Read with BonusRead with Bonus

2

Capítulo 2

Depois daquela cena na minha casa com o Márcio, ele não me ligou nem mandou mensagem. Foi bom, porque se ele me procurasse, eu faria um escândalo. Eu estava realmente com medo de que ele me estuprasse, mas eu agi, e tinha aquela vassoura linda ali para me ajudar, sem ela eu não sei o que teria feito.

  • Ana Caroline?

Meu pai me chama da sala, eu passo um perfume e desço as escadas. Ele está de terno e parece muito elegante. Meu pai se arrumou demais, acho que ele fica charmoso assim.

  • Oi, Sr. Bonito. Bom dia!

Digo alegremente, e ele sorri para mim, depois se senta e diz:

  • Chegaram algumas cartas para você, Ana. Espero que sejam boas notícias.

Meu pai, Charles, toma um gole de café e beija o topo da minha cabeça, depois vai para o trabalho. Olho para o correio na mesa e vejo que há três cartas endereçadas a mim. Pego a primeira e é apenas uma conta para eu pagar, reviro os olhos e vou para a próxima. Outra conta, desta vez da internet.

A terceira é uma carta da minha amiga em São Paulo. Eu a abro e ela diz que está vindo para Uberlândia em alguns meses. Nós nos comunicamos apenas por e-mail ou carta, porque ela está sempre viajando e adora me enviar cartões-postais, mas agora ela me deu seu novo número de telefone e poderemos conversar melhor. Sorrio e pego meu celular para ligar para ela imediatamente, mas nesse momento ele vibra na minha mão. Desbloqueio a tela e vejo que recebi um novo e-mail. O remetente é C&CH - Empresa de Construção: Cam Holder.

Fico animada, já imaginando do que se trata. Leio o e-mail até o fim e confirmo minhas expectativas. Eles estão me chamando para uma entrevista amanhã de manhã às sete horas. Isso é perfeito! Sorrio e vou para a lavanderia encontrar minha mãe.

  • Adivinha quem tem uma entrevista amanhã?

Dou um grande sorriso.

  • Sério, filha? Estou tão feliz por você. Você vai conseguir, tenho certeza disso.

Ela me abraça e eu retribuo, feliz. Eu a ajudo a estender as roupas.

Algumas horas depois, ligo para a Marie e pergunto quando ela vem para Uberlândia. Digo a ela que há um quarto de hóspedes na minha casa e que ela pode ficar aqui. Conversamos um pouco mais e eu conto que acabei de terminar com o Márcio e que tenho uma entrevista amanhã. Ela me desejou sorte e nos despedimos.

Depois do jantar, vou até minha mãe.

  • Mãe, terminei com o Márcio.

Ela arregala os olhos e diz:

  • Eu ia perguntar quando ele viria aqui. O que aconteceu?

  • Bem... ele não era o cara certo. Sei que namoramos por dois anos, mas eu não sentia mais nada por ele, apenas carinho, e assim que terminamos ele mostrou um lado agressivo. Agora é melhor viver a própria vida.

  • Como assim, agressivo? Ele te atacou? - Ela diz, mostrando que não deixou essa informação passar despercebida.

  • Calma, mãe, já foi resolvido. Ele não me bateu, está tudo bem.

Minha mãe respira fundo, se controlando, mas sei que ela está preocupada. Eu a beijo e digo que está tudo bem. Digo que a amo e que vou para a cama. Amanhã é um novo dia e estou muito ansiosa. Tenho que me acalmar, respirar fundo e deitar na minha cama macia e cheirosa. Sinto-me abraçada e segura, então adormeço rapidamente.

Previous ChapterNext Chapter