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Do lado de fora de um palácio élfico, uma jovem desesperada está prestes a dar à luz seu filho. Ela corre desesperadamente enquanto o sangue escorre por sua perna, procurando ajuda. Todos os elfos estavam em uma celebração anual do reino, deixando-a sozinha, gritando por socorro em todos os lugares. Um jardineiro idoso a ouviu e rapidamente largou o que estava fazendo, lavou as mãos e se aproximou da jovem para ajudá-la. A criança estava prestes a nascer, e sem muita comoção, a idosa a deita em uma mesa de pedra próxima, dizendo para ela respirar e empurrar com força, assim ajudando e preparando-a mentalmente para o parto. Após vários gritos de dor e grande desespero, a idosa consegue ver a cabeça do pequeno elfo e lentamente suas orelhas pontudas começam a emergir. Com um grande esforço de ambas, a idosa consegue dar à luz ao belo ser élfico, deslumbrante ao pôr do sol. A idosa retira a criança do ventre da mãe e a levanta alto com ambas as mãos. A elfa, sua mãe, a observa com lágrimas, muito feliz. Uma gota dos céus cai na cabeça do pequeno, imediatamente a idosa o abaixa e o entrega à mãe, enquanto a ajuda a se levantar e evitar se molhar na tempestade que se aproxima. Ambas caminham até o palácio, um dos guardas o abre, vendo a situação e permite a entrada delas para deitar a mulher em um dos quartos do jardineiro próximo à entrada do palácio. Uma vez no quarto, a idosa ajuda a jovem a se deitar enquanto limpa e tenta estancar o sangramento.
"Onde está o pai dessa bela criatura?" ela pergunta.
"Ele está nos arredores da floresta de Niffein, procurando ervas para aliviar as dores do parto, mas não esperávamos que esse momento chegasse tão rápido," responde a jovem.
"Me dê uma descrição dele para que eu possa encontrá-lo e dar as boas notícias."
"Não se preocupe, boa senhora, ele voltará em algumas horas, e eu mesma posso contar a ele. Nossa casa é aqui perto."
"Não, isso não é necessário. Você deve descansar. Foi um parto um tanto turbulento, os deuses nos ajudaram e tudo correu bem, mas não devemos forçar seu corpo, e hoje você deve descansar aqui."
"Não acho que seja necessário, mas eu realmente preciso descansar, meu corpo exige isso. Meu belo marido se chama Pelfsen, ele veste roupas um pouco gastas e deve carregar equipamentos para colheita. Ele tem cabelos claros como o orvalho da manhã nas Colinas de Dersis."
"Muito bem, minha senhora. Assim que eu terminar aqui, irei buscar um pouco de água das fontes da cidade e seu marido Pelfsen, para que ele possa vir ver seu lindo filho."
"Serei eternamente grata por tudo isso, senhora…"
"Flosies."
"Flosies. Meu nome é Flosies," responde a idosa com um sorriso caloroso. "E é minha honra e dever ajudar aqueles que precisam."
Com isso, Flosies termina de atender a jovem, garantindo que ela esteja confortável e segura. Em seguida, ela parte em sua missão de encontrar Pelfsen. A tempestade começou a se intensificar, com trovões roncando e chuva caindo pesadamente do céu escurecido. Flosies se envolve firmemente em um manto e segue em direção à floresta de Niffein.
Navegando pela floresta densa, Flosies chama por Pelfsen, sua voz lutando para ser ouvida sobre o rugido do vento. Ela avista uma luz fraca entre as árvores e se dirige para ela. Ao se aproximar, vê Pelfsen encolhido sob uma grande árvore, buscando abrigo da tempestade.
"Pelfsen!" Flosies grita, tentando chamar sua atenção. Pelfsen se vira, surpreso ao ver uma estranha chamando seu nome. "Sua esposa deu à luz um lindo filho," declara Flosies, sua voz cheia de alegria. "Tanto a mãe quanto a criança estão descansando em segurança nos terrenos do palácio."
Alívio e felicidade tomam conta do rosto de Pelfsen enquanto Flosies dá a notícia. Ele a agradece profusamente e expressa sua ansiedade para ver sua esposa e conhecer seu filho recém-nascido. Flosies oferece a ele seu manto para protegê-lo da chuva e o guia de volta ao palácio.
Enquanto caminham pela floresta, Pelfsen expressa sua gratidão pela ajuda de Flosies e conta sobre sua jornada para coletar ervas para ajudar nas dores do parto de sua esposa. Flosies ouve atentamente, oferecendo palavras de encorajamento e admiração pela dedicação dele como marido e pai. O vínculo entre eles se fortalece a cada passo.
Ao chegarem ao palácio, Flosies conduz Pelfsen até o quarto onde sua esposa descansa. O rosto da jovem se ilumina de pura felicidade ao ver seu amado marido. Pelfsen corre para o lado dela, abraçando-a gentilmente e enchendo-a de palavras afetuosas.
Com lágrimas escorrendo pelo rosto, eles olham para seu pequeno filho élfico, que os observa com curiosidade e inocência. Flosies dá um passo para trás, dando à jovem família um momento de privacidade e união. Ela fecha a porta suavemente, sentindo um profundo senso de realização em seu coração.
Nos dias seguintes, Flosies continua a apoiar a família em crescimento. Ela oferece orientações sobre como cuidar do recém-nascido, fornece remédios herbais para a recuperação da mãe e os ajuda com qualquer necessidade que surja. O vínculo entre Flosies e o jovem casal se aprofunda, e eles se tornam uma unidade familiar unida, apoiando-se mutuamente nas dificuldades da vida e celebrando suas alegrias.
Com o passar do tempo, a criança élfica cresce forte e enche os corredores do palácio com risos e alegria. Flosies se torna não apenas uma ajudante, mas uma figura de avó querida para o jovem elfo, transmitindo sabedoria e amor em cada oportunidade. O palácio élfico prospera com a presença da nova família, e sua história se torna uma inspiração para todos que a ouvem.
E assim, em meio à tempestade, um belo vínculo foi formado—um vínculo que resistiria ao teste do tempo. O ato de bondade de Flosies naquela noite fatídica mudou para sempre a vida do jovem casal élfico e de seu filho. Serve como um lembrete de que, em meio à escuridão, sempre há luz, e que mesmo nos momentos mais desesperadores, a bondade pode brilhar como um farol de esperança.