




Capítulo 7
Carlie não se lembra do que aconteceu depois disso. Era como uma tela branca. Sua mente ficou vazia, sem um único pensamento. 'Desde quando? Eu meio que esqueci...' Parece que Carlie estava segurando uma arma para alguém. Matou um ser humano. Desde então, sua cabeça ficou em branco.
Mas havia uma coisa que ela lembrava exatamente. 'Eu gritei. Tão alto que minha garganta parecia estar pegando fogo.' Ela estava tão histérica que todos os seus sentimentos transbordaram no grito. 'Eu gritei com o homem. Mas ele me deu um sorriso.'
Carlie piscou os olhos, sentindo o mundo ao seu redor girar. 'Está embaçado. Só consigo ver luz. Mesmo assim, tão fraca.' Sua consciência desmoronada lentamente voltou para sua dona. Despertando a alma que estava inconsciente.
'Fui sufocada. Bem antes de dormir,' Carlie lembra um pouco disso. 'Quem fez isso? Aquele cara mau? O toque dele não deveria ter sido tão gentil quanto o de quem me sufocou. Então, quem foi?'
'É a pessoa que veio depois?'
Sua mente nem conseguia pensar. Carlie revirou as pálpebras, mostrando as pupilas. E finalmente, depois de tentar um pouco mais do que o normal para abrir os olhos, Carlie conseguiu.
E a primeira coisa que seus olhos viram foi um quarto. Tons de vermelho e preto. Paredes vermelhas, carpete vermelho, cama vermelha. A cor favorita de Carlie. Mas desta vez, seu sangue não correu feliz.
"Dezoito horas, 27 minutos." A voz de um homem sacudiu a semi-consciente Carlie. Ela virou a cabeça, encontrando um sofá vermelho paralelo no centro do quarto.
E um homem estava sentado lá, segurando um rifle e limpando-o com um lenço.
Jonathan Austin.
Uma Carlie normal teria imediatamente mostrado os dentes para o homem. Mas desta vez, ela não fez isso. Sua boca estava presa por um esparadrapo preto.
'O que diabos é isso!?'
Carlie quase gritou ao ver o estado de seu corpo. Despida, ela estava apenas com a roupa íntima ainda presa à pele. 'E-ei! Esse sutiã não é meu!' Carlie franziu os lábios surpresa. O sutiã que ela estava usando agora era vermelho sangue, enquanto Carlie lembrava que antes de sair, estava usando um sutiã preto.
'Quem está trocando ela?'
Seu corpo estava apoiado na cabeceira do colchão, enquanto seus braços estavam esticados ao lado dela. Algemas estavam presas em ambos os lados do colchão. As feridas em seu corpo foram tratadas, e sua mão esquerda quebrada estava enfaixada. Mas as algemas apertadas que puxavam suas mãos tornavam o tratamento inútil. A dor ainda latejava hoje.
Mas isso não era o pior. A dor não incomodava Carlie.
Mas era seu pé que fazia Carlie apertar a mandíbula com força.
'Aquele desgraçado! Suas pernas estavam abertas,' algemadas por algemas que a restringiam de ambas as direções. Suas pernas estavam abertas, sua virilha exposta, e ela se tornou um espetáculo. 'Eu me senti como uma prostituta.' Carlie odiava isso.
"Meia hora antes de 19 horas," Jona comentou, mais uma vez chamando a atenção de Carlie. "Durante esse tempo, você adormeceu e se tornou minha estátua erótica pessoal aqui." O homem riu—sua risada maligna.
Suas pernas se levantaram do sofá, e ele caminhou lentamente em direção a Carlie. Para a cama, onde ela estava presa. Os olhos de Carlie imediatamente se aguçaram, seu olhar desembainhado como uma adaga. Ela sentiu vontade de xingar enquanto o homem se sentava na cama, mas a fita em sua boca não permitia. Sua mera presença fazia Carlie se sentir em perigo.
"Como foi? Dormiu bem? Espero que você não tenha tido um pesadelo," o homem perguntou. "E espero que você não sonhe com o rosto do homem que você acabou de matar ontem, Eloise."
Carlie emitiu um aviso como uma cascavel quando Jona tocou sua coxa. Sentindo sua pele até chegar à sua bunda. Seu toque é como uma arma. Parece assustador.
"Você ainda parece dominante mesmo quando está algemada assim, hein?" perguntou Jona roucamente. "Parece que seu grito histérico de ontem foi apenas um surto emocional. Porque agora seu olhar voltou a brandir resistência como da primeira vez que nos encontramos."
Jona riu roucamente, "quer que eu adicione suas más memórias para te destruir completamente?"
Carlie lutou contra isso. Mas quando toda a sua resistência está algemada, ela é impotente para fazer qualquer coisa. O sorriso de Jona cresceu.
"Aposto que você sabe mil e uma coisas que eu poderia fazer com você agora, não sabe?" perguntou Jona afiado. "Mas se você se humilhar e implorar, talvez eu te deixe em paz, só por hoje."
A mão do homem se estendeu até o rosto de Carlie, "deixe-me ouvir seu choro, Eloise."
Jona removeu o esparadrapo do rosto de Carlie, de forma dura e sem compaixão. Rude, sem empatia. Marcas vermelhas instantaneamente apareceram ao redor dos lábios de Carlie. O homem esperava um pedido de clemência de Carlie Heston.
Mas Madame Eloise não faria isso, faria?
"Morre e apodrece no inferno, desgraçado!" foi a primeira frase que Carlie proferiu e conseguiu fazer Jona recuar momentaneamente em choque.
O homem olhou para Carlie como se a estudasse. De seus olhos, parecia que ele tentava sondar sua mente. "Estou um pouco surpreso. Como você ainda tem toda essa confiança na sua situação atual?" ele perguntou.
Um sorriso se espalhou pelo rosto dela. "Você me intriga."
O homem se afastou da cama onde Carlie estava, caminhando para o outro lado do quarto. Lá, não havia uma única luz acesa. Estava escuro. Carlie não conseguia ver nada ali.
Mas não mais depois que Jona acendeu a luz.
Os lábios da mulher se comprimiram, e seus olhos quase se arregalaram. Lá, ela viu dez gaiolas alinhadas. Gaiolas de cachorro. Mas não eram animais mamíferos que as preenchiam. Em vez disso, eram humanos que estavam dentro. Com seus corpos esticados e correntes penduradas ao redor de seus pescoços.
Todos tremiam de medo. Das dez gaiolas, sete estavam ocupadas e três das sete pessoas ali haviam perdido a vida.
Ainda está fresco. Eles foram mortos não muito tempo atrás.
"O que você está tentando fazer?" gritou Carlie, alarmada pelo mau pressentimento em seu peito.
Jona olhou para ela, seus olhos se estreitando. "Estou te ensinando uma lição. Sobre quem manda neste lugar e quem deve obedecer ordens como um cachorro estúpido."
Carlie estudou cada movimento de Jona. Ela observou atentamente enquanto ele abria uma das portas da gaiola—a gaiola de um homem gordo com cabelo desgrenhado. Jona puxou a corrente ao redor do pescoço do homem, como se sinalizasse para ele sair dali.
Ele parecia muito assustado. Até seus passos tremiam. Suas mãos estavam amarradas por um par de algemas e, quando ele saiu, nem sequer ousou olhar para Jona, nem por um segundo.
"Me diga, há quanto tempo você está aqui e o que fez para se tornar meu cachorro?" Jona ordenou indiscutivelmente.
"T-três semanas, senhor," ele disse roucamente. "P-porque eu tentei te trair, t-tentando denunciar para a polícia."
Ele parecia acostumado a dizer isso. Carlie mordeu o lábio. 'Este homem deliberadamente lembrava seus 'cachorros' de confessarem seus pecados todos os dias.'
Jona sorriu com satisfação. "Bem, deixe-me te perguntar mais uma coisa," ele disse. "Você quer voltar para sua esposa e filho?"
Carlie pôde ver que o homem imediatamente congelou em choque.
"De verdade, senhor-"
"Sim ou não, você não precisa dizer mais nada," Jona repreendeu, afiado como uma adaga.
O homem mais uma vez tremeu de medo. "S-sim, senhor. M-muito."
"Bom," Jona disse. "Se você realmente quer, então eu te darei uma chance de sair. Não como aquele seu amigo que já é um cadáver, bem ao lado da sua gaiola."
"Mas claro, com condições."
O homem imediatamente tremeu de excitação. "Q-qualquer coisa, senhor, eu farei," ele parecia ainda mais um cachorro. Um que estava animado para ser alimentado com comida de lixo.
Jona sorriu sarcasticamente. "Você também sabe que se falhar, sua vida será perdida, certo?"
O homem engoliu amargamente. "S-sim, senhor."
O sorriso de Jona cresceu ainda mais. Carlie poderia jurar, ela nunca tinha visto ninguém neste mundo ter um sorriso e um olhar tão cruéis quanto os de Jona. Nem mesmo ela, nem mesmo seu pai ou seu irmão gêmeo. Nem mesmo ela, nem mesmo seu pai ou seu irmão gêmeo.
Ela era um demônio. Seu olhar sozinho poderia explicar isso.
"Eu vou te soltar com duas condições," Jona disse. "Primeiro, uma vez que você sair, você nunca deve mencionar meu nome ou falar sobre mim para ninguém que encontrar. Incluindo sua esposa, e seu filho, é claro."
'Se você violar, toda sua família, e as pessoas a quem você contar, eu destruirei.'
O homem engoliu amargamente. "S-sim, senhor."
"E então a segunda," Jona disse. Jona puxou a corrente do homem, forçando-o a olhar para frente, e indicou com o dedo que Carlie estava na cama.
"Estupra ela," Carlie arregalou os olhos de surpresa.
"O quê-"
"E se você resistir," Jona interrompeu. Ele brandiu o rifle que segurava em sua mão esquerda, apontando diretamente para a testa de Carlie, emitindo um aviso.
"Eu vou estourar seus miolos."