Capítulo 5
Conseguimos voltar ao meu carro em segurança e saímos da cidade o mais rápido que pudemos. Agora que estamos de volta na estrada, deve ser tranquilo daqui para frente.
Olhei para Creed e escondi meu sorriso. Ele parece estar sofrendo sentado no banco do passageiro do meu pequeno Hyundai Electra. Ele é tão grande que seus joelhos estão batendo no painel, mesmo com o banco todo para trás.
"Você sabe que, se quiser, eu posso dirigir," Creed me deu um olhar suplicante.
Eu sorri, "Estou bem. Aquela pequena pausa foi exatamente o que eu precisava para recuperar minha energia."
"Você chama aquilo de pausa," ele soltou uma risada leve.
"Bem, tirando toda a briga, sim." Eu sorri.
Eu não conseguia explicar para ele, mas aquela briga reacendeu uma chama em mim que eu não conseguia encontrar há um tempo. Estou suja e preciso de um bom banho, mas também me sinto mais viva do que há muito tempo.
Dirigimos em silêncio por algumas horas antes de procurar um hotel. Eu não conseguia parar de me perguntar o que ele pensava de mim, ou em que tipo de encrenca ele estava. Não era assim que eu esperava que fosse encontrar meu par.
Ele é tão lindo e misterioso. Tenho dificuldade em me concentrar na estrada e manter minhas mãos longe dele. Creed, por outro lado, continua olhando pela janela e não mostra nenhum interesse em mim.
Eu sei que ele sente o vínculo de par, então talvez ele simplesmente não goste de mim. Estou tentando não tirar conclusões precipitadas, mas não consigo parar de pensar. Ajudaria se eu soubesse de que espécie ele é, mas estamos meio que em uma situação de não perguntar, não contar sobre isso.
Sorri com o pensamento. Sempre gostei de desvendar um bom mistério. Vou realmente gostar deste, especialmente se houver alguma pista debaixo das roupas dele. Meu Deus, pare, eu sorri. Não consigo parar esses pensamentos loucos, e ele realmente não mostrou nenhum interesse em mim.
Finalmente encontramos um hotel logo na saída da rodovia. Não era nada especial, mas parecia agradável. Um bom lugar para dormir e tinha café da manhã de cortesia.
Creed fez o check-in enquanto eu aproveitava o café de cortesia e pegava uma xícara para cada um de nós.
"Me siga, foguetinho," Creed tinha um sorriso no rosto enquanto girava a chave do hotel na mão.
"Vejo que você só tem uma chave. Vamos compartilhar um quarto?" Eu perguntei.
Ele me deu outro sorriso, "Você acreditaria se eu dissesse que só tinha um quarto sobrando?"
Ele nem me deu tempo de responder. Apenas piscou e começou a caminhar em direção ao elevador. Talvez eu tenha interpretado ele errado o tempo todo.
Eu sei que não deveria fazer isso, mas cada parte de mim o deseja. A confiança e o poder que emanam daquele homem estão me deixando louca.
Creed abriu a porta e acendeu as luzes. Eu devo ter parecido confusa, enquanto olhava para as duas camas queen.
Creed colocou minha bolsa na cadeira e veio por trás de mim. "Eu te disse que estava encontrando um lugar para dormirmos. Não se preocupe, querida, eu não vou me aproveitar de você."
Eu assenti. Só posso esperar que minha decepção não apareça no meu rosto.
"Já que alguém explodiu meu caminhão com todos os meus pertences dentro, eu preciso ir até a loja que fica do outro lado da rua. Você está bem ficando aqui, ou quer vir comigo?"
Mordi meu lábio inferior para esconder meu constrangimento antes de me virar para encará-lo. "Tudo bem, vou esperar aqui. Quero tomar um banho e me deitar cedo."
"OK, não devo demorar." Foi só isso que ele disse antes de sair do quarto. Talvez eu não esteja errada e ele simplesmente não esteja interessado em mim.
Admito que estou decepcionada, mas é para o melhor. Não preciso nem quero ele me vigiando. Tenho a sensação de que ele seria tão ruim, se não pior, que minha família.
Agora, se eu conseguisse fazer meus hormônios concordarem comigo, não precisaria desse banho frio.
Não achei que estivesse no banho por tanto tempo, mas pude ouvir Creed enquanto me vestia. Quando saí do banheiro, ele estava sentado à mesa com duas pizzas grandes.
"Esqueci de te perguntar se estava com fome ou não, mas nunca tivemos a chance de terminar o jantar. Achei que um lanche noturno não faria mal." Ele sorriu enquanto me entregava uma fatia de pizza.
Assenti e me sentei ao lado dele. "Obrigada, eu estava morrendo de fome."
Ele me deu um sorriso de canto. Eu me sentia tão estranha. Eu podia sentir ele me observando enquanto eu comia, mas toda vez que eu olhava para ele, ele virava a cabeça.
Eu não o entendo. Suas ações e seus olhos contam duas histórias diferentes. Em um momento, acho que ele está interessado em mim, no próximo, ele me afasta.
"Então, está pronta para me contar como explodiu meu caminhão?"
Eu o encarei seriamente e cruzei os braços, "Você está pronto para me contar por que aqueles homens estavam atrás de você e de que espécie você é?"
Ele pressionou seus lábios cheios e incríveis e seus olhos encontraram os meus. "Que tal você me contar de qual matilha você é. Eu só quero te conhecer melhor."
Assenti e sorri. "Chegue mais perto." Seus olhos nunca deixaram os meus enquanto ele se inclinava lentamente para que eu pudesse sussurrar em seu ouvido.
"Nem pensar, espertinho." Tentei me afastar, mas ele colocou os braços ao meu redor e me segurou no lugar. Ele roçou sua bochecha na minha e depois abaixou o nariz até a curva do meu pescoço, demorando-se para inalar meu cheiro.
"Você cheira incrível." Creed levantou a cabeça lentamente e roçou sua bochecha na minha novamente.
Eu me sentia em transe. Isso está realmente acontecendo? Seus lábios estavam tão perto dos meus que eu não aguentava. Virei levemente a cabeça e capturei seus lábios com os meus. Ele abriu os lábios e permitiu que minha língua entrasse em sua boca quente e úmida.
Creed aprofundou o beijo e me puxou para o seu colo. Passei minhas mãos pelos seus braços e pescoço até finalmente poder agarrar seu cabelo. Parecia que fogos de artifício estavam sendo lançados entre nós. As faíscas eram incríveis, eu precisava de mais.
Ele começou a cravar os dedos nos meus lados, e eu lentamente comecei a mover meus quadris.
Creed rapidamente se afastou. Ambos estávamos ofegantes. Ele me levantou do colo e pulou. "Não podemos fazer isso."
"Espera, o quê?" Eu o quero tanto que não consigo falar.
"Bella, vá para a cama. Vou tomar um banho."
Eu apenas fiquei ali parada. Essa foi a primeira vez que eu beijei alguém, e ele está me rejeitando. Me sinto uma idiota. Eu sabia que ele não estava interessado em mim, e mesmo assim o persegui. Sou uma idiota.