




Capítulo 6 Dê a ela o dinheiro
Se não fosse pela criança, Yvette nunca teria visto Albert novamente. Apesar de sua determinação em se despedir de seu amor adolescente, agora ela se colocava à mercê de Albert.
Mesmo casada, ela ainda ocasionalmente pensava em desistir. Toda vez que contemplava isso, Albert aparecia diante dela como se nada tivesse acontecido, testando sua já vacilante determinação. Tudo parecia estar em um impasse, e ela não tinha confiança em quanto tempo poderia perseverar.
Se ele não a amava, então por favor, que lhe desse dinheiro. Simplificasse a relação para que ela não mais a antecipasse, e ele se livrasse de qualquer fardo.
Depois de um dia agitado, Yvette se sentia um pouco atordoada enquanto voltava para casa. Ao descer do ônibus na cidade, caminhou pelas ruas estreitas com um pão na mão. Ao chegar em casa, antes mesmo de trocar os sapatos, ouviu um leve choro vindo da sala de estar.
Yvette soube instantaneamente o que havia acontecido. Zora, ao vê-la retornar, rapidamente se recompôs, enxugou as lágrimas e disse: "Mãe, Yvette, vou ajudar o Kyle com o dever de casa."
Quando Zora passou por Yvette, ela não pôde deixar de sentir um arrepio percorrer sua espinha.
Essa cena se repetia várias vezes ao ano em sua casa, e cada vez, o objetivo de Zora era pedir dinheiro.
Como esperado, assim que Zora saiu, Lassie não pôde esperar para falar. "Yvette, quando você vai receber seu bônus trimestral de desempenho?" Sem esperar a resposta de Yvette, Lassie continuou: "Wayne não ganhou dinheiro este mês. Você sabe que o trabalho dele não tem salário base. Se ele não fechar nenhum negócio, não ganha nada. Você também sabe da condição de saúde dele, insuficiência cardíaca e função renal em declínio, então Zora não ousa pressioná-lo. Já se passaram seis meses, e ele precisa voltar ao hospital para um check-up, o que requer dinheiro, e as atividades extracurriculares de Kyle custam R$ 3.400."
Yvette ainda se sentia um pouco fria. Olhando para Lassie, que exigia dinheiro dela como se fosse um direito, sentiu um momento de decepção, mas rapidamente aceitou, respondendo indiferente enquanto desamarrava o cachecol. "Eu não tenho dinheiro."
A resposta de Yvette imediatamente desagradou Lassie, que começou a chorar. "Se forçarmos seu irmão a trabalhar, ele vai adoecer, e quem vai arcar com as consequências? O salário de Zora é baixo, você é tia do Kyle, e você é médica. Só você pode ajudá-los."
Yvette não pôde deixar de retrucar: "Se eles não têm dinheiro, então não deveriam ter tido um filho. Nunca ouvi falar de alguém fazendo vaquinha para criar o filho." "Você está sendo cruel, Yvette! Você mora na minha casa, come na minha casa, e eu não..." Yvette a interrompeu impacientemente. "Tem certeza? Já te dei mais de R$ 7.000 este ano, e só se passaram alguns meses. Eu só como uma refeição por dia em casa; isso não é suficiente?"
Yvette já estava enojada com as desculpas de Zora, a fraqueza de Wayne e a atitude exigente de Lassie. Ela não queria perder mais tempo.
Ela colocou o pão que comprou na mesa. "Eu não sou um caixa eletrônico; estou grávida e preciso economizar para meu filho."
Assim que Yvette mencionou sua gravidez, Lassie explodiu de raiva. "Como você ousa falar sobre sua gravidez? Você só me contou depois de se casar. Está tentando me irritar? Você já está casada, mas eu não vi seu namorado, nossas duas famílias não se encontraram, você não ficou noiva, e eles não nos deram presentes! Você é independente o suficiente e pode tomar suas próprias decisões! Você deve estar tentando me irritar de propósito!"
Yvette não queria falar sobre essas coisas com ela, nem queria se envolver com Lassie. "Ele vai nos dar o dinheiro. Já concordamos."
Pensando na cena em que falou sobre dinheiro com Albert, ela sentiu uma onda de vergonha insuportável. Ela havia degradado sua pessoa mais nobre com dinheiro, e embora ele não se importasse, ela ainda se sentia triste por si mesma. Diante dele, ela havia perdido completamente sua autoestima, que considerava sua vida.
Ela sentiu uma tristeza insuportável e, finalmente, disse: "Ele está trabalhando. Quando voltar, ele te dará o dinheiro."
Lassie ficou furiosa com suas palavras. Ela estava prestes a entrar na casa, mas Lassie ainda a xingava. "Você é uma garota sem coração! Se eu realmente quisesse te casar para ganhar dinheiro, já teria feito isso há muito tempo! Eu te apoiei para ir à faculdade, e não deixei seu irmão ir para a escola. Você vai estudar, vai estudar medicina por sete anos, e eu insisti em te apoiar nos estudos," disse Lassie, começando a chorar. "Estou apenas preocupada que você tenha se casado tão casualmente. Eu sei que esse homem não se importa com você. Se ele te valorizasse, como poderia não vir me ver antes de você se casar?"
Yvette entrou no quarto, e Lassie não forçou a entrada. O quarto não estava iluminado; apenas uma luz noturna sob o abajur estava acesa, emitindo uma luz fraca.
Do lado de fora da porta, Lassie ainda falava incessantemente, "Eu valorizo o dinheiro; estou errada? Você tem que se casar com um homem que está lutando para sobreviver para chamar isso de amor? Se você se casar com um homem pobre, não será feliz. Você não pode julgar o caráter de um homem à primeira vista, mas o dinheiro é o mais real; não só pode te fazer viver confortavelmente, como também te dá a sorte de desfrutar da sua felicidade. Você só vai me entender quando tiver uma filha!"
Yvette ficou encostada na parede, com o coração pesado. Lassie sempre foi uma presença contraditória. Quando não falava de dinheiro, Lassie era muito carinhosa e atenciosa com ela; quando falava de dinheiro, Lassie era extremamente dura e capaz de dizer qualquer palavra dolorosa. O desejo interno de Yvette por amor materno sempre a impedia de tomar a decisão de deixar essa família completamente.
Claro, as palavras de Lassie não eram totalmente irracionais, pois a descrição de Lassie sobre Albert e seu relacionamento era bastante precisa.
Yvette riu de si mesma.
Vendo que o humor recente de Yvette não estava muito bom, Sylvia tomou a iniciativa de convidá-la para jantar. Os sintomas iniciais da gravidez de Yvette tinham acabado de começar a aliviar quando ela começou a se sentir sonolenta novamente. Ela preferia voltar e descansar a sair para uma refeição, mas diante do convite entusiástico de Sylvia, ela só pôde aceitar.
Albert e Victor estavam sentados em um canto fora do restaurante. Victor o convidou para esse restaurante romântico, e Albert sentiu que algo estava errado.
Como esperado, não demorou muito para que duas jovens aparecessem de mãos dadas.
Sylvia puxou Yvette para sentar-se em frente a Albert e Victor, e tudo foi arranjado de forma muito clara.
As pálpebras de Yvette se contraíram involuntariamente.
Albert se endireitou, não mais apenas olhando para o celular. Ele casualmente arregaçou as mangas da camisa, revelando um pedaço de antebraço musculoso, ouvindo os esforços de Sylvia para aproximar Yvette e Victor.
"Victor não apareceu por dois dias, e Yvette tem me perguntado sobre você," disse Sylvia, dando um tapinha no ombro de Yvette. "Agora que se encontraram, está tímida."
Yvette admirava as capacidades de Sylvia até certo ponto. Ela levantou o olhar para encontrar os olhos inocentes de Victor, sentindo um leve desconforto.
Depois de um momento de contemplação, ela ofereceu uma razão casualmente. "Tenho um parente que é um grande aviador. Gostaria de consultá-lo sobre assuntos relacionados, Sr. Thomas."
"Ok, podemos marcar um encontro na próxima vez."
Assim que Victor terminou de falar, Albert olhou para Yvette com um sorriso significativo.
Depois de conversarem por um tempo, Victor também ficou um pouco constrangido. Ele estendeu a mão para pegar a caixa de cigarros na mesa, puxou um cigarro, colocou-o perto dos lábios e pegou um isqueiro para acender. No entanto, antes que pudesse fazê-lo, uma grande mão o conteve.
Os ligamentos nas costas da mão larga eram esteticamente agradáveis.
Todos na sala olharam para o dono daquela mão.
Albert levantou ligeiramente as pálpebras, sua voz profunda. "Ela não suporta o cheiro de fumaça agora."