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Capítulo 5: Não se atreva a culpá-la

"Saia," rosnou Leonardo, cerrando os dentes de frustração.

"Eu entendo que você não está feliz com a minha presença aqui, mas é meu trabalho limpar seu quarto e ajudá-lo a cuidar de si mesmo," disse Angela firmemente enquanto começava a recolher algumas bagunças no chão. "Não vou sair até fazer o que devo fazer."

"O que eu tenho que fazer para me livrar de você?" ele gemeu, exasperado.

"Você não precisa fazer nada além de tomar um banho e trocar de roupa," ela declarou, "Você está cheirando mal." Ela abriu o armário e começou a separar as roupas. "Então, você tem alguma preferência? Quais cores você gosta de usar?"

Leonardo permaneceu em silêncio, olhando para o chão.

Angela suspirou. "Por favor, só facilite para mim. Diga-me o que você quer vestir."

"Me deixe em paz," ele murmurou.

"Não posso fazer isso," ela respondeu firmemente. "Diga-me qual é a sua cor favorita."

A voz de Leonardo era dura quando ele respondeu, "O que você acha? Eu ficaria feliz em usar minha cor favorita?" Ele disse sombriamente, "Você é burra?"

"Eu não sou burra. Só estou tentando te deixar mais confortável," Angela respondeu calmamente, determinada a não deixar a hostilidade dele afetá-la. "Roupas limpas podem fazer uma grande diferença, sabe. É uma coisa pequena, mas pode ajudar a melhorar seu humor."

"Você quer me fazer feliz?" Leonardo inclinou a cabeça, olhando-a com desconfiança.

"Claro que quero. Minha prioridade é o bem-estar do meu paciente," ela afirmou firmemente enquanto continuava a separar as roupas dele.

Leonardo permaneceu imóvel na cama, com os punhos cerrados e a testa úmida de suor, apesar do ar-condicionado frio no quarto. "Só me mate," ele murmurou.

A expressão de Angela se contorceu de desgosto com as palavras dele. "Você quer que eu me torne uma assassina?" ela retrucou. "Se algo acontecer com você sob meus cuidados, eu serei a responsável. Não quero passar o resto da minha vida na prisão."

Os olhos de Leonardo se estreitaram. "Você tem amigos criminosos?" ele perguntou, a voz carregada de suspeita.

Os lábios de Angela se torceram em um sorriso amargo. "Eu conheço pessoas que cometeram erros," ela admitiu. "Mas a prisão não é um lugar onde eu quero acabar."

Ela rapidamente puxou uma camiseta vermelha e uma calça cinza do armário. "É isso que estou escolhendo para você. Vai ficar bem em você," ela disse firmemente, tentando ignorar as emoções conflitantes dentro dela.

Ela sorriu enquanto se aproximava da cama dele. "Tenho certeza de que você pareceria enérgico com essa camisa, e hoje é um dia lindo."

Leonardo resmungou, "Talvez eu deva te dizer isso. Eu não tenho respeito por mulheres como você!" Ele bufou, "Todas vocês trouxeram má sorte para mim!"

"E por que você disse isso?"

"Eu fiquei cego por causa de uma mulher estúpida que atravessou a rua!" Ele estava ofegante. "Vocês são todas estúpidas! Atravessar a rua como se fosse um parque é a coisa mais idiota a se fazer!"

O sorriso de Angela desapareceu enquanto as palavras de Leonardo a feriam. Ela respirou fundo, tentando se recompor. "Sinto muito que você se sinta assim, Leonardo," ela disse calmamente. "Mas não é justo generalizar todas as mulheres dessa forma. Não somos todas iguais. E acidentes acontecem, às vezes não é culpa de ninguém."

"Olhe o que ela fez comigo, aquela mulher estúpida!" Leonardo rugiu, sua voz cheia de raiva e frustração. "Vocês mulheres não são nada além de problemas, sempre causando caos e destruição onde quer que vão!"

Os olhos de Angela brilharam de indignação. "Não ouse culpá-la pelos seus próprios erros," ela retrucou, a voz carregada de sarcasmo. "Você estava ao volante; você tinha o poder de evitar essa tragédia. Mas você não se importou, não é? Estava muito ocupado vivendo no seu mundinho."

O rosto de Leonardo se contorceu de raiva enquanto ele avançava em direção a Angela. "Como você ousa falar comigo assim, sua vadia arrogante!" ele rosnou, agarrando os braços dela com uma força descomunal. "É culpa dela que estou cego agora, culpa dela que minha vida está arruinada!"

O corpo de Angela tremia de soluços enquanto Leonardo agarrava seu cabelo, o hálito quente dele em seu ouvido. "Vocês mulheres são todas iguais," ele cuspiu, a voz cheia de veneno, "Sempre ferozes e prontas para causar problemas. E vocês sempre nos fazem pagar por tudo!"

As lágrimas de Angela se transformaram em raiva enquanto ela o empurrava e o chutava forte na virilha. Leonardo se curvou de dor, gemendo e choramingando. "Me mate," ele gemeu, a voz cheia de desespero. "Acabe com tudo, me tire dessa miséria!"

"Eu não sou sua carrasca," Angela gritou de volta, a voz carregada de frustração.

Os olhos de Leonardo brilharam de raiva enquanto ele lutava para se levantar. "Que tipo de enfermeira você é?" ele gritou, a voz cheia de acusação. "Por que você está sempre contra mim? Por que você não pode simplesmente me deixar fazer o que eu quero?"

"Ser enfermeira significa cuidar de você, sim," respondeu Angela, sua voz firme e resoluta. "Mas também significa enfrentar você quando está errado e ajudá-lo a ver os seus erros. Você ficou cego por causa dos seus próprios erros, de mais ninguém. E agora você tem que enfrentar as consequências, por mais dolorosas que sejam."

A voz de Leonardo tremia de emoção enquanto ele implorava a Angela para pegar a arma. "Por favor," ele suplicou, lágrimas escorrendo pelo rosto. "Eu não posso voltar no tempo; não posso desfazer o que fiz. A única saída é acabar com tudo. Apenas pegue a arma e eu faço o resto."

Mas Angela permaneceu impassível. Ela sabia que ceder às exigências dele só pioraria as coisas. "Eu não sou tão ingênua," ela disse, a voz firme e resoluta. "Você acha que eu vou simplesmente te entregar uma arma e deixar você se matar? Que tipo de enfermeira você acha que eu sou?"

Os olhos de Leonardo se estreitaram enquanto ele olhava para ela, o rosto contorcido de raiva e frustração. "Você não entende," ele disse, a voz baixa e ameaçadora. "Eu não estou pedindo sua permissão. Estou te dizendo o que fazer. Pegue a arma e traga aqui, ou então."

Angela começou a arrumar o quarto, provocando Leonardo, "Eu vou te deixar em paz assim que você tomar um banho e limpar essa bagunça. Você não está morto, só está cego." Ela recolhia a desordem enquanto falava, e acrescentou, "Por que apressar? A morte vem para todos nós eventualmente."

Leonardo sibilou de volta, "Viver na escuridão enlouqueceria qualquer um."

Angela retrucou, "Não se você aceitar suas circunstâncias e encontrar maneiras de se adaptar."

Leonardo demonstrou seu ponto rastejando de costas pelo chão. Angela ficou confusa, "Que jogo é esse que você está jogando?"

Leonardo respondeu, "Se você quer limpar meu quarto, tem que me levantar primeiro." Ele estendeu os braços como Jesus na cruz, mantendo o jogo.

Angela ficou irritada e exigiu, "Levante-se agora!"

Leonardo murmurou, "Se você quer que eu me levante, terá que me levantar." Ele ainda estava jogando, mas seu argumento era claro: às vezes precisamos ser criativos e engenhosos para superar desafios.

Angela ficou curiosa, "Então, você quer jogar um jogo comigo?"

Leonardo respondeu, "Se você chama isso de jogo, claro." Seu tom era brincalhão, mas ele estava fazendo um ponto sério sobre encontrar alegria e significado em situações difíceis.

Angela estava frustrada com o comportamento de Leonardo, "Ok, é seu corpo, faça o que quiser com ele. Fique aí por anos, urine aí, e durma aí. Mas não espere que eu limpe sua bagunça se é isso que você escolher fazer." Ela se sentou na beira da cama e se preparou.

De repente, Leonardo se levantou e gritou, "Saia! Eu não quero sentir o cheiro do seu perfume!"

Angela ficou surpresa e perguntou, "Por que não?"

"Eu simplesmente não gosto desse cheiro," respondeu Leonardo.

Angela investigou mais, "É porque é um perfume barato? Essa é a diferença entre ricos e pobres. Vocês, ricos, sempre querem nos tirar do seu caminho, e fazem comentários duros sobre nosso estilo de vida. Vocês acham que são favorecidos por Deus, mas quando morremos, todos temos a mesma forma de crânio. Aposte comigo. Seu crânio e o meu teriam a menor diferença. Meu crânio seria confundido com o seu."

O argumento de Angela era contundente, e ela não tinha medo de desafiar o comportamento de Leonardo. Seu tom era confrontador, mas seu humor era resoluto e determinado a fazer seu ponto. O comportamento de Leonardo era inaceitável, e ela não tinha medo de chamá-lo à atenção.

"A brevidade do que eu disse, e a altura da sua resposta," Leonardo franziu a testa, "você saia!"

Angela se recusou a ser dispensada, "Sim, eu vou sair, mas não antes de trazer seu café da manhã."

"Eu não vou comer!" Leonardo gritou.

Angela estava determinada, "Você vai comer! Mesmo que não queira, você vai comer!"

Quando Angela abriu a porta para sair, ela esbarrou na Sra. Vera e na Sra. Gale, que estavam do lado de fora do quarto de Leonardo. "Oh, desculpe. Vocês estavam aí há muito tempo?" Angela ficou surpresa.

"Estávamos prestes a entrar no quarto quando ouvimos sua discussão," explicou a Sra. Vera.

"Mãe, encontre outra enfermeira," Leonardo exigiu.

A Sra. Vera ficou perplexa, "Por quê?"

"Aquela mulher é rude. Ela não tem respeito por mim. Encontre uma nova enfermeira," insistiu Leonardo.

Angela não pôde ficar quieta, "Com licença, Sra. Vera. Eu deveria ter preparado o café da manhã do seu filho."

Leonardo gritou, "Eu não vou comer!"

Mas Angela manteve sua posição, "Eu sei que você vai!" Ela se virou e saiu, deixando a Sra. Vera e a Sra. Gale se olhando com um sorriso no rosto.

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