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CAPÍTULO 1: Um dia para matar

O coração de Angela batia mais rápido enquanto ela esperava no saguão escuro da mansão, seus sentidos aguçados pelo silêncio assustador. Sua missão era clara: matar um homem. Enquanto segurava sua bolsa contendo uma arma mortal, não podia evitar sentir o sangue drenar de seu rosto. Ela estava ali para acabar com a vida de alguém.

Uma empregada se aproximou, mas Angela podia ver o medo em suas mãos trêmulas e no sorriso hesitante. Ela se perguntava o que poderia ter causado tanto terror na mulher. Será que ela sabia o que estava prestes a acontecer? Angela tentou afastar suas dúvidas e se concentrar na tarefa em mãos.

"Entre," a empregada rapidamente conduziu Angela para esperar, deixando-a sozinha na opulenta mansão. Angela examinou o ambiente, notando a riqueza e o luxo da família. Mas sua mente estava consumida pelo ato de violência iminente. A ideia de acabar com a vida de alguém era um fardo pesado de carregar.

Angela respirou fundo e tentou acalmar os nervos. Ela sabia o que tinha que fazer e estava preparada para isso. Mas o silêncio suspense da mansão só aumentava sua ansiedade. Quem sabia o que estava à espreita nas sombras, esperando para atacar? Ela podia sentir o peso de sua arma na bolsa, um lembrete constante do que estava em jogo. O suspense era quase insuportável.

Quando o velho relógio de pêndulo marcou meio-dia, seu badalar assombroso preencheu o ar, quebrando o silêncio sufocante. O estômago de Angela roncou, lembrando-a de que não havia tomado café da manhã. Mas as pontadas de fome foram rapidamente ofuscadas pela onda de antecipação que corria por suas veias.

Os minutos passavam, cada um amplificando a intensidade do coração acelerado de Angela. A excitação que sentia era diferente de tudo que já havia experimentado antes. Hoje, ela estava prestes a cometer um assassinato—um ato que a colocaria no centro das atenções de todos os principais meios de comunicação. Seu nome dominaria as manchetes, seu rosto estampado na primeira página. O caos iminente do julgamento a aguardava, um turbilhão de importância histórica.

Seu olhar vagou pela sala mal iluminada, finalmente se fixando em uma grande pintura adornando a parede. Ela retratava uma família perfeita—um pai amoroso, uma mãe carinhosa e um menino de doze anos angelical. Os olhos de Angela se fixaram na imagem do menino, e um arrepio percorreu sua espinha. Era Leonardo Vera, o único herdeiro da influente Corporação Vera. A inocência refletida nos brilhantes olhos azuis do menino contrastava fortemente com a tarefa sinistra que Angela havia se proposto a realizar.

Sua determinação se solidificou enquanto fixava o olhar na pintura, sua mente se preparando para o ato que a aguardava. O suspense pairava no ar, misturado com o peso da responsabilidade que ela carregava. Em poucos momentos, Angela alteraria para sempre o curso de inúmeras vidas, suas ações ecoando através da história.

O som de passos ecoou pela sala, interrompendo a atmosfera tensa. Uma mulher charmosa de meia-idade, elegantemente vestida com um vestido branco esvoaçante, entrou com um sorriso caloroso, capturando instantaneamente a atenção de Angela.

"Olá... Você é Angela, certo?" a mulher perguntou, estendendo a mão em um gesto amigável. Angela hesitou por um momento, surpresa pela calorosa recepção inesperada.

"Sim, sou Angela Brinson, a candidata," Angela respondeu, apertando cautelosamente a mão da mulher. Seus olhos desviaram brevemente para a pintura da família na parede, onde a mulher—Sra. Vera—estava retratada em seus anos mais jovens.

A Sra. Vera pediu para ver o currículo de Angela, e Angela o retirou de sua bolsa de ombro, entregando-o. Enquanto a Sra. Vera examinava o documento em silêncio, o olhar de Angela voltou ao cativante retrato da família, sua mente girando com emoções conflitantes.

"Você está contratada," declarou a Sra. Vera, pegando Angela de surpresa. A oferta veio rápida e inesperadamente, deixando Angela momentaneamente atordoada. A Sra. Vera não se preocupou em investigar o passado de Angela, seus motivos obscurecidos por um véu de segredo. A rápida reviravolta dos acontecimentos deixou o coração de Angela batendo forte no peito.

Uma mistura de alívio e emoção tomou conta do rosto de Angela enquanto ela exibia um belo e agradecido sorriso para a Sra. Vera. "Muito obrigada, senhora," respondeu, sua voz tingida de entusiasmo.

"Preciso de alguém para cuidar do meu filho, então você pode começar a trabalhar imediatamente," informou a Sra. Vera, um brilho de antecipação em seus olhos.

"Agora?" A voz de Angela tremeu de surpresa, sua mente correndo para se ajustar à mudança repentina de planos.

O sorriso da Sra. Vera se alargou. "Sim, há algum problema?" ela perguntou, com um toque de curiosidade no tom.

O sorriso de Angela se tornou forçado, ocultando o turbilhão de pensamentos que giravam dentro dela. "Tudo bem, posso começar agora," respondeu, fingindo entusiasmo. Sua mente já estava elaborando rotas de fuga, procurando oportunidades para executar seu plano sombrio.

"Quero que você conheça meu filho," continuou a Sra. Vera, chamando a Sra. Gale, sua ajudante de confiança, para se juntar a elas. Os sentidos de Angela se aguçaram, o cheiro de perigo iminente pairando no ar.

O coração de Angela acelerou quando a realização lhe ocorreu. Ela não esperava encontrar o menino tão cedo. Seus pensamentos corriam, buscando uma abertura, uma chance de realizar sua missão sinistra e escapar. A espaçosa cozinha estava à sua direita, conectada perfeitamente à área de estar, com uma porta que provavelmente levava aos fundos.

"O que você precisa, Sra. Vera?" perguntou a Sra. Gale, interrompendo o fluxo de pensamentos de Angela.

"Leve a Srta. Brinson ao quarto de Leo," instruiu a Sra. Vera. Angela manteve uma fachada calma, sua mente estrategizando cada movimento, enquanto respondia calmamente, "Já a conheci."

A Sra. Gale convidou Angela a acompanhá-la, e com mãos trêmulas, Angela se desculpou da presença da Sra. Vera. As duas formaram uma procissão solene, navegando por um longo corredor mal iluminado, passando por várias portas fechadas ao longo do caminho. Cada passo só aumentava a ansiedade de Angela, seus dedos instintivamente alcançando sua bolsa para se certificar da arma escondida dentro.

Quando pararam em frente à última porta, o aperto de Angela em sua bolsa se intensificou, sua antecipação atingindo o ápice. Seu alvo a aguardava logo além daquele limiar. Com uma determinação resoluta, ela abriu o zíper da bolsa, garantindo sua prontidão para o que estava por vir.

Respirando fundo, a Sra. Gale bateu na porta, projetando sua voz enquanto se dirigia à pessoa dentro. "Você precisa conhecer alguém, Leo."

"Saia!" uma voz masculina irrompeu de dentro, carregada de raiva e hostilidade.

"Vamos entrar, Leo. Sua enfermeira está aqui," insistiu a Sra. Gale.

"Eu disse para você sair!" o homem gritou, sua voz ressoando com um tom de desespero.

Imperturbável, a Sra. Gale tentou empurrar a porta, mas um impacto forte contra a parede a fez rapidamente recuar. "Você ainda tem tempo para sair, Srta. Brinson," ela avisou, preocupação marcada em sua voz.

A paciência de Angela se esgotou, sua raiva a compelindo a avançar e cumprir seu objetivo sombrio. Mas antes que pudesse agir, algo atingiu sua testa com força, fazendo-a cair no chão. Atordoada e desorientada, ela ouviu a voz preocupada da Sra. Gale puxando-a para longe da porta, fechando-a rapidamente atrás delas.

Quando Angela recobrou a consciência, sua visão estava turva, e os gritos tanto da Sra. Gale quanto do homem dentro do quarto reverberavam em seus ouvidos. Ela brevemente desmaiou e acordou, ainda captando fragmentos da voz raivosa, uma cacofonia de xingamentos e gritos.

Abrindo os olhos, Angela se levantou, instintivamente alcançando sua testa, apenas para encontrar a pele seca. A sorte a poupou de um golpe potencialmente fatal. "Estou bem," ela tranquilizou a Sra. Gale, redirecionando sua atenção para o homem dentro. Reunindo coragem, ela se aproximou cautelosamente da porta, reunindo forças para o que estava por vir.

Com determinação resoluta, Angela empurrou a porta, seus olhos se fixando em um homem encolhido no canto do quarto, uma bandeja de comida vazia apertada em sua mão. Com um movimento repentino, ele lançou a bandeja em sua direção, mas ela desviou rapidamente, observando-a colidir com a parede antes de cair no chão.

"Saia! Todos!" o homem berrou, seu olhar fixo no chão em vez de em Angela. "Eu disse que não preciso da sua ajuda, seu filho da mãe!"

"Você precisava de alguém para cuidar de você, Leo," insistiu a Sra. Gale, sua voz cheia de preocupação. "Você sabe o quanto sua mãe te ama. Isso é para o seu bem."

"Eu não mereço seu cuidado, Sra. Gale!" ele gritou, sua frustração transbordando. "Estou inútil agora, e vou morrer em breve! Se você quer ajudar, por favor, me dê minha arma, ou atire na minha cabeça!"

A raiva de Angela percorreu suas veias, e ela não pôde se conter por mais tempo. "Você queria morrer?" ela gritou para ele.

"Quem está com você, Sra. Gale?" ele exigiu, virando a cabeça em direção à janela. "Responda-me, Sra. Gale!" ele berrou.

"Sua nova enfermeira está aqui, Leo. Sua mãe acabou de contratar outra!" exclamou a Sra. Gale, suas mãos tremendo de inquietação.

"Eu não preciso de uma enfermeira!" ele sibilou, sua voz carregada de amargura. "Me dê minha arma."

"Você é cego?" Angela questionou, sua agitação evidente.

O homem no canto suava profusamente, sua raiva atingindo o ápice. Seu cabelo desgrenhado pendia em nós, e sua barba quase obscurecia toda a linha do maxilar. Vestindo uma camiseta branca manchada e calças pretas, ele parecia muito distante da imagem que Angela havia imaginado. Este homem era uma alma quebrada e derrotada.

"Quem quer que você seja, saia," ele rosnou, arrastando seu corpo mais perto da porta.

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