




♥ Capítulo 6 ♥
Magnus Darkmore.
Precisávamos de mais uma empregada na mansão, então pedi à minha secretária, Amelia, que colocasse um anúncio nos jornais. Como não queria lidar com as entrevistas sozinho, convidei meus irmãos para me acompanharem: Kael, o segundo irmão, um juiz renomado, e Damien, o terceiro irmão, que é médico. Kael tem trinta e seis anos, Damien tem trinta e cinco, e eu sou o mais velho com trinta e oito.
As primeiras candidatas foram um desastre. Pareciam mais interessadas em se jogar em cima de nós do que em mostrar suas qualidades. Kael, com seu jeito rude e sarcástico, não dava trégua. Ele sempre fazia questão de humilhar as garotas, algo que divertia profundamente Damien. Concordo que também achei a situação engraçada. Ver a reação delas às provocações dele e o desconforto que causava era um espetáculo por si só.
No entanto, o que não esperávamos era que a próxima candidata chamasse nossa atenção. Quando ela entrou no escritório, soubemos imediatamente que ela era diferente das outras.
Yara Blake tinha uma presença ao mesmo tempo discreta e marcante. Sua pele escura perfeitamente uniforme contrastava com seu cabelo longo e brilhante, que caía em ondas suaves sobre os ombros. O brilho sutil em seus olhos castanhos, quase dourados à luz do escritório, revelava uma mistura de timidez e algo mais profundo, como se houvesse uma história não contada por trás daquele olhar. Seu rosto, com traços delicados e expressivos, era emoldurado por uma franja que suavizava sua expressão, enquanto seus lábios finos e naturalmente rosados permaneciam fechados em uma linha nervosa.
Seu corpo, embora não excessivamente curvilíneo, tinha uma graça sutil, uma elegância natural. Além disso, sua postura era ereta, mas com uma leve inclinação para frente, como se estivesse constantemente se preparando para recuar ou se proteger. O jeito como seus braços estavam levemente contraídos ao longo do corpo e como suas mãos pequenas e de dedos longos se moviam nervosamente sobre a coxa eram um claro sinal de sua ansiedade. Havia algo na maneira como ela abaixava o olhar, como se tentasse evitar qualquer confronto, que exalava uma mistura de fragilidade e pureza que nos atraía de uma forma inesperada.
Ficamos ainda mais intrigados quando ela revelou que era casada. Em vez de nos desencorajar, isso apenas acendeu uma chama de curiosidade e desejo. Seu jeito gentil e a maneira como passava as mãos nervosamente sobre a coxa capturaram nossa atenção e despertaram um interesse que eu não esperava. Meus irmãos e eu não nos importamos em compartilhar a mesma mulher. Na verdade, é algo que fazemos com bastante frequência, mas o jeito como ela se comportava, toda retraída e com um olhar tão submisso, foi especialmente estimulante para mim.
O que me surpreendeu foi o efeito que a presença dela teve em mim e nos meus irmãos. Havia algo em seu comportamento reservado e na maneira como ela parecia ansiosa e nervosa, mas ao mesmo tempo no controle, que despertou nossa curiosidade e atração. A combinação de sua beleza sutil e sua atitude submissa nos fez querer descobrir mais sobre ela, explorar sua personalidade e o que estava por trás daquela fachada aparentemente frágil. O desejo de desvendar esse mistério era palpável, e sem dúvida era algo que nos desafiava e atraía de maneiras que não esperávamos.
14:00 ''Escritório.'' Eldoria.
''Magnus?'' A voz de Kael me tirou dos meus pensamentos.
''Sim?'' Virei-me para encará-lo.
''Você estava pensando nela, não estava?'' Damien perguntou com um sorriso no rosto.
Cruzei as pernas, mantendo a expressão fechada.
''Não é como se vocês também não estivessem pensando nela.'' Kael se recostou na cadeira e colocou os pés na minha mesa.
''Não vou mentir, aquela garota chamou minha atenção. E não só a minha, mas a nossa atenção.''
''Tenho certeza de que o que chamou nossa atenção foi o jeito gentil dela e a pureza em seus olhos. A maneira como ela agia submissamente. Droga, é difícil encontrar mulheres assim hoje em dia,'' disse Damien, passando a mão pelo cabelo.
''De fato, encontrar mulheres tão submissas e puras é bastante difícil,'' concordei com ele.
''Quero corromper essa pureza,'' disse Kael, de repente com um sorriso no rosto. ''Estou imaginando ela gemendo enquanto sobe no meu pau.''
A imagem dessa cena passou pela minha cabeça, enviando arrepios pelo meu corpo. Cruzei as pernas para esconder a evidência nas minhas calças.
''Controle-se, irmão. Lembre-se, ela não é como as prostitutas que pegamos. Devemos ir com calma,'' disse suavemente.
Damien riu, chamando nossa atenção.
''Controle-se, irmão? Você é o pior de nós, que não tem controle nenhum.'' Dei um pequeno sorriso.
''Vamos com calma, não somos animais primitivos no cio. Essa atração que estamos sentindo por ela é apenas um desejo de explorar sua vulnerabilidade. Tenho que confessar que o jeito submisso dela realmente me afetou, e a maneira como ela me chamou de senhor foi ainda mais excitante.''
Eles acabaram rindo.
''Você é um pervertido, irmão. E o que é pior, sádico.'' Kael disse, rindo. Algo com o qual não discordo.
Eu realmente sou um sádico. Gosto de estar no controle da situação, de manipular e brincar com as emoções das pessoas ao meu redor. É uma sensação poderosa, que me dá uma satisfação perversa que não posso negar. Se há algo que me fascina, é a capacidade de dobrar a vontade de alguém e fazê-lo se submeter aos meus desejos, seja por medo, atração ou qualquer outro motivo.
Não é apenas o prazer do controle, mas o desafio que isso representa. Cada pessoa tem suas próprias fraquezas, suas próprias vulnerabilidades, e descobrir como explorá-las é como um jogo intelectual para mim. A sensação de ter alguém na palma da minha mão, sabendo que posso manipular suas ações e pensamentos, é algo que me dá uma sensação de domínio absoluto.