O ponto de vista de Alexander
POV de Alexander
"Você não pode estar falando sério", rugi, batendo na mesa de frustração. Meu dia não estava indo bem, e eram apenas nove da manhã. Eu tinha uma dor de cabeça no olho direito, a sensibilidade à luz indicava que provavelmente era uma enxaqueca, mas eu não tinha tempo para isso. Eu precisava trabalhar, mas meu trabalho estava sendo prejudicado por um Montgomery, de todas as pessoas.
A Cross Construction era o trabalho da minha vida, eu tinha dedicado a maior parte da minha vida para construí-la até onde estava hoje, uma oportunidade que meu tio havia me concedido. Depois que Jared abandonou a empresa da família, tio Trent me passou muitas responsabilidades.
Ian estava sempre doente e não conseguia acompanhar o ritmo acelerado da empresa. A maioria das pessoas tinha certeza de que eu herdaria a empresa, mas a maioria das pessoas não sabia o que eu sabia.
E era por isso que eu nunca poderia ser civilizado com os Montgomery, e tê-los roubando até isso de mim era inaceitável.
"Ah, acalme-se e não assuste a pobre garota", meu tio censurou, referindo-se à gerente de aquisições que me trouxe a má notícia.
"Além disso, pode haver novos desenvolvimentos", ele disse suavemente, e eu zombei.
"Se você está se referindo ao casamento entre Ian e aquela garota, vou lembrar que há rumores de que ela está saindo com um maldito Montgomery", cuspi, tola se você me perguntasse, ela poderia ter feito muito melhor.
"E me garantiram que não é o caso", ele respondeu. Eu não disse mais nada. Não queria arruinar sua esperança, ele estava certo, uma aliança com uma casa nobre seria benéfica. O país há muito abandonou a ideia de monarquia e nobres, mas essas famílias ainda existiam e eram reverenciadas, e qualquer negócio que propusessem ou apoiassem era garantido, até mesmo no governo. Era uma besteira, mas era a realidade.
"Prepare-se para o baile de hoje à noite", meu tio disse, e eu suspirei. O baile anual de negócios de Canton era hoje à noite, era uma noite para fazer contatos, uma coisa que eu odiava fazer, mas tentava mesmo assim.
"Você vai levar a Tammy?" meu tio perguntou, e eu dei de ombros. Tammy Ford era meu alívio do estresse, às vezes eu a levava para sair, mas ela não era uma mulher especial como meu tio gostaria de acreditar.
"Vamos ver", resmunguei. Agora eu queria essa licitação e precisava de um plano para consegui-la.
Julienne
Eu não deveria estar chorando, na verdade, a essa altura eu estava enojada com minhas lágrimas. Meus pais não tinham dito muito sobre minhas escapadas à meia-noite, meu pai apenas mencionou um casamento arranjado, quando ele saiu, eu desabei em lágrimas, minha mãe achou que era por causa do meu relacionamento, eu não tinha forças para explicar a ela que não era isso.
Horas depois, eu estava cansada de chorar, agora eu estava muito zangada. Como ele ousava pensar que eu era tão fraca. Bufei – um investimento, ele deve ser muito estúpido se achava que meu pai desembolsaria qualquer quantia de dinheiro para a família dele por qualquer motivo. Quanto mais eu pensava nisso, mais ficava com raiva. Eu não ia deixar ele se safar dessa, eu não ia deixar ele me machucar. Caminhei até meu guarda-roupa, abri e peguei o vestido mais provocante que eu tinha. Minha família tinha sido convidada para um evento, eu ia encontrar casualmente meu futuro marido lá. Os Montgomery estariam lá, o que significava que Corey também estaria. Tirei o vestido, sorrindo maliciosamente, Corey vai se arrepender de ter mexido comigo.
O baile anual de negócios de Canton era um evento anual, organizado principalmente para que homens ricos pudessem fazer contatos e suas esposas pudessem mostrar o quanto seus maridos ganhavam apenas pelas roupas que usavam. Na maioria dos dias, eu achava esses eventos realmente tediosos, mas não hoje. Eu escaneava a multidão procurando por Corey, mas não conseguia encontrá-lo. No entanto, eu tinha certeza de que ele estaria aqui.
Peguei uma bebida de um dos garçons e dei um gole.
"Você realmente parece que está prestes a matar alguém", minha mãe bufou e eu suspirei.
"Eu sinto que quero."
"Isso é por causa do casamento?" ela perguntou e eu balancei a cabeça.
"Não, mãe, é outra coisa," respondi. Minha mãe começou a dizer algo, mas parou quando meu pai a chamou com um aceno.
"Nos vemos," ela disse suavemente, apressando-se. Eu a observei ir embora e olhei ao redor da sala. Meu suposto noivo deveria estar aqui em algum lugar. A família Cross era conhecida por sua habilidade nos negócios. Como a maioria das novas famílias ricas, eles tinham dinheiro, mas nenhum título, por mais redundante que fosse. Um casamento como esse seria bem-vindo para eles.
Peguei minha bebida e fui para a varanda, onde ouvi duas vozes.
"Você não me diz isso, os Montgomerys não podem colocar as mãos nesse projeto de desenvolvimento," o primeiro homem disse, soando quase feroz.
"Alex, nós dois sabemos que eles têm mais influência nisso. Eu sei que você os odeia, mas há um limite para o que podemos conseguir," o outro homem respondeu, e ele bufou.
"Isso é uma besteira e eu me recuso a acreditar nisso," ele murmurou. Seu amigo suspirou.
"Vou pensar em algo, mas não temos muito tempo. Corey Montgomery está ganhando força usando a garota Campry," ele respondeu.
"Filho da mãe," Alex xingou com veneno. Seu amigo deu um tapinha em seu ombro e voltou para o salão de baile, deixando Alex para trás. Ele era alto, de porte poderoso, parecia implacável, mas o mais importante, ele odiava Corey Montgomery.
"E se ele não tiver toda essa influência?" perguntei, entrando na varanda. Ele se enrijeceu, endireitando-se e se virou lentamente para me encarar.
"E se quem não tiver a influência?" ele perguntou friamente, e eu sorri.
"Você sabe exatamente de quem estou falando," ele riu.
"Você é sempre tão ousada ou isso é apenas estupidez?" Dei um gole na minha bebida e entrei completamente na varanda. O luar era brilhante o suficiente para que eu pudesse vê-lo um pouco melhor. Seu rosto era esculpido, sobrancelhas altas, um nariz aquilino e lábios largos. Ele parecia um lorde distinto.
"Eu gosto de tomar a iniciativa," respondi.
"E quem é você?" ele perguntou.
"Sou alguém que odeia os Montgomerys quase tanto quanto você."