Ela é um presságio
POV de Grimes
Eu tinha saído da sala, e Claudia me seguiu, olhando para mim como se eu tivesse cometido um crime.
A notícia de que ela estava grávida me surpreendeu, por que isso tinha que acontecer justo quando eu encontrei minha companheira?
Não havia como fugir do problema que estava se formando. A gravidez de Claudia poderia ser a causa do problema. Se eu encontrasse uma saída, não hesitaria em abraçá-la, pensei comigo mesmo.
“Você está falando sério sobre estar grávida?” Eu tive que perguntar de novo.
Poderia ser possível que eu estivesse sonhando.
“Você tem certeza de que encontrou uma companheira?” Ela perguntou em vez de me dar uma resposta.
Ela tinha se tornado frágil, e parecia que ia explodir a qualquer momento. Ela estava fraca, e quase sobrecarregada.
Eu traí alguém? Claro que não.
Eu teria feito essa pergunta a ela, mas de que adiantaria? Ela não entenderia.
“Nós sabíamos que eu iria encontrar uma companheira, e isso não deveria ser um problema.”
Ela se sentou no chão, ignorando a presença das cadeiras disponíveis na sala de estar.
“Nós estivemos juntos.” Ela cruzou as pernas no chão, seus olhos prontos para liberar lágrimas. “Nós temos um vínculo, não temos?”
“Um vínculo?”
“E eu sei que você ainda sente isso.” Ela se levantou do chão e começou a segurar minhas camisas.
Eu não discutiria isso com ela. Mesmo que ela desempenhasse o papel de amante para mim, eu não a via assim. Ela era uma parceira para mim.
Em ocasiões normais, talvez em outras alcateias, não haveria como alguém como ela se expressar para um alfa. O medo não permitiria isso, mas eu estava apenas parado, achando difícil explicar enquanto Claudia derramava suas emoções.
“Você não é minha luna.” Eu tive que falar.
“Então, você deveria ter me feito sua luna.”
Ela estava protestando?
“Eu tenho tudo o que é necessário.” Ela colocou as mãos no peito. “Minha loba é forte o suficiente para isso.”
Isso era verdade.
Era uma pena para ela que eu já tivesse encontrado uma companheira, e então, ela não poderia reverter nada. Esse não era o maior problema para mim.
Ela estar grávida de mim é o grande caso que eu não sabia como resolver.
“Estou grávida de você, tenho um vínculo com você.”
Como minha companheira se sentiria sobre outra pessoa carregando meu filho?
“Vamos lidar com tudo isso,” eu disse.
Ela ainda estava segurando minha camisa quando Greyson entrou na sala, e eu pedi que ela nos desse um espaço. Enquanto ela saía, ouvi seus soluços.
Isso era um resultado normal, eu decidi.
Eu precisava que Greyson explicasse o que tinha acontecido entre minha companheira e eu. Eu estava confuso durante toda a cena.
“O que aconteceu com minha companheira?”
Era uma pergunta que ele deveria responder?
“Foi estranho para mim. Ela não queria te aceitar.”
“Você está falando da minha companheira?”
“De quem mais poderíamos estar falando?”
A ação dela ainda era um mistério para mim.
“Ela continuava se afastando de você.”
“Mas nós nos beijamos, eu senti aquele sentimento dela, e sei que ela também sentiu o mesmo.”
“Eu realmente não sei.”
Eu caminhei até a janela perto de onde eu estava, simplesmente olhando para fora.
“O que mais explicaria ela ter fugido do salão?”
Greyson deixou isso claro.
Quando ela não me deixou tocá-la, eu não reagi. Em vez disso, considerei sua ação como parte do processo de acasalamento.
“Ela continuava dizendo 'olhos vermelhos'” eu disse, desviando o olhar da janela.
“Você tem olhos vermelhos, mas o que tem isso?”
“É algo que eu não entendo.”
Meu rosto ficou amargo, a emoção que eu não consegui expressar quando minha companheira causou uma cena no salão começou a se manifestar em mim.
“Poderia ser a maneira dela de me rejeitar?”
Greyson não respondeu imediatamente, ele ficou quieto de um jeito que parecia estar pensando sobre isso.
“Não, ela não rejeitou.”
“Então, por que ela fugiu?”
“Você deveria perguntar isso a ela.”
Para manter nossa conversa entre nós, saímos da sala de estar e fomos para o salão que eu tinha reservado para reuniões.
Sentamos na extremidade, de frente para a entrada.
“Claudia está grávida de mim.”
Seu rosto se contorceu. “Neste momento?”
“Aconteceu.”
O que mais ele esperava de um relacionamento sexual?
“E sua companheira?” Ele fez a mesma pergunta que estava me incomodando.
No entanto, decidi não falar sobre isso. Encontrar minha companheira era mais importante para mim.
“Isso deve ser resolvido depois que tudo estiver certo com minha companheira.”
Ele não perguntou mais sobre isso.
“O que você conseguiu fazer?” Eu perguntei.
Ele me garantiu que encontrá-la era um caso simples, e eu acreditei nele.
“Tudo o que precisamos fazer é encontrar alguém que tenha participado da cerimônia.”
“Alguém como uma testemunha?”
“Entre as muitas pessoas que participaram da cerimônia, algumas delas a conheceriam.”
Eu não tinha pensado que seria tão fácil. Não nos apresentamos, então, achei que encontrá-la seria muito difícil.
Eu estava prestes a fazer outra pergunta quando o estrondo da porta de entrada chamou minha atenção.
Um homem rechonchudo, com uma altura abaixo da média, entrou.
“Eu estava lá!” Ele disse alto de onde estava.
“Eu estava lá.” Ele disse com tanto entusiasmo que parecia estranho demais para ser real. “Eu sei tudo sobre ela.”
Pelo seu aspecto, ele era de meia-idade. O que ele estaria fazendo na cerimônia de acasalamento destinada a pessoas mais jovens?
“O que você estava fazendo no salão?”
“Eu era um dos músicos.”
Isso fazia sentido.
Olhei para Greyson, e ele assentiu.
“Diga-me o que você sabe,” eu disse.
“O nome dela é Leah.” Ele estava respirando com dificuldade. “Ela é da alcateia Greymoon.”
Alcateia Greymoon. Fazia muito tempo que eu não ouvia nada sobre eles.
“Ela é a herdeira do alfa.”
Foi tão fácil, mas também fácil demais obter informações sobre ela.
“Leah?”
“Sim.”
Lembrei-me de ter ouvido algumas das pessoas presentes no salão chamarem seu nome, mas eu não estava exatamente em mim para perceber que era o nome dela.
“Finalmente!” A alegria que senti quando fiz contato com ela foi reacendida em mim. “Devemos nos preparar para ir!” Eu disse a Greyson, levantando-me do meu assento.
“Mas ela é um presságio.” O homem interrompeu minha expressão de alegria.
Confusão estava inscrita no meu rosto. “O que você quer dizer?”
“Eu... não posso dizer.”
Ele perdeu o entusiasmo que tinha ao entrar na sala para nos encontrar.
“O que é difícil de dizer?” Eu me aproximei dele.
“Você entenderia.” Ele recuou alguns passos de mim. “Mas pode não ser agora.”