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Capítulo 5
Estou com medo, sei que não deveria estar, mas estou. Será que o Márcio pode tentar alguma coisa porque acha que eu estava traindo ele? Espero que não.
Cam me olha de lado a cada minuto, deve estar pensando um turbilhão de coisas, mas não quero falar sobre minha vida pessoal com ele. Não é da conta do Cam, e é um pouco irritante falar sobre nossas vidas para o nosso chefe. Sim, meu chefe, bonito e intimidador.
Depois de meia hora em silêncio, chegamos ao restaurante bonito e chique. Ele abre a porta do carro para mim e depois me guia até a entrada. Ao entrar, olho ao redor e vejo muitas pessoas nos observando. Odeio ser o centro das atenções, ainda mais em um lugar como este, mas tenho que tentar manter a calma.
Sentamos na mesa que ele reservou e ele pede o melhor vinho do restaurante. Ele me olha, sorrindo de lado. O sorriso que me deixa tonta e perdida em pensamentos.
- Está tudo bem mesmo, Caroline? Não quer falar sobre isso?
Olhei para ele, admirando sua beleza. Não há como negar que ele é lindo, e aqueles olhos? Uau, são olhos penetrantes.
- Sim, estou bem. Estou curiosa para saber como vai ser meu trabalho, se não se importa.
Mudo de assunto de forma educada. Desvio o olhar e arrumo meu cabelo, que está solto. Cruzo as pernas e volto a olhar para ele, que me observa atentamente.
- Claro, bem... você vai trabalhar para mim das sete às sete. Com uma hora e meia de almoço. Sugiro que almoce na minha empresa. Há um restaurante lá e posso garantir que será do seu agrado. Aos sábados, seu horário de trabalho será das sete às onze. Domingo é seu dia de folga. Alguma dúvida?
Suspiro e digo, envergonhada.
- Nenhuma dúvida. Quer dizer, na verdade, tem uma coisa. Esqueci de mencionar no meu currículo que estou na faculdade de medicina e tenho aulas durante a semana das seis às dez da noite. Não posso me atrasar para a faculdade. Então, seria possível eu ser liberada às cinco da tarde? Se precisar, chegarei às seis em ponto na sua empresa.
Cam me olha, pensativo. Seu olhar é sério e eu fico até com medo do que ele pode me dizer. Graças a Deus o vinho chega e o garçom nos serve.
Cam nem pergunta o que eu quero e, em vez disso, pede um prato italiano: capeletti ao molho bechamel.
Ele me olha, depois que estamos sozinhos novamente.
-
Bem, só peço que seja pontual, Caroline, porque odeio atrasos.
-
Não vou me atrasar, senhor, prometo.
-
Espero que não se importe de eu ter pedido nossa comida. Acabei de lembrar que tenho um compromisso em meia hora.
-
Eu entendo completamente, você tem compromissos, claro.
Falo rápido demais, Cam está bravo, eu sei que está. Mas simplesmente esqueci de mencionar a faculdade, como sou burra às vezes.
Depois que a comida chega, como um pouco do prato italiano, tomo uma taça de vinho e limpo a boca depois de comer.
Cam come um pouco e diz que vai agilizar o pagamento da conta. Fico ali, esperando ele voltar, quando sinto alguém me observando. Nossa, será que ando assistindo muito suspense ultimamente? Não pode ser.
Olho para a janela ao meu lado e vejo Márcio com um boné, me observando em pé na frente da janela. Caio da cadeira, de tanto medo, e começo a tremer no chão. Meu traseiro dói e meu vestido está todo amassado. "Meu Deus, até quando vou ter medo desse cara? Por que meu ex está agindo assim? Me perseguindo?"
Quando decido me levantar, Cam se abaixa na minha frente e me pega pela cintura, me levantando. Ele está muito perto. Sinto o cheiro delicioso dele e fecho os olhos, querendo absorver mais daquele cheiro para não esquecer, até que ele me tira dos meus pensamentos.
- Caroline, você está machucada?
Abro os olhos e vejo que ele ainda está muito perto, preocupado. Como ele é lindo, meu Deus. Sua mão ainda está na minha cintura e é tão bom sentir o toque dele. Respondo, balançando a cabeça, me impedindo de pensar besteira.
- Oi, desculpa, sou tão desastrada. Sinto muito mesmo.
Cam tira as mãos da minha cintura e fala:
- Tudo bem. Então vamos.
Ele me guia de volta para a saída e eu olho para trás procurando Márcio, mas ele não está mais lá. Será que realmente o vi ou é só coisa da minha cabeça? "Não estou louca," digo a mim mesma.