O primeiro ato
"Alpha Williams!" O homem à minha frente disse enquanto se virava para Alpha Williams, que estava atrás dele. Você podia ouvir o ódio que ele tinha por Alpha Williams pelo tom de sua voz. Quantas pessoas odiavam esse alfa?
"Você não sabe quando deixar uma mulher em paz, sabe?" Alpha Williams perguntou com as mãos cruzadas atrás das costas e olhos afiados fixos no homem.
"Bem, não há nada de errado em tentar a sorte. Pelo que sei, ela pode ser minha companheira. Você sabe que alguns de nós valorizam essa coisa de companheiro." Eu podia ouvir o significado oculto em suas palavras. Ele estava tentando irritar Alpha Williams por causa do boato de que ele havia matado sua companheira.
"Entendo, Alpha Dylan, acho que você terá que procurar em outro lugar, ela está comigo," Alpha Williams disse, e por mais que eu tentasse, não consegui esconder meu sorriso.
Eu poderia beijar o destino agora, só que o destino não era uma pessoa. Ambos eram alfas, e estavam se oferecendo como instrumentos para minha missão sem saber.
"Como quiser, Alpha Williams," o outro alfa disse enquanto se virava para mim, sorrindo como se dissesse; isso não acabou, eu te vejo outra hora e então ele se afastou.
"Bem, obrigado, Alpha Williams, mas eu tinha tudo sob controle antes de você chegar."
"É, me conte sobre isso," ele disse e estava prestes a se virar e se afastar de mim, mas eu o parei.
"Alpha Williams," eu chamei, e ele parou, mas não se virou para mim, então eu caminhei até ficar na frente dele.
"Você me prometeu um tour pela sua alcateia ontem à noite, lembra?" Eu disse enquanto olhava para ele com meus olhos encantadores piscando para ele. Funciona o tempo todo.
"Sou um homem ocupado, tenho coisas importantes para fazer," bem, talvez não hoje. Não funcionou com ele, com um toque de decepção brilhando em meus olhos.
"Mas você prometeu, e da última vez que verifiquei, alfas não voltam atrás em suas palavras," eu disse, tentando segurá-lo com isso.
"Vou arranjar alguém para te mostrar," ele disse enquanto começava a andar novamente, esperando que eu o seguisse, mas eu não segui. Eu queria que ele me mostrasse, não outra pessoa.
Eu sabia exatamente o que fazer.
"Bem, já que você está ocupado, posso aceitar a oferta do Alpha Dylan, ele parece um homem legal," eu disse enquanto me virava de Alpha Williams e começava a caminhar para onde vi Alpha Dylan ir. Eu sabia que ele me pararia porque isso feriria seu ego masculino se eu voltasse para o alfa que ele acabou de mandar embora.
"Vou te mostrar alguns lugares. Tenho uma reunião com os alfas, então não tenho muito tempo. Continuaremos amanhã. Você pode ficar o tempo que quiser e ver por si mesma, mas não estou prometendo muito do meu tempo."
Bem, isso foi rápido.
O alfa acabou de me dizer que eu poderia ficar o quanto quisesse? Que gentil da parte dele.
"Bem, mostre o caminho, Alpha Williams, afinal, é sua alcateia."
Não havia dúvida de que a alcateia Coração de Pedra era bonita, eles tinham muita terra, riqueza e tudo de bom que uma alcateia poderia ter, bem, a única coisa era que eles não tinham um bom alfa.
O alfa deles era um espinho na carne de muitas alcateias e ele precisava ser removido. Ele causou muita dor na vida das pessoas, trouxe lágrimas aos olhos de muitos, e deixou crianças órfãs tudo por causa de seu egoísmo e ganância por poder.
Eu cerrei as mãos, tentando me controlar para não pular nele e envolver minhas mãos em seu pescoço para que ele sufocasse por todas as coisas ruins que ele havia feito.
Ele estava me mostrando a área expandida que eles tinham apenas para treinamento. Eles estavam treinando seus guerreiros para se tornarem monstros. Vi a mulher do arco lutando com um cara e, pela sua resistência e a maneira como se movia, dava para ver que o homem não tinha chance contra ela.
"Quem é aquela?" Perguntei a Alpha Williams enquanto apontava para a mulher do arco.
"Essa é Renee, minha Beta," ele disse. Ah, ela era sua beta, isso é impressionante. Sinto muito por ela, mas ela não seria capaz de salvar seu alfa de mim. Ninguém seria.
Deixei Alpha Williams depois que ele me mostrou onde ficava seu escritório como parte do tour. Como recompensa, eu o beijei e ele não recusou.
Abri a porta do meu quarto e entrei, fechando-a atrás de mim. Corri até onde estava minha bolsa e rapidamente procurei a roupa que usaria para minha missão naquela noite. Eu precisava ser o mais discreta possível. Tinha um gorro apertado que cobria meu cabelo até o pescoço, nunca poderia deixar meu cabelo solto em qualquer missão, seria uma pista fácil e a última coisa que eu queria era que alguém suspeitasse de mim. Revisei meu plano na cabeça antes de colocar tudo o que precisava de volta na bolsa.
Continuei meu dia conhecendo pessoas. Não tinha mais nada para fazer porque tudo o que eu queria era que a noite chegasse para que eu pudesse executar meu plano. Os homens ainda não conseguiam tirar os olhos de mim e eu me importava? Não.
Até peguei um macho com companheira me encarando, e sua companheira também percebeu.
Finalmente era noite, e eu estava no meu quarto esperando que todos fossem dormir. Eu sabia que isso não seria fácil porque havia muitos guardas de patrulha, mas eu era Cleopatra, e fui treinada para situações como essa. Nada me assustava.
Vesti minha roupa preta, querendo me misturar com a noite enquanto passava o perfume especial que meu beta me deu, feito por uma bruxa para esconder meu cheiro e ninguém ser capaz de me rastrear, não importava quão bom fosse seu talento de rastreamento.
O mundo ficou silencioso enquanto eu saía furtivamente do meu quarto pela janela. Caminhei o mais silenciosamente possível pelas árvores, passando por trás dos guardas que estavam de patrulha, mas eles nem me notaram porque fui ensinada a me mover silenciosamente.
Comecei a correr de forma constante quando avistei outro grupo de guardas e, rapidamente, antes que pudessem me ver, me joguei no chão e comecei a rastejar para me esconder atrás de uma árvore. Observei-os de onde estava enquanto se moviam. Havia cerca de três deles. Não havia como passar sem que algum deles me visse. Eu precisava distraí-los.
Procurei no chão uma pedra e, quando encontrei uma, joguei-a, e isso imediatamente chamou a atenção deles.
"Quem está aí?" Um deles perguntou enquanto olhava para os outros antes de os três caminharem até onde a pedra caiu, e eu usei a oportunidade para correr sem que eles notassem.
Sem mais distrações, a missão real começou. Abrir a porta do alfa não foi difícil, mesmo sendo uma porta elétrica que precisava de um código de acesso. Não me pergunte como eu fiz isso.
Entrei no escritório do alfa e fechei a porta atrás de mim. Não sabia por onde começar a procurar, então fiquei parada olhando para o escritório, pensando onde ele poderia guardar algo assim.
Caminhei até a mesa dele e tentei abrir as gavetas, mas estavam trancadas. Sem problema, abri-as com um grampo. Verifiquei as duas primeiras gavetas, mas não havia sinal do que eu estava procurando.
Deve estar aqui em algum lugar.
Mas, assim que abri outra gaveta para procurar o Livro dos Alfas, a porta de repente se abriu com força.
Estou ferrada.