




Capítulo 1 Ela era apenas sua companheira de cama
[Yvette, grandes novidades! Violet está de volta!]
A mensagem de sua amiga próxima, Sylvia Evans, deixou Yvette Orlando atordoada.
Violet Swift foi o primeiro amor de Albert Valdemar.
Albert estava com Yvette naquele momento. Ele tinha acabado de sair do banho e saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura. Yvette rapidamente guardou o celular, com medo de que ele visse o que ela estava olhando.
O corpo de Albert carregava o mesmo cheiro de gel de banho que o dela. Ele tinha uma tez morena e um físico bem definido. Uma vez na cama, ele não perdia tempo, precisando de pouca finesse para cativá-la. Seus corpos se encaixavam perfeitamente.
Pela manhã, Yvette acordou sentindo sede, seu corpo doendo como se tivesse sido esmagado. Sentindo o vazio do outro lado da cama, ela se virou para ver Albert se vestindo.
"Você vai embora?" ela perguntou.
"Sim," ele respondeu.
A luz quente do quarto do hotel delineava sua figura distante. Yvette o observou silenciosamente se vestir, sem dizer nada para fazê-lo ficar. Ela sabia muito bem que era apenas sua companhia na cama.
Já fazia dois anos desde que Albert começou a voltar para Luken, sempre a procurando para sua rotina: jantar, um filme e depois cama. Às vezes, eles pulavam os dois primeiros passos e iam direto para o último.
Ela só tinha visto seu lado apaixonado na cama.
"O presente está na mesa," ele disse, suas últimas palavras para ela.
Ele se virou e saiu, a porta se fechando suavemente com um clique.
Yvette abriu o presente de Albert, um perfume delicadamente embalado, mas isso a fez franzir a testa. Ele já tinha dado o mesmo perfume a ela três vezes, um claro sinal de sua indiferença em relação a ela.
Naquele momento, Yvette tomou uma decisão. Ela pegou o celular e encontrou o perfil de Albert no Instagram, o contato que ela tinha rotulado com um ponto. Depois de muita contemplação, ela digitou algumas palavras: [Não vamos nos encontrar mais.]
Enquanto olhava para a mensagem que tinha sido enviada, Yvette apertou o celular com força. Depois de um tempo, Albert respondeu com apenas uma palavra: [Ok.]
A resposta de Albert foi como o badalar da meia-noite em um conto de fadas, despertando a falsa princesa em seus falsos sapatos de cristal. Yvette não pôde deixar de se zombar, 'O que eu estava esperando?'
Albert era o capitão mais jovem da filial da North Airlines em Luken, bonito e bem-sucedido, um príncipe encantado para todas as jovens da empresa. Yvette era apenas uma das muitas "jovens" no centro médico da filial de Luken.
Nem mesmo Sylvia sabia sobre o relacionamento dela com Albert. Yvette não sabia como contar a Sylvia, mas agora não importava. Ela não precisava dizer nada.
Uma semana depois, quando já estava quase na hora de terminar o trabalho, não havia pacientes no consultório de Yvette. Ela estava sentada no computador, escrevendo prontuários médicos, quando Sylvia entrou de repente.
"Yvette! Albert está aqui!"
Enquanto Sylvia piscava e gesticulava, uma figura alta empurrou a porta. Ele estava usando um uniforme impecável e parecia excepcionalmente destacado.
Yvette instintivamente olhou para cima e encontrou seus profundos olhos azuis. Ele permaneceu inexpressivo, mas naquele instante, um leve traço de surpresa brilhou em seus olhos. Depois de apenas um ou dois segundos, seus olhares contidos se afastaram calmamente dos rostos um do outro.
O rosto de Albert carregava um senso invisível de distanciamento e frieza, como se uma névoa espessa e nebulosa o separasse do resto do mundo.
Naquele momento, Violet surgiu por trás dele e sentou-se diretamente em frente a Yvette.
"Eu só tive um ferimento leve, mas você insistiu em me trazer para ver um médico. Já tive ferimentos muito piores na escola de aviação; eu mesma poderia ter tratado."
Violet tinha um nome suave, mas era uma mulher decidida. Ela estava vestida com um uniforme de piloto, parecendo brilhante e corajosa. Recentemente, ela se tornou bastante famosa na empresa como a primeira piloto mulher na história da filial de Luken.
"Olá, Dra. Orlando," disse Violet, estendendo a mão machucada.
Albert permaneceu em silêncio por um momento e disse a Yvette, "Ela tem um arranhão na mão."
"Entendi."
Yvette não olhou mais para Albert, concentrando-se em cuidar do ferimento de Violet. Pilotos não podiam ter ferimentos significativos, e felizmente, o ferimento dela era leve.
Depois que Albert e Violet saíram, o consultório voltou ao seu estado tranquilo, e Sylvia finalmente não resistiu a começar a fofocar.
"É tão exagerado! O ferimento dela é tão pequeno; se ela tivesse vindo um pouco mais tarde, já poderia ter cicatrizado. De fato, o primeiro amor é o mais precioso. Eles terminaram há dois anos, mas ele ainda se importa com ela. Albert geralmente é tão frio, e eu não esperava que ele fosse tão atencioso. Parece que tudo depende da pessoa," disse Sylvia, "Mas ouvi dizer que Albert deve ter tido outras mulheres nesses dois anos. Uma vez, durante um check-up médico, as enfermeiras do nosso departamento disseram que ele tinha marcas de chupões no corpo. Ele está em um relacionamento, mas não torna isso público. Acho que a namorada dele é uma dessas garotas baratas e insinceras."
As palavras de Sylvia fizeram Yvette corar. Ela não queria admitir, mas ela era a "garota barata" de quem Sylvia estava falando.
"Você acha que Albert vai se reconciliar com Violet?"
Yvette arrumou sua mesa. "Talvez."
"É chato fofocar com você. Vou conversar com outras colegas."
Não muito tempo depois que Sylvia saiu, a porta foi aberta novamente.
Yvette pensou que era Sylvia voltando e franziu a testa. "O que foi agora?"
"Estou aqui apenas para confirmar com que frequência este medicamento precisa ser trocado."
O corpo de Yvette ficou tenso.
Não era Sylvia que tinha voltado; era Albert. Ela se sentiu um pouco desconfortável, mas tentou manter a calma e explicou profissionalmente a ele o uso e o tempo de troca do medicamento.
Seguiu-se um longo silêncio. A sala da clínica carregava um forte cheiro de desinfetante, e as luzes brilhantes lançavam sombras sobre eles, mantendo deliberadamente uma distância.
Albert segurava o medicamento, mas não saiu, apenas olhando significativamente para Yvette. Seus olhos pareciam penetrar seus pensamentos, fazendo-a se sentir inquieta.
"Você não se lembra? Devo anotar para você?" ela disse.
Ele moveu os lábios levemente e perguntou, "Você tem estado bem ultimamente?"
Yvette não esperava que ele perguntasse algo relacionado a ela. Ela ficou surpresa, e depois de alguns segundos, respondeu em voz baixa, "Estou bem."
Ele assentiu e saiu.
Enquanto Yvette observava a porta se fechar novamente, sentiu uma mistura de emoções. Quando estava prestes a se sentar, notou um pedaço de papel no chão. Yvette o pegou e percebeu que era um recibo que Albert havia deixado cair. Ela suspirou suavemente e foi atrás dele.
Albert era alto e se destacava na multidão. Yvette o encontrou rapidamente. Naquele momento, ele estava conversando com Violet em um canto do corredor. Ela se aproximou e ouviu Violet fazendo uma cena com ele.
"Você nunca costumava falar com mulheres voluntariamente. Você mudou muito desde que terminamos. Mesmo que você me diga a verdade, eu não vou ficar brava. A Dra. Orlando tem sido sua namorada nos últimos dois anos?"
Os passos de Yvette pararam, e seus dedos, segurando o recibo, apertaram involuntariamente, amassando o papel fino.
No momento seguinte, ela ouviu a voz profunda e familiar de Albert.
"Não."