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A barganha

Meu coração quase saiu do peito enquanto eu corria para o lado dela, segurando sua mão. "Dona Isolde, o que aconteceu?"

A voz dela tremia enquanto falava, "Meu... meu neto. Ele sofreu um acidente."

O monitor de batimentos cardíacos dela apitava freneticamente, combinando com o pânico em sua voz. Ajustei rapidamente o soro e respirei fundo, tentando manter a calma. "Dona Isolde, preciso que você respire fundo. Precisamos mantê-la estável."

Ela assentiu, mas suas respirações eram rasas e rápidas. "Remi, por favor... Rowan... meu neto é tudo o que me resta. Desculpe por ter te enganado. Desculpe por não ter te contado que o homem na TV era meu neto. Desculpe por ter mentido sobre minha identidade, mas por favor, Remi, por favor, me ajude."

"Eu prometo, farei tudo o que puder," assegurei, apertando sua mão. "Deixe-me ligar para o hospital e obter mais informações."

Eu agi com frieza. Realmente tentei.

Mas não consegui. A mulher que eu tinha aprendido a admirar era a avó do meu pior pesadelo.

A mulher que eu cuidava era a matriarca da família Vaughn.

Minha mão tremia enquanto discava para o hospital, felizmente, era o hospital onde eu trabalhava.

Liguei para o hospital, e meus piores medos foram confirmados. Rowan Vaughn tinha sofrido um grave acidente de carro e estava em estado crítico. Seus ferimentos eram extensos e ele precisava de uma cirurgia imediata.

"Vou para o hospital agora mesmo," disse à Dona Isolde, tentando tranquilizá-la tanto quanto a mim mesma.

Ela segurou minha mão com força, seus olhos suplicantes. "Você tem que salvá-lo, Remi. Por favor."

"Vou fazer o meu melhor," prometi, sabendo que meu melhor teria que ser suficiente.


Dirigi como uma louca. Não me importava que Dona Isolde tivesse mentido sobre sua identidade. Ela tinha seus motivos. O que me preocupava era o fato de que eu tinha rezado pela morte de Rowan.

Por causa dele, perdi o acesso para saber se meu primo estava vivo ou não. Por causa dele, passei anos bebendo e tentando me encontrar, mas não consegui.

E agora a vida dele estava em minhas mãos.

Dona Isolde tinha pedido e eu precisava que meus filhos conhecessem o pai.

Os corredores do hospital estavam cheios de atividade. Um figurão estava aqui. Fui rapidamente informada sobre a condição de Rowan: múltiplas fraturas, hemorragia interna e um trauma craniano severo que poderia levar à amnésia.

Droga.

Seria uma cirurgia longa e complicada.

Os olhos do Dr. Thompson se fixaram nos meus, "Remi, graças a Deus você está aqui, temos um figurão no caso," disse ele, com a voz baixa. Encontrei seu olhar, meu maxilar travado. Com um movimento rápido, vesti meu avental cirúrgico e luvas, o látex estalando no lugar.

"Vamos lá," disse, caminhando em direção à sala de cirurgia.

"Vamos começar," disse, minha voz firme e calma.

"Bisturi," respondeu meu assistente, colocando o instrumento na minha mão.

Fiz a incisão inicial, o som da lâmina cortando o tecido preenchendo a sala. "Pinça," pedi, meus olhos fixos na área exposta.

"A pressão está caindo," alertou a anestesista, sua voz tensa de preocupação.

"Me dê uma leitura," exigi, meu foco inabalável.

"80 por 40," ela respondeu, sua voz carregada de urgência.

"Droga," murmurou o Dr. Thompson, seus olhos se voltando para os monitores.

"Fiquem comigo, pessoal," disse, minha voz firme mas controlada. "Sucção."

O dispositivo de sucção entrou em ação, limpando a área do excesso de sangue. Trabalhei em silêncio, minha mente correndo com cálculos e possibilidades. Removi cada pensamento, cada medo, cada distração.

"A artéria está comprometida," alertou meu assistente.

"Me tragam um enxerto, agora," ordenei.

Os minutos passavam como horas, cada segundo se estendendo em uma eternidade. Minha equipe trabalhava em conjunto, seus movimentos coreografados à perfeição.

"A pressão está estabilizando," anunciou a anestesista, um toque de alívio em sua voz.

"Vamos fechar," disse, minhas mãos se movendo com precisão.

Os pontos finais foram colocados, cada um um testemunho de nossa habilidade e determinação coletiva.

"Terminamos," disse, afastando-me da mesa, meus olhos fixos nos monitores.

"Conseguimos," disse o Dr. Thompson, um sorriso se espalhando em seu rosto.

Assenti, meus olhos ainda fixos no paciente. "Ele ainda não está fora de perigo."

Mas por enquanto, tínhamos vencido.


Depois de horas que pareceram dias, finalmente estabilizamos Rowan. Ele estava vivo, mas ainda em estado crítico. Fizemos tudo o que podíamos; agora, tínhamos que esperar.

Saí da sala de cirurgia, a exaustão tomando conta de mim. Gigi correu em minha direção, seus olhos vermelhos e inchados de tanto chorar.

"Ele está bem?" ela perguntou, sua voz trêmula.

"Ele está estável por enquanto," respondi, tentando soar tranquilizadora, "Mas você precisa estar preparada, as chances de ele ter amnésia são de até 70%."

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