Read with BonusRead with Bonus

Capítulo 3

Os olhos de Shea se arregalaram de surpresa ao reconhecer o familiar Labrador preto olhando para ela. "Oakley?" ela sussurrou, um sorriso lentamente se espalhando em seu rosto.

O rabo do cachorro começou a balançar furiosamente, e ele soltou um suave "woof" de saudação. Shea rapidamente abriu a porta, rindo enquanto Oakley entrava saltitando, seu nariz molhado roçando contra sua mão.

"Ah, não acredito que é você!" Shea exclamou, caindo de joelhos e envolvendo os braços ao redor do corpo robusto do cachorro. Oakley respondeu enchendo seu rosto de lambidas entusiasmadas, sua língua fazendo cócegas em sua pele.

Shea riu, deliciando-se com a sensação do pelo macio de Oakley e o calor de seu abraço afetuoso. Fazia muito tempo desde que ela tinha visto o leal companheiro, e memórias de suas aventuras despreocupadas na infância vieram à tona.

"Oakley! Aí está você, seu danadinho!"

Shea olhou para cima e viu a Tia Penélope parada na porta, com uma repreensão brincalhona nos lábios. Oakley imediatamente correu até ela, balançando o rabo enquanto roçava contra sua perna.

"Parece que alguém já fez um novo amigo," Penélope riu, abaixando-se para dar a Oakley um carinho atrás das orelhas. "Vamos, garoto, hora do seu café da manhã."

Com um último olhar saudoso para Shea, Oakley seguiu obedientemente Penélope, desaparecendo pela porta. Shea os observou ir, um sorriso nostálgico no rosto.

Decidindo que era hora de se refrescar, Shea se virou e foi para o pequeno banheiro anexo ao seu chalé de escrita. O espaço era simples, mas limpo, com uma banheira com pés de garra, uma pia de pedestal e um grande espelho acima dela. Shea ligou a torneira, deixando a água morna fluir enquanto ela jogava um pouco no rosto.


Shea abaixou-se e lentamente desabotoou a blusa, deixando o tecido macio deslizar de seus ombros e cair aos seus pés. Por baixo, seu corpo esguio estava coberto por uma simples camisola branca, o delicado acabamento de renda abraçando as curvas suaves de sua cintura.

Shea fez uma pausa, seu olhar encontrando seu próprio reflexo no espelho. Seu cabelo castanho caía em ondas suaves ao redor de seu rosto, emoldurando suas maçãs do rosto altas e olhos amendoados. Havia uma força silenciosa em suas feições, um indício da tristeza e determinação que jaziam sob a superfície.

Com um pequeno suspiro, Shea alcançou as costas e desabotoou o sutiã, deixando-o cair no chão. Seus seios eram pequenos, mas perfeitamente proporcionados, o suave inchaço deles subindo e descendo a cada respiração. Arrepios surgiram em sua pele enquanto o ar fresco acariciava seu torso nu.

As mãos de Shea se moveram para a cintura de seu jeans, lentamente deslizando o zíper para baixo. O jeans agarrava-se aos seus quadris esguios, delineando a suave curva de suas formas. Saindo do jeans, Shea ficou diante do espelho vestindo apenas uma simples calcinha de algodão branca.

Ela examinou seu reflexo, seu olhar demorando-se nas cicatrizes tênues que cruzavam seu abdômen - lembranças de um passado que ela preferia esquecer. Respirando fundo, Shea enfiou os polegares sob a cintura de sua calcinha e a empurrou para baixo, deixando-a cair no chão.

Agora completamente nua, Shea entrou no pequeno banheiro, seus pés descalços pisando suavemente no azulejo frio. Seus olhos se arregalaram ao notar o inusitado chuveiro - uma grande bolsa de couro suspensa do teto, cheia de água limpa e fresca.

Estendendo a mão, Shea passou os dedos ao longo do couro macio, maravilhando-se com o artesanato. Intrigada, ela agarrou a borda da bolsa e a puxou para baixo, observando enquanto a água caía sobre sua mão em um fluxo suave.

Entrando debaixo do chuveiro improvisado, Shea deixou a água morna penetrar em sua pele, lavando a sujeira e a tensão de sua longa jornada. Ela fechou os olhos, inclinando a cabeça para trás enquanto a água corria por seu cabelo, riachos traçando as curvas de seu corpo.


Shea ficou debaixo da cascata morna de água, seus olhos fechados enquanto memórias daquela noite fatídica de 13 anos atrás começavam a ressurgir.

A chuva batendo contra as janelas da van, os olhares apavorados de seus pais, as sombras ameaçadoras de animais selvagens se aproximando ao redor deles. E então, a imagem assombrosa de seu pai, corajosamente saindo para a escuridão para ganhar tempo para que eles escapassem.

Shea sentiu uma dor familiar em seu peito, a dor daquela perda ainda tão crua e avassaladora como tinha sido todos aqueles anos atrás. Ela quase podia ouvir as últimas palavras de seu pai, o suave beijo de seus lábios contra sua testa.

De repente, os olhos de Shea se abriram, um arrepio descendo por sua espinha. Ela podia sentir o peso de um olhar sobre ela, os pelos na nuca se arrepiando. Girando rapidamente, ela examinou o pequeno banheiro, seu olhar sendo atraído para o duto de ventilação perto do teto.

Lá, espiando-a com olhos carmesins inabaláveis, estava uma criatura que ela mal podia acreditar. Suas feições eram indistintas, obscurecidas pelas sombras, mas a intensidade de seu olhar era inconfundível.

A respiração de Shea ficou presa na garganta, seu coração batendo forte no peito enquanto ela encarava a entidade invisível. Um milhão de perguntas passaram por sua mente - o que era essa coisa? De onde tinha vindo? E estaria de alguma forma conectada aos eventos daquela noite fatídica?

Lentamente, Shea alcançou a toalha pendurada nas proximidades, seus dedos tremendo enquanto a envolvia em seu corpo molhado. Ela não ousava tirar os olhos do duto, cada músculo tenso, pronta para fugir ao menor sinal de perigo.

A criatura continuava a observá-la, imóvel, seu olhar inabalável. Shea sentiu um calafrio descer por sua espinha, uma sensação de pressentimento que ela não conseguia afastar. O que quer que fosse aquela coisa, ela sabia que não era um animal comum.


Shea soltou um grito agudo e assustado, o som ecoando pela pequena cabana. "Tia Penélope!" ela gritou, sua voz carregada de pânico.

Apertando a toalha firmemente ao redor de si, Shea saiu correndo do banheiro, seu cabelo molhado chicoteando ao redor de seu rosto. Oakley, o leal Labrador preto de Penélope, entrou correndo na sala, seus latidos enchendo o ar.

Momentos depois, Penélope entrou apressada, seus olhos arregalados de preocupação. "Shea, o que aconteceu?" ela perguntou urgentemente, seu olhar varrendo a sala.

O peito de Shea arfava enquanto ela lutava para recuperar o fôlego. "T-tinha alguma coisa..." Ela fez uma pausa, seus olhos voltando-se para o banheiro. "Algo estava me observando lá dentro," ela disse, sua voz mal acima de um sussurro.

A testa de Penélope se franziu de confusão. "O que você quer dizer com 'observando você'?" ela perguntou, colocando uma mão reconfortante no ombro de Shea.

Oakley continuava a latir, seus pelos eriçados, enquanto ele permanecia de guarda na frente de Shea. Penélope deu um comando calmante ao cachorro, e Oakley relutantemente ficou em silêncio, embora permanecesse alerta e tenso.

Shea respirou fundo, tentando se acalmar. "Havia esses... olhos," ela disse, seu olhar encontrando o de Penélope. "Olhos vermelhos brilhantes, no duto acima do chuveiro. Eu os vi me encarando."

A expressão de Penélope mudou, um olhar de preocupação e compreensão tomando conta de suas feições. "Oh, Shea," ela murmurou, puxando a jovem para um abraço reconfortante.

Shea se agarrou à tia, a toalha escorregando ligeiramente enquanto enterrava o rosto no ombro de Penélope. "O que era aquilo, Tia Penélope?" ela perguntou, a voz abafada. "Era... estava conectado ao que aconteceu naquela noite?"

Penélope apertou Shea com mais força, seu próprio coração batendo rápido com uma mistura de medo e determinação. "Não tenho certeza, minha querida," ela admitiu. "Mas prometo que vamos descobrir."


Penélope deu um aperto gentil no ombro de Shea. "Vamos dar uma olhada, certo?" ela disse, sua voz calma e tranquilizadora.

Shea assentiu, segurando a toalha firmemente enquanto seguia a tia até o banheiro. Oakley caminhava ao lado delas, suas orelhas erguidas e alerta.

O pequeno cômodo estava exatamente como Shea o havia deixado - a cortina do chuveiro fechada, vapor ainda pairando no ar. Penélope avançou, seu olhar varrendo o espaço, procurando qualquer sinal de um intruso. Mas o duto acima do chuveiro permanecia imóvel e desobstruído.

O coração de Shea batia forte no peito enquanto observava a cuidadosa inspeção da tia. "Não há nada aqui," Penélope finalmente disse, virando-se para encarar a sobrinha. "Você tem certeza de que viu alguma coisa?"

Antes que Shea pudesse responder, Oakley de repente soltou um latido alto e insistente, seus olhos fixos na porta. As duas mulheres se viraram rapidamente para ver o cachorro sair correndo do banheiro, suas unhas clicando contra o chão de madeira.

"Oakley, espera!" Penélope chamou, apressando-se atrás dele. Shea seguiu logo atrás, a toalha esvoaçando ao seu redor enquanto se movia.

Na sala principal, Oakley estava parado na porta da frente, seus pelos eriçados e um rosnado profundo e gutural saindo de sua garganta. Ele olhava fixamente para a densa floresta logo além da soleira, seus latidos ecoando entre as árvores.

Penélope se aproximou do cachorro com cautela. "O que foi, garoto?" ela murmurou, colocando uma mão em suas costas. Oakley ficou em silêncio, mas a tensão em seu corpo permaneceu.

Shea se posicionou ao lado da tia, espiando a floresta sombria. "Você acha... você acha que está lá fora?" ela sussurrou, sua voz carregada de apreensão.

A expressão de Penélope era grave. "Não tenho certeza," ela admitiu. Virando-se para Shea, ela disse, "Venha, vamos te levar de volta para dentro. Você precisa descansar."

Enquanto Penélope guiava Shea de volta para seu quarto, Oakley permanecia firme na porta, seu olhar inabalável fixo na floresta além.

Uma vez de volta à aconchegante cabana, Penélope guiou Shea até a cama e sentou-se ao seu lado. Segurando as mãos de Shea nas suas, ela disse, "Shea, minha querida, acho que é hora de termos uma conversa. A conversa."

Previous ChapterNext Chapter