




6. Difícil aceitar a realidade
"Eu não posso me casar com você."
"Você não tem escolha," disse Erick com um olhar fixo no rosto rechonchudo à sua frente, seu polegar ainda acariciando confortavelmente as bochechas de Angel, que estavam molhadas de lágrimas. "Você está destinada a ser minha parceira... goste ou não."
"Isso não é um filme, Erick!" retrucou Angel com uma expressão irritada, mas era inegável que seus olhos brilhavam de confusão. "Eu sou humana e você é um vampiro, como podemos nos casar?!"
"Você confiou em mim como vampiro, por que não acredita que podemos nos unir?"
Angel ficou atônita. Erick estava certo, há pouco tempo, inconscientemente, ela havia acreditado na existência de vampiros nesta vida, e não apenas em um cosplay de filme.
"O mundo está cheio de mistérios, querida... muitas coisas incríveis acontecem."
"Mas... por que tem que ser eu?" perguntou Angel suavemente, sentindo que seu cérebro estava cansado demais para conseguir digerir tudo.
"Porque você não é completamente humana."
Novamente o rosto de Angel ficou atônito, seus olhos e boca se abriram amplamente. "O que você quer dizer?"
"Você é fruto de uma história de amor entre um Orion e um humano," respondeu Erick com um rosto frio e sem expressão.
De repente, Angel franziu profundamente a testa. "O que é isso?"
"Venha comigo," disse Erick enquanto se levantava da beira da cama, estendendo uma mão em direção à garota, "e eu vou te mostrar tudo."
Hesitante, Angel entrelaçou sua mão na mão fria. Ela não tinha outra escolha, especialmente quando sua curiosidade estava realmente aguçada em sua cabeça. Seus pés seguiram atrás de Erick, deixando o quarto em que estava pela primeira vez.
Angel estremeceu ao ser subitamente cercada pela atmosfera fria ao seu redor. Cada canto que passavam parecia quieto com iluminação muito mínima, apenas sentia respirações frias vindas de lugar nenhum.
"Para onde estamos indo?" perguntou Angel quebrando o silêncio.
"Você descobrirá em breve," respondeu Erick sem virar a cabeça.
Angel ainda continuou a caminhar junto com o homem, sua mão ainda estava segurada firmemente. Eles pareciam cruzar com várias pessoas que também tinham pele pálida, e todos sempre se curvavam respeitosamente para Erick.
"Então você realmente é o Rei dos Vampiros?"
"Segundo você?" Erick olhou para cima com um leve sorriso.
"Anne disse que você é o líder dos vampiros do clã Cullen," respondeu Angel.
"Ainda bem que você já conhece sua empregada pessoal," respondeu Erick que havia parado em frente a uma porta de madeira cheia de entalhes intrincados em sua superfície.
"Hã?" Angel bufou alto quando foi novamente confrontada com eventos mágicos, a porta se abriu imediatamente sem nem mesmo ser tocada por eles.
Angel foi novamente atacada pelo frio ao entrar na grande sala, fazendo-a se abraçar reflexivamente. Agora seus olhos vagavam, observando a grande sala que parecia um escritório, com estantes de livros que iam até o teto. À frente, podia-se ver uma grande cadeira com um modelo típico pertencente a um rei, equipada com uma mesa à sua frente.
No entanto, o que fez Angel congelar naquele momento foi uma grande moldura presa ao outro lado da sala, mostrando uma foto de uma mulher que tinha um rosto muito semelhante ao dela em uma versão mais antiga. O corpo de Angel congelou, sentindo um arrepio de medo que voltou a atacá-la só de olhar para a foto.
"Quem é ela?"
"Ela é Cornellia Cullen, a filha do Rei Cullen que se apaixonou por um humano comum," respondeu Erick, olhando para a foto da mulher.
"Por que o rosto dela se parece com o meu?" perguntou Angel com as mãos cerradas ao lado do corpo, tentando manter a calma, embora sentisse que estava prestes a desmaiar.
"Porque ela é sua mãe."
"O quê?!" gritou Angel, virando-se reflexivamente para Erick. "Você está brincando?!"
Erick sorriu um pouco, seus olhos ainda fixos na foto. "Cornellia é a futura Rainha desta nação, mas cometeu o erro de se apaixonar por humanos. Eles se relacionaram até que Cornellia engravidou e deu à luz você, mas o Rei Cullen recusou sua presença, que era considerada uma ameaça à pureza da nação vampira. Finalmente, você foi banida para o mundo humano, enquanto seu pai foi morto na frente de Cornellia. De profunda tristeza, Cornellia decidiu cometer suicídio, incendiando-se."
"Que absurdo é esse agora?" murmurou Angel com a cabeça girando. Ela queria muito negar a autenticidade da história, mas seu coração parecia concordar.
"A família de Matthew apenas adotou você, você pode descobrir a verdade por si mesma quando voltar para casa."
Angel fechou os olhos por um momento, sua mandíbula parecia se apertar antes de olhar novamente para Erick com firmeza. "Se eu sou descendente de um vampiro, por que posso ser uma humana normal?"
"Porque Cornellia deliberadamente não deu sua alma inteiramente a você. Ela apenas te gerou, e a alma do seu pai é mais dominante em seu corpo," explicou Erick com firmeza.
"Hã? Eu realmente não posso acreditar nisso."
"Mas você ainda é diferente, querida," Erick acrescentou com uma mão novamente acariciando suavemente a bochecha de Angel. "Você tem um poder extraordinário que pode destruir nações como a nossa, você só não sabe como usá-lo. Nem eu consigo entrar na sua mente, embora eu possa fazer isso com qualquer um."
"É por isso que você quer se casar comigo?" Angel sorriu de lado.
"Eu posso me tornar Rei porque é meu destino me casar com você." Erick aproximou seu rosto, seus lábios começaram a beliscar o lábio inferior ligeiramente entreaberto de Angel.
"Droga, eu não posso recusar," Angel resmungou em seu coração quando os lábios de Erick já estavam esmagando os dela intensamente, sugando para cima e para baixo sem pausa. Ele aproveitava, saboreando o gosto doce e a sensação agradável toda vez que se beijavam.
"Seja o que for, eu ainda não quero me casar com um vampiro," resmungou Angel andando em qualquer direção. Ela continuou a andar pelo castelo depois que Erick lhe deu permissão, mas ainda com a empregada pessoal a acompanhando.
Angel parecia parar em um pátio, olhando para a linha de árvores altas que cercam este castelo. De repente, há um forte desejo de escapar deste lugar assustador, especialmente quando não há portões ou guardas ali.
"Sua Majestade, é hora do jantar," disse Anne.
Angel se virou para a mulher. "Por que não há guardas aqui? Um palácio geralmente não é fortemente guardado?"
Anne sorriu docemente. "Este palácio está cercado por um feitiço poderoso. Seres alienígenas se queimam instantaneamente quando passam, exceto nós, já que temos isso."
Angel franziu a testa, olhando para uma pequena pedra com o nome "Anne" na palma da mão da empregada. A pedra parecia um jade, de cor preta com listras brancas de relâmpago. "Que pedra é essa?"
"Esta é a chave para passar pela cerca encantada, e todos neste castelo devem tê-la," explicou Anne.
Angel assentiu lentamente. No segundo seguinte, sua atenção foi distraída pelo som de uma carruagem. Ela olhou para frente novamente, encontrando duas carruagens que pareciam ter acabado de passar pelo portão transparente à frente.
"Que carruagem é essa?" perguntou Angel com tanta curiosidade.
"Essas são as carruagens das empregadas para as compras. Geralmente, temos um horário para sair todas as noites."
"Tem algo assim também? Os vampiros não se alimentam caçando?"
Anne sorriu docemente. "Somos vampiros de um nível mais alto, Vossa Alteza... comemos da maneira certa, não matando criaturas aleatoriamente."
"Ah, então é isso," murmurou Angel enquanto assentia lentamente.
"Esta noite, por acaso, é meu horário de sair."
E naquele momento, Angel sentiu um sopro de esperança para seu plano.