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Capítulo 6
Cam foi gentil o suficiente para me levar para casa. Ele me pergunta novamente se estou bem e eu digo que sim, sorrindo educadamente.
Ele então beija minha bochecha e coloca a mão no meu ombro. Saio do carro e ele sorri para mim através da janela e vai embora. Ele me deixa parada na calçada, observando o carro com os olhos até que ele desapareça de vista.
Agora tenho certeza absoluta de que ele vai me deixar louca.
O sábado é uma correria. Ajudo minha mãe a arrumar a casa de manhã, porque domingo é nosso dia de descanso, então sempre tentamos fazer as tarefas domésticas com antecedência.
Depois do almoço, vou estudar. Quero ter a mente clara quando chegar à faculdade, sem pensar no Cam e seus olhos lindos, penetrantes e sexy.
Nossa, não posso achar meu chefe sexy, mas ele é. Como posso mentir para mim mesma quando ele é extremamente atraente.
Depois de estudar bastante, vou tomar meu banho, lavar o cabelo e passar óleo no corpo. Visto uma calça jeans e uma blusa azul clara de manga curta e calço um All Star.
Coloco um suéter frio na mochila e pego meu caderno. Me despeço dos meus pais e coloco a chave de casa na mochila. Vou para a escola novamente com o carro da minha mãe. Presto atenção na aula e, durante o intervalo, converso um pouco com a Sarah, uma das minhas amigas da faculdade.
- E aí... Aquele cara, o Márcio, parou de te incomodar?
Ouvir o nome dele me lembra de ontem. Ainda não sei se realmente o vi ou se foi coisa da minha cabeça. Um medo surge e eu abaixo a voz:
- Acho que ele tem me seguido ultimamente.
Confesso e abaixo a cabeça, triste. Não sei mais o que fazer, se isso for verdade, vou me sentir perdida.
- Sério, Ana? Como assim? Ele está louco? Denuncia ele.
Sarah diz, irritada, e eu respondo, triste:
- Você sabe que na nossa cidade ninguém leva isso a sério, né? Ninguém se importa se uma mulher é ameaçada ou se é abusada. Uberlândia está mais perdida do que tudo. Você sabe quantos casos existem de mulheres que são abusadas e ameaçadas e ninguém faz nada.
Digo, triste, e minha amiga me abraça e me acalma dizendo:
- Calma, eu sei que nossa cidade está um caos, mas se acontecer alguma coisa com você, me avisa. Eu vou fazer de tudo para te ajudar, amiga.
Ficamos ali, abraçadas por mais um tempo. Esse abraço me ajudou por um momento.
Passo o domingo lendo alguns dos meus livros que ainda estão na estante. Leio um aqui e outro ali, e no final do dia decido ir para a cama cedo, porque amanhã é um dia longo e quero estar bem descansada.
Vou tentar ser profissional no trabalho e não cair no jogo do meu chefe, porque ele sabe muito bem como seduzir uma mulher. Não quero ser apenas mais uma no jogo de sedução dele, não. Não sou mais boa para o amor. Além disso, sinto que o Márcio ainda vai aprontar muito e tenho medo do que ele possa fazer.