, mãe", disse Rita.

"Obrigada, é tudo o que peço", sua mãe sorriu.

Ela saiu logo em seguida. Rita desabou na cama, suspirando com o rumo que sua vida estava tomando. Sentindo-se curiosa, ela abriu a mensagem relacionada a Edmundo e leu o conteúdo. Ela bufou, enojada com o fato de que alguém cuja família era respeitada por muitos poderia ser um mulherengo.

Ela não estava pronta para isso e esperava desesperadamente que algo a resgatasse desse dilema.

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