




Capítulo 4
O eco de uma briga ressoou. Carlie gritou enquanto a multidão de homens entrava no bar, carregando armas e vestidos de preto. Esses homens pertenciam a dois grupos, o de Jonathan Austin e o "oponente" que o homem havia mencionado anteriormente. Mas, apesar da cor escura das roupas, era impossível para Carlie distingui-los um a um.
E isso a preocupava ainda mais. Não saber quem era quem, até que as balas fossem disparadas uns contra os outros.
"Venha aqui," o puxão da mão de alguém a assustou novamente.
"Me solta!" gritou Carlie, afastando o reflexo. "Não me toque, idiota!"
Jonathan Austin a encarou, revirando os olhos preguiçosamente. "Você quer que eu te deixe aqui para morrer em questão de segundos?"
Carlie olhou para o homem incrédula. No meio de uma briga, no meio de pessoas atirando umas nas outras, ele ainda parecia relaxado. Como se estivesse em um simples cinema.
"Para onde você está me levando!?" perguntou Carlie desconfiada.
"Não sei, para um lugar onde você não morra?" o homem perguntou indiferente. Ele estalou a língua. "Deixa pra lá, venha rápido," ele agarrou a mão de Carlie, desta vez com força. "Meus subordinados prepararam um carro de fuga e você vai vir comigo.
"Porque a verdade é que eu não me importo com a sua vida, mas machucar uma filha dos Heston é problemático, e eu não quero isso."
"Você não pode diminuir a velocidade do carro, caramba?" Os gritos de Carlie ecoavam sem parar há cinco minutos. Agora ela estava sentada no banco de um carro preto, um carro que dirigia como uma moto.
É uma loucura que não lembra que há um ser humano dentro.
O acelerador é pressionado implacavelmente, mesmo nas curvas ou lombadas que encontram. Como se freios não fossem uma opção. E Carlie nunca foi tratada tão mal por qualquer motorista que a serviu.
Essa foi a pior viagem que ela já experimentou!
"Em momentos como este, você parece uma garota comum em vez de uma celebridade famosa," Jonathan Austin, ou Jona, como prefere ser chamado, zombou.
Carlie rosnou baixinho, "não quero ser tratada assim por um homem que perde uma briga tão facilmente!"
Jona riu sem graça, "você simplesmente não entende o que está acontecendo agora."
Carlie bufou, "claro que não entendo! Não, e não vou entender vocês, loucos que passam a vida em violência e assassinato!"
"Isso não é melhor? Em vez de você esculpir sorrisos falsos, mas derrubar uns aos outros em um julgamento 'sagrado'."
Carlie rosnou. Esse homem realmente parecia destemido. Mesmo em uma situação precária como essa.
"Meus subordinados estão no seu bar."
"Então desista, eles já devem ter ido embora," Carlie ficou boquiaberta, chocada. 'É tão fácil assim? Ele estava falando de alguém que foi tirado dele!?'
"A explosão foi tão alta, provavelmente nem sobraram seus crânios."
"Você é um desgraçado, Austin!"
Carlie gritou novamente quando sua cabeça bateu no teto do carro depois que os pneus saltaram sobre uma lombada em alta velocidade sem pressionar os freios, até que o carro ficou momentaneamente no ar.
Ela estava sobrecarregada. Seu coração não conseguia parar de tremer. O medo que Carlie sentia era medo e preocupação por sua vida. E é um medo que ela não sentia há anos.
Madame Eloise nunca tinha medo.
O que a enchia de raiva, no entanto, era ver como Jonathan Austin, junto com o motorista que os levava, pareciam bem enquanto ela não. Eles estavam calmos, enquanto Carlie estava em pânico. Era como se ela fosse a única patética aqui.
E ela odeia isso!
Jona virou a cabeça quando o walkie-talkie que ele colocou no sofá do carro soou. "O que?" sua voz respondeu a alguém tentando alcançá-lo do outro lado. A voz era fraca, mas Carlie não conseguia ouvir.
Mas mesmo assim, tanto Jona quanto o motorista entenderam imediatamente o que estava sendo dito do outro lado.
"Eles estão aqui, chefe," disse o motorista, olhando no retrovisor.
"Atrasados como sempre," Jona resmungou. "Na contagem de cinco, saia do carro, entendeu?"
"Sim, senhor."
Carlie ficou atônita quando de repente os olhos do homem se voltaram para ela. "Na contagem de cinco, abra a porta e pule, entendeu?" ele perguntou, soando mais como uma ordem do que um pedido.
"O-o quê!?" Carlie perguntou. "Você está louco!? Está me dizendo para sair do carro tão rápido!?"
"Você não consegue?"
"Claro que não, você não tem cérebro!?"
O homem esboçou um sorriso. Seu sorriso maldoso e cínico. "Então, morra e apodreça aqui, Carlie Eloise."
"O-o quê?"
"Se você quer viver, faça o que eu digo, se não, fique aqui e morra, é simples assim," disse Jona, sua expressão inalterada. Ela nem parecia ter a intenção de explicar o que estava acontecendo com eles agora. Carlie a encarou incrédula. 'Quanto mais estou com ele, mais odeio esse homem.'
"Cinco," ele começou a contar. "Espere um minuto, ainda não estou bêbada."
"Quatro, três,"
"Austin!"
Mas quanto mais o pânico de Carlie se estampava em seu rosto, mais feliz Jona parecia.
"Dois e um," ele sorriu.
"Agora, Eloise!"
As palavras de Jona eram como uma provocação. Como se dissesse a uma criança, "coma, idiota." Mas mesmo assim, Carlie obedeceu. Ela estava seguindo as ordens de alguém! Depois de todos esses anos, suas ordens tinham o mais alto escalão entre qualquer um.
Seu corpo reflexivamente abriu a porta do carro ao seu lado e pulou. Sua primeira mão bateu no chão, fazendo um som alto como o estalo de ossos quebrando. E pela dor que irradiava, Carlie instantaneamente soube que havia danificado seu ombro esquerdo.
Mas mesmo assim, ela teve sorte de estar viva. Depois de saltar do carro, ela ainda estava respirando e, em segundos...
Duar!
O carro em que estavam anteriormente explodiu em pedaços. Aparentemente, os inimigos de Jona colocaram explosivos no carro do homem antes da briga começar. E não seria Jona e seus subordinados se não percebessem isso antes de suas vidas serem tiradas.
Carlie fez uma careta internamente. 'Se eu não tivesse obedecido, teria virado destroços ali.'
Mas sua surpresa não terminou aí. Não demorou muito para que uma frota de carros pretos se aproximasse deles e o instinto de Carlie lhe disse que desta vez era o inimigo.
Com um corpo fraco e cheio de ferimentos, Carlie se levantou com dificuldade, tentando se esconder atrás de uma das grandes pedras no meio da colina rochosa. E lá, ela percebeu que havia dois grupos de carros que acabaram de chegar. Um pela frente, outro por trás. Cercando-os perfeitamente.
O motorista, que estava com ela, jazia no chão, seu crânio perfurado por uma bala. O inimigo o atirou primeiro antes que ele pudesse escapar. Enquanto isso, Jonathan Austin...
'Merda! Que diabos é esse cara?'
Suas mãos estavam presas por seu inimigo, enquanto um rifle estava apontado para sua testa. Cerca de 10 pessoas o cercavam, armas claramente apontadas para ele. Ele foi capturado, mesmo. Antes de lutar de volta.
Carlie mordeu o lábio. 'Não me diga que sou a única que pode se mover livremente aqui! Aquele idiota! Ele é realmente tão fraco assim!?'
"Que visão," um homem que saiu de um dos carros da multidão era gordo e usava uma jaqueta jeans preta. Ele usava jeans compridos e carregava uma faca no bolso.
Carlie riu. 'A moda é terrível!'
"Que sonho eu tive na noite passada para ver você de cara no chão com minha munição apontada para sua cabeça, Rey de la Oscuridad?" ele perguntou, exibindo seus dois dentes dourados.
Os olhos de Jona se estreitaram. "Edgar Samos," ele sibilou.
E o sussurro odioso de Jona fez o homem sorrir ainda mais.
"Depois de rastrear você pelo mundo todo,
Através dos continentes, finalmente te encontrei," Edgar disse, sorrindo amplamente. "E desta vez não vou deixar você ir, não até que eu tenha vingado minha irmã, que você matou, só porque estava preocupado com aquela garota te perseguindo sem parar."
Carlie ficou boquiaberta, incrédula. 'Esse homem matou uma mulher. Só porque se sentia desconfortável sendo perseguido?!'
'Q-que merda!?'
Jona riu. "Ah, sim, aquela garota. Qual é o nome dela? Entoinette Samos, não é?" o homem riu roucamente. "Eu me lembro de afogá-la no oceano. Para que sua família nem pudesse dar a ela um enterro adequado."
Edgar rangeu os dentes. "Desgraçado!" ele sinalizou para seus subordinados se prepararem para atirar. "Não espere ver o sol até amanhã, desgraçado! E vou fazer você se arrepender de passar o resto da sua vida no inferno!"
Jona sorriu ainda mais, sentindo uma arma pressionar contra sua têmpora. A morte nunca o assustou.
Mas, por outro lado, atrás de uma rocha gigante que cobria todo o seu corpo, uma mulher estava em pânico como louca. 'E-estúpido! Ele não pode fazer nada!? Sua mente gritou. Não me diga que ele vai simplesmente morrer! Se ele morrer, o que será de mim!?
O suor escorria por sua testa, até suas mãos, que sempre foram bonitas e suaves, agora estavam cobertas de suor. Ela espiou pelo lado da rocha, olhando para Jonathan Austin e que surpresa ela teve, vendo Jona olhando de volta para ela pelo canto dos olhos.
'Aquele homem sabe que estou aqui.'