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Teia de mentira?

"Que tipo de idiotice é essa, Brad?" Olivia perguntou.

"Não é uma missão de tolo, Srta. Moore. Seu pai deixou uma carta escrita à mão e enfatizou que, se em dois dias você não se casasse com um dos gêmeos, a propriedade seria passada por votação para um dos diretores da empresa."

"Olivia, você pode impedir que isso aconteça!" Samuel implorou à irmã. "É a herança do papai. Ele confia em você o suficiente para deixar toda essa responsabilidade." Ela era a mais velha, seu posto de direito.

Olivia se levantou e foi na direção dos dois rapazes, que na sua opinião pareciam idiotas.

"Vocês sabiam disso?! Vocês falaram com meu pai antes de ele partir?" Os dois balançaram a cabeça freneticamente, negando. "Aaagh!" Olivia soltou sua frustração e saiu da sala completamente chateada com a situação embaraçosa em que a colocaram.

Era muita pressão.

A garota passou pela cozinha e pegou uma das garrafas de vodca que estavam servindo na festa e foi para o jardim dos fundos da mansão. Lá era seu lugar favorito. Passava horas admirando as flores bem cuidadas e o perfume magnífico que exalavam. Isso a deixava mais tranquila.

Sua cabeça doía ao pensar nas possibilidades que aquela maldita carta sinalizava. Ela tinha conversado muitas vezes com seu pai, mas nunca imaginou que ele a forçaria a se casar com um de seus vizinhos idiotas.

Olivia é jovem e não quer pensar em casamento com ninguém.

Ela abriu a garrafa de vodca com os dentes e sentou-se na janela da estufa, admirando a calma do jardim. Bebeu o líquido ardente e suspirou profundamente, tentando esquecer por um momento a confusão que estava acontecendo na sua sala de estar.

"Eu sabia que te encontraria aqui." Olivia ouviu Lian se aproximar e virou bruscamente na direção oposta, tentando ignorá-lo. "É assim que você resolve seus problemas? Me ignorando e se entregando a bebidas que te deixam entorpecida?" ele perguntou brincando.

"Sim."

"Me dá um pouco. Eu também estou precisando." Ele se sentou ao lado dela, e ela estendeu a garrafa para ele. Depois de beber um longo gole, Lian limpou a boca, sentindo o líquido descer aquecendo sua garganta. Ele olhou para o céu e esperou Olivia começar a falar, mas isso não aconteceu. "Quando recebi a carta, pensei que você tinha conversado com seu pai." Ele comentou casualmente, sabendo que o assunto era delicado para ambos.

"Quando encontrei seu irmão no meu quarto, pensei que você tinha falado com ele."

"Não... espera, o que meu irmão estava fazendo no seu quarto? Ah, não importa agora, e eu nunca poderia dizer. Você me fez prometer." Ele a encarou. "Quando você saiu, Brad disse que haveria mais regras, que não seria por sua escolha pessoal." Lian levou o álcool de volta à boca. Seria mais fácil falar sobre isso bêbado.

"Eu imaginei que seria assim. Meu pai tinha um senso de humor questionável." Olivia apoiou a cabeça na parede, com a mente clara porque não queria passar o dia todo nervosa com uma ideia brilhante de seu pai. Ele tinha morrido há poucas horas. Ainda não merecia ser amaldiçoado. Ainda não.

"Ele quer que Matteo e eu entremos em uma competição de honra e poder. Ele até fez uma lista com as tarefas a serem cumpridas." Lian riu desacreditado. Isso soaria realmente engraçado se a circunstância fosse diferente.

Se fosse em outra família, com outro ômega, e especialmente apenas com seu irmão. Ele não estava interessado em cortejar ninguém. Quem ele queria já fazia parte de sua vida recentemente.

"Que original, jogos fúnebres, viva!" Olivia disse irônica. "Você disse que não vai participar, certo?"

"Não, eu disse que sim."

"O quê?" A garota o encarou pela primeira vez. Lian era o gêmeo mais novo com uma diferença de apenas três minutos. Os dois eram idênticos, mas Lian tinha uma cicatriz logo abaixo do lado esquerdo do nariz. Isso era tudo que os diferenciava, e claro, suas personalidades completamente opostas.

"Matteo ficou empolgado com essa proposta," Lian suspira pesadamente. "Se ele não aceitasse, ficaria com você. O mesmo aconteceria se ele não quisesse participar, mas você o conhece, ele sempre quer mostrar suas habilidades, e se um Moore vier de graça, é o dia que ele sempre sonhou."

"Não acredito que meu pai teve a coragem de fazer isso comigo. Eu não fui uma filha ruim para ele! E isso é um castigo," ela reclama enquanto bebe.

"Se você tivesse contado a ele sobre nós, isso não estaria acontecendo." O garoto diz ressentido. Afinal, tudo poderia ter sido evitado por Olivia algumas semanas atrás. Tudo bem que seu pai estava doente no hospital. Ele foi paciente em manter o relacionamento recente deles em segredo do Sr. Moore. Ele não se preocupava nem se empolgava demais. Afinal, ele sempre quis que Olivia entrasse em um relacionamento.

A garota não queria piorar a condição do pai, mas não previu ações tão exageradas do outro lado. Se ela tivesse forçado Samuel a tomar a dianteira, não estaria nesse enorme problema agora. Ela estava com raiva e ciúmes do irmão mais novo.

"Isso é tudo culpa minha. Desculpe por te colocar nessa situação." Ela se vira para Lian e faz um simples gesto carinhoso com as mãos. Ela não queria que eles se afastassem. Eles tinham que ficar juntos para sair dessa.

"Sim, é tudo culpa sua. O que você está pensando em fazer?" ele pergunta esperançoso. Ela era uma mulher muito inteligente, tinha que encontrar uma solução rápida.

"Podemos falar com meu irmão sobre nós. Ele pode ajudar..."

"Você ainda não entendeu?" Ele balança a cabeça irritado. "Ninguém pode nos ajudar. Estamos sozinhos. Se você disser algo agora, vai perder tudo! Não há brecha para usar!" Ele se exalta um pouco. Ele tinha razão em estar magoado, Olivia sabia. "Eu não quero complicar as coisas, Oliv. Eu não quero brigar... mas agora eu tenho que competir com meu irmão pela sua mão. Isso é ridículo." Ele a encara e pega uma das mãos dela para tocar suavemente seu cabelo.

Olivia suspirou com o toque do outro e se aproximou de Lian. Fazia quase três dias que eles não tinham tempo um para o outro. Depois que Olivia voltou para a cidade natal, Lian ficou na capital, esperando por notícias. Ele sabia que não seria bom para eles serem vistos juntos. Olivia não estava pronta para assumir um relacionamento sério, e ele era uma pessoa paciente.

Mas tudo mudou quando ele inesperadamente recebeu uma carta de Leonard Moore, um homem de poucas palavras. Ninguém imaginava o que estava passando pela cabeça dele.

"Ei, o que você pensa que está fazendo, Lian?" O garoto, que estava prestes a beijar sua namorada, ouve a acusação do irmão à distância. Lian abaixa a cabeça e suspira novamente. Isso não teria um bom final. "Concordamos em não ficar perto dela até o fim da competição!"

"Você disse isso, eu só ouvi!" Lian diz irritado. "Estou tendo uma conversa particular aqui, saia."

"Nada disso pode influenciar os sentimentos de Olivia. Quanto mais longe de nós dois ela estiver, melhor será quando descobrir que eu serei seu marido." Matteo se aproxima ferozmente de Lian, que se levanta e encara o irmão com raiva. Os dois têm uma luta brutal com olhares, e Olivia bebe o resto da vodca em sua mão e revira os olhos.

Ela não tem paciência para brigas de cachorro estúpidas como essa.

"Ei, idiotas, parem de bancar os alfas." Ela também se levanta e se aproxima dos dois. "Horas atrás, vocês nem sabiam dessa competição. Eu não quero que vocês se matem por causa de um contrato de casamento."

Os irmãos se olham novamente, como se estivessem trocando uma mensagem subliminar.

"Desculpe, Olivia, mas isso vai muito além de um simples contrato de casamento," Lian diz ironicamente e sai, puxando o irmão a contragosto pelo braço, deixando a estufa.

Olivia acha a atitude um pouco estranha; talvez os dois estejam escondendo algo.

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