




Capítulo 8 Constrangimento
Yvette sempre soube quando parar e que linguagem e atitude usar para fazer alguém não querer continuar a conversa.
Como esperado, assim que ela ficou em silêncio, Albert também não continuou.
Os dois caíram em um silêncio constrangedor, voltando à sua habitual falsa harmonia.
Albert deu de ombros levemente, colocou as mãos nos bolsos e disse: "Vou te levar de volta."
Como Yvette estava grávida, Albert foi atencioso o suficiente para oferecer uma carona para casa, apesar da tensão entre eles. A brisa da noite estava um pouco forte, e ele fez um desvio, consumindo mais tempo do que o habitual. Yvette não pensou em nada durante o caminho; ela simplesmente olhava silenciosamente pela janela. Ocasionalmente, quando o carro entrava em um túnel, ela de repente vislumbrava o perfil de Albert através da janela, o que a fazia se enrijecer involuntariamente.
Finalmente, chegaram em casa. Quando ela estava prestes a sair do carro, de repente ouviu a voz profunda de Albert.
"Espera."
Ela se virou e o encontrou inesperadamente perto, deixando-a atônita e tensa. Ele fez um gesto em direção ao cinto de segurança; parecia que a alça da bolsa dela tinha ficado presa no fecho do cinto. Ele fez um gesto, e ela silenciosamente obedeceu, sentando-se de volta, aproximando os dois.
As janelas estavam bem fechadas, e não havia música tocando dentro do carro, criando uma atmosfera serena. Ela podia até ouvir o som da respiração de ambos.
Ele se concentrou em desatar o fecho que estava preso, sua respiração caindo sobre o lóbulo da orelha esquerda dela e um pouco da pele exposta pela gola do suéter, dando-lhe uma sensação de impotência.
Depois que ele desatou o fecho, ela suspirou de alívio e puxou a alça da bolsa.
"Vai com calma," ele disse.
Yvette, evitando olhar para ele por mais tempo, virou-se e abriu a porta do carro, saindo sem olhar para trás.
Ela tinha que admitir que não conseguia resistir à atenção cuidadosa dele, mas sabia no fundo que era apenas educação básica, nada especial.
Depois de caminhar alguns passos, seu humor ainda estava complicado. Quando ela se virou novamente, o carro de Albert já havia se misturado ao tráfego e logo desapareceu, assim como sua ocasional ternura para com ela.
Caminhando pela rua, ela viu muitas casas autoconstruídas e prédios de dormitórios em ambos os lados. Ela virou à esquerda em uma comunidade antiga. O exterior do prédio de seis andares estava dilapidado, a luz dos sensores de movimento era fraca, e a isolação acústica era ruim. Vozes podiam ser ouvidas de cada apartamento, e o cheiro forte de óleo de cozinha se espalhava, fazendo a casa parecer particularmente decadente na área movimentada da cidade.
Yvette ainda não tinha chegado em casa quando avistou Sylvia sentada em um banco lá embaixo.
Yvette não tinha considerado evitar a situação; é só que ela ainda não tinha descoberto como abordar o assunto com Sylvia naquele momento.
Aproximando-se de Sylvia, Yvette ficou em silêncio por um momento antes de perguntar cuidadosamente: "Você está esperando há muito tempo?"
"Eu estava prestes a ir para casa, mas fiquei preocupada e decidi esperar. Não estou aqui há muito tempo," Sylvia respondeu, levantando a cabeça para olhar para Yvette. Ela perguntou: "E você? Com quem você voltou?"
Sylvia era perspicaz, e Yvette entendeu que esconder a verdade não era mais uma opção. Ela não queria recorrer a mais mentiras; mentir era exaustivo, e uma vez que você começava, tinha que continuar.
"Albert."
Sylvia a encarou, sua voz tremendo, obviamente hesitando. "Yvette, você pode me dizer o que está acontecendo?"
Ela respirou fundo, hesitou por um momento. "Estou grávida."
"O quê?" A tristeza nos olhos de Sylvia foi imediatamente substituída por choque. Ela disse, "Do que você está falando, Yvette?"
"Estou grávida, e o filho é do Albert, então nos casamos."
"Quando isso aconteceu?"
"Ontem."
Sylvia ficou indignada, sua voz se elevou. "Estou perguntando quando você dormiu com o Albert!"
Yvette abaixou a cabeça, olhando para os dedos dos pés. Os sapatos brancos tinham se sujado em algum momento, e agora pareciam feios.
Ela moveu o pé, escondendo o sapato sujo atrás, então, em voz baixa, disse, "Há dois anos, quando eu comecei a trabalhar no Hospital de Aviação, um colega me levou para beber, e eu o conheci. Naquela época, você ainda estava no Hospital Central."
Sylvia franziu a testa, perguntando, "E depois? Já se passaram dois anos desde então. Por que você nunca mencionou isso? Você não me considera uma amiga? Eu até tentei criar oportunidades para você e o Victor ficarem juntos. Você está brincando comigo?"
À medida que Sylvia ficava mais e mais agitada, Yvette imediatamente balançou a cabeça em negação. "Não. Eu realmente não queria esconder isso de você."
"Eu só não sabia como dizer." Yvette levantou a cabeça, olhou nos olhos de Sylvia e tentou sorrir. Seu sorriso parecia expressar seu desgosto consigo mesma. "Nós não estávamos em um relacionamento; éramos apenas parceiros sexuais," ela fez uma pausa por um momento e disse, "Talvez porque eu esteja ficando mais velha, me senti um pouco solitária, então nosso relacionamento foi assim por dois anos."
A expressão de Sylvia permaneceu desagradável enquanto ela ouvia. Ela ficou mais irritada à medida que ouvia. "Então como você ficou grávida? Você perdeu a cabeça? Você acha que ele vai te amar só porque você está grávida? Nós fomos para o mesmo colégio, e você deve saber muito bem que o Albert tem alguém que ele gosta!"
As palavras de Sylvia fizeram Yvette se sentir extremamente envergonhada. Yvette sabia mais do que ninguém sobre essas coisas, mas ainda assim se deixou cair nessa situação.
Desde a infância até a idade adulta, ela era vista por todos como uma garota bem-comportada, sensata e que seguia as regras.
Em sua vida, ela só fez duas coisas impulsivas: manter um relacionamento secreto com Albert por dois anos e se casar com ele.
Isso foi um erro desde o início, mas ela não queria admitir. Ela desviou o olhar e insistiu, "Ele tem uma renda alta, a família dele é rica, e eu me casei com ele porque ele é bem de vida."
Sylvia a olhou em silêncio, ciente de seu desconforto e força fingida. Depois de um tempo, ela falou, "Pare de mentir para mim. Você gosta do Albert desde o colégio, não é?"
As palavras de Sylvia instantaneamente expuseram o segredo que Yvette havia escondido por anos.
Evitando o contato visual com Sylvia, Yvette instintivamente negou, "Não."
Sylvia franziu a testa, olhando para Yvette com um olhar um tanto piedoso.
"Aquele ano em que fizemos aquelas pulseiras juntas, eu vi o Albert usando uma. Embora toda a turma tenha feito pulseiras na época, a sua estava um pouco queimada; eu acidentalmente queimei para você. Não haveria uma segunda exatamente como aquela pulseira."
Depois de alguns segundos de silêncio, Sylvia continuou, "Eu até pensei que ele poderia gostar de você também, mas alguns dias depois, ele ficou com a Violet."
"Eu frequentemente falo com você sobre o Albert; é só porque o Albert não tem nada a ver conosco," Sylvia disse, com a voz embargada, "Eu nunca imaginei que a 'garota fácil' de quem todos falavam era você."
"O Albert nunca vai se apaixonar por você, Yvette. Não se deixe ficar tão miserável."