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♱ Capítulo • 05 ♱

♱ •⋅ 1750 A.C. ⋅• ♱

"Você... estava preocupado?" Não pude deixar de perguntar, e Callisto me olhou como se essa fosse a coisa mais estúpida que Asra já lhe perguntara em toda a sua vida.

Claro, eu deveria saber.

Callisto não se importava com sua concubina, mas então... o que diabos tudo isso significava?

"Você..." ele pausou, os lábios entreabertos.

Eu sorri.

"Desculpe, querido," eu disse, sentando na cama.

Eu deveria ir embora.

"Exatamente pelo que você está se desculpando?" A voz dela estava séria novamente.

Eu não sabia como responder, essa era certamente uma das poucas respostas que eu não tinha para lhe dar, então olhei para a janela em busca de algo que pudesse usar.

Ele bufou.

"Você está se desculpando por quase se matar? Por ser impulsiva? Por..." ele parou e, mesmo sem olhar, pude ouvir seus passos se aproximando da cama, "o que diabos você tem na cabeça?"

"Matéria cerebral e chifres" respondi com um sorriso, virando o rosto para olhá-lo, mas Callisto não sorriu de volta.

"Eu poderia..." ele parou novamente.

"Estou bem," eu disse, tentando consolá-lo, mesmo que não fizesse sentido.

E não parecia funcionar.

"Você sabe a que meios eu tive que recorrer?"

Lúcifer.

Eu sabia.

Não era um sonho, nada daquilo tinha sido, e aparentemente tudo também não era.

Era real, tudo era real.

Engoli em seco.

"Desculpe."

"Pare de se desculpar" ele murmurou, "apenas..."

"Não faça isso de novo?"

Eu sorri.

"Não se coloque em perigo" ele disse, sentando-se na cama. Seus ombros estavam caídos.

Eu não me lembrava de tê-lo visto assim, tão frágil, tão gentil.

Estendi uma mão em sua direção, e as unhas vermelhas e bem cuidadas de Asra tocaram sua mão.

Não, aquelas eram minhas unhas agora.

"Eu não vou me colocar" falei o mais firmemente possível, "eu não pensei que ela pudesse forçar uma lança quando uma lâmina afundou em seu corpo.

Porque, na verdade, ela nunca tinha feito isso até o final do livro, até a luta final, quando ela atravessa Azrael com a lança e mata Callisto antes de implorar a seu Deus por misericórdia, para salvar o filho de sua amada filha.

Elaine tinha saído do roteiro.

Ele assentiu.

"Eu sei."

Seus olhos estavam marejados.

"Eu pensei que você ia morrer quando te peguei nos meus braços, e você não respondia" ele sussurrou, agora se aproximando mais de mim.

Se Callisto realmente se importava com Asra, isso mudava tudo completamente. Se ele sentia algo por ela, mesmo que minimamente, significava que doía vê-la sofrer; significava que, para ele, a ideia de perder alguém novamente era agonizante.

Eu queria abraçá-lo.

"Você nunca vai me perder," falei sem pensar duas vezes, e meus olhos de quartzo ficaram úmidos demais para segurar as lágrimas.

"Você não pode prometer" ele disse como uma criança assustada, praticamente implorando por uma certeza.

Eu sorri.

"Eu posso" falei e, sem me importar, puxei-o para perto em meus braços.

Não houve resistência, Callisto simplesmente se deixou ser jogado em mim, seu rosto afundando em meu pescoço, seus braços envolvendo meus quadris.

O calor do corpo dele no meu era tudo o que eu precisava para ter certeza de que era real, de que ele era real, e de que agora, eu estava 100% consciente.

"Nunca mais faça isso de novo" ele ordenou, apertando os braços ao redor do meu corpo.

Eu assenti.

"Ok."

Ele resmungou.

"Não se coloque em perigo..." ele continuou, "nem pense em fazer algo que possa te machucar."

Eu sorri.

"Nesse caso, talvez devêssemos ser mais cuidadosos nas próximas noites" zombei e observei Callisto se afastar de mim rapidamente, seu rosto contorcido em uma carranca.

Aquela não era a expressão de um adulto, muito menos do rei implacável que eu tinha lido em 953 páginas. Era a expressão de uma criança mimada que estava sendo injustiçada friamente.

"Você não me leva a sério," ele disse, soando irritado, mas eu me levantei na cama, ajoelhei-me e segurei seu rosto entre minhas duas mãos.

"Querido" chamei-o gentilmente e seus olhos de quartzo rosa focaram em mim, "eu não vou me colocar em perigo, não vou fazer coisas impulsivamente, e vou tomar cuidado quando entrar em lutas. Vou treinar para que meu estilo de luta evolua, mas não me peça para ser uma donzela indefesa... estou cansada disso."

Ele mordeu o lábio com força.

Era como se ele quisesse me manter ali, em seu quarto, protegida contra o mundo e seus perigos para sempre.

Isso não era o que eu queria, eu queria proteger Callisto do mundo que parecia querer sua cabeça.

"Ok" ele murmurou, e seus lábios se curvaram em uma expressão de desagrado.

Segurei o riso e por um momento me permiti ser apenas eu, aproximando-me dele e selando seus lábios longamente.

"Fico feliz em saber que você estava preocupado comigo..." sussurrei, e essa era a maior verdade que eu já tinha dito a ele.

Como se soubesse disso, Callisto me agarrou, seu braço envolveu meu quadril me puxando contra ele e seus lábios pressionaram os meus.

"Eu ainda te devo algumas noites," ele murmurou em resposta, e eu sorri.

"Você realmente deve.

"Então você será minha prisioneira até que cada noite seja paga" ele disse enquanto deslizava os lábios pelo meu pescoço, ombro e clavícula.

Eu estremeci. Seus lábios eram quentes, e seu toque era ao mesmo tempo delicado e firme, era terno, mas carregado de desejo.

"Callisto..." murmurei, passando minhas unhas pelos braços tatuados dele.

"Está tudo bem, querida" ele sorriu, um sorriso de canto que fez meu corpo inteiro esquentar "eu sei que você está cansada, então nas primeiras noites eu farei todo o trabalho por você..."

Mordi o lábio com força e senti seus dedos subindo pela minha coxa, levando consigo a barra do suéter que eu estava vestindo.

A única peça de roupa que eu estava usando.

"Mas quando você se recuperar" ele ronronou "então terei que te punir por me deixar tão preocupado".

Eu me lembrava bem de como funcionavam as punições de Callisto, e ao pensar no corpo dele sobre o meu, sua boca deslizando por cada centímetro do meu corpo, tive que segurar um gemido malicioso.

Eu realmente queria isso.

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