




Capítulo 5: Toque sedutor
Era um pouco depois das oito da noite quando Silvana saiu de casa na ponta dos pés. Antes de Amelia ir embora, ela ajudou a fazer Silvana ficar deslumbrante com um vestido de lã verde sálvia, meias pretas e botas marrons até o joelho.
"Vou te deixar irresistível", Amelia disse, passando rímel nos cílios de Silvana.
Silvana estava tão empolgada que mal sentia a dor dos seus ferimentos enquanto prendia o cinto de segurança e dirigia pela estrada. As luzes dos prédios da cidade brilhavam enquanto ela passava.
Será que Bruce estaria em casa? Ela esperava que sim.
A viagem foi rápida, mas parecia uma eternidade, e quando Silvana saiu da estrada e entrou na estrada de cascalho dentro da floresta onde Bruce morava, ela começou a duvidar se estava chegando ao lugar certo.
Quando colocou o carro no estacionamento, ouviu um barulho alto nas folhas próximas e viu um lobo cinza esguio com listras âmbar no pelo correndo para dentro da floresta.
Ele desapareceu tão rápido quanto apareceu, então Silvana não deu muita importância.
Com a garganta seca, Silvana saiu do carro e caminhou até a porta da frente de Bruce com uma pequena caixa de chocolates de Amelia. As luzes da casa estavam apagadas.
Mesmo assim, ela foi bater, mas parou.
"Oi Bruce, lembra de mim?" Ela ensaiou, tentando controlar o nervosismo na voz.
"Não, isso não vai funcionar", murmurou para si mesma.
"E se eu disser," ela sussurrou, "eu queria te agradecer por salvar minha vida."
"Isso é perfeito!" ela pensou. Então ela entregaria os chocolates, sorriria sedutoramente e se ofereceria para ver como ele estava.
Ela respirou fundo e foi bater novamente.
Mas antes que seus nós dos dedos pudessem bater na porta, ela se abriu e Bruce estava diante dela, sem camisa, com olheiras como se não tivesse dormido desde o último encontro.
Silvana deu um grito e queria seguir seu roteiro, mas se distraiu contando o número de abdominais de Bruce e traçando as veias poderosas nos músculos de seus braços.
"Está tarde", Bruce disse com uma voz que fez Silvana estremecer. "E você não deveria estar aqui."
Silvana notou que ele ainda não tinha cuidado dos arranhões nas costas. O que ele estava fazendo todo esse tempo?
Ela entregou a caixa de chocolates e reuniu coragem. Ela tinha essa única chance e não podia estragar tudo! Então ela disse, colocando um sorriso sexy no rosto, "Este é um pequeno presente de agradecimento por salvar minha vida."
Bruce pegou a caixa, nem sequer olhou para ela, e disse, "Sem problema. Agora vá embora."
Ele começou a fechar a porta.
"Espere!" Silvana exclamou com uma voz rouca e desapontada.
Bruce não sentiu muita dor quando o espírito maligno o cortou com um machado, mas sentiu a dor mais insuportável ao ouvir Silvana ficando chateada. Embora ele estivesse insanamente ocupado desde o ataque no carnaval, Silvana não saía de sua mente. Ele tentava trabalhar e sua mente voltava aos copos do sutiã de renda preta dela, e como ele queria arrancá-lo. Ele pensava em como era certo tê-la em sua cama, ele de guarda, vigiando-a.
Ele pensava em como tinha cerca de mil coisas para fazer, mas a única coisa que queria era jogar Silvana na cama e levantar seu vestido.
Ele rangeu os dentes. A parte mais difícil era que agora ele tinha o cheiro dela, e podia sentir o desejo dela. Ela queria a mesma coisa.
Talvez algo ainda mais ousado.
Bruce manteve a porta aberta e permitiu que ela falasse.
"Você ainda tem cortes abertos", Silvana disse, alcançando o ombro de Bruce. Ele recuou e ela hesitou, mas então ele cedeu e deixou que ela o tocasse. Silvana não podia acreditar na força apenas do ombro dele, e teve que se conter para não pular em cima dele e levá-lo de volta para a cama onde ele tinha desabotoado sua camisa.
"Por favor, Bruce", Silvana disse timidamente, e com verdadeiro cuidado. "Deixe-me cuidar de você como você cuidou de mim."
Bruce inalou profundamente e deu um passo para o lado.
Os dois entraram na casa e Bruce os conduziu por corredores escuros. Silvana tentou acompanhar, mas bateu o dedo do pé em uma caixa de mudança pesada.
"Desculpe", ela disse. "Os lobisomens não acreditam em luzes ou algo assim?"
Bruce acionou um interruptor. As luzes do corredor se acenderam e Silvana viu que o corredor estava cheio de caixas de mudança etiquetadas. Bruce já estava indo embora? Eles tinham acabado de se conhecer!
"Perdoe-me," Bruce riu, colocando sua grande mão nas costas de Silvana para ver se seu pé estava bem. Quando ela assentiu, ele disse, "Podemos ver no escuro. Manter as luzes apagadas economiza dinheiro, e precisamos de cada centavo agora."
Ele instantaneamente se arrependeu de ter dito tudo aquilo. Ele havia contado uma fraqueza a uma bruxa e quebrado o código dos lobisomens sem nem pensar.
Por outro lado, ele estava quebrando todos os tipos de código só por ter Silvana dentro de sua casa, ou por ter salvo sua vida em primeiro lugar.
"Sinto muito por ouvir isso," Silvana disse. "Há algo que eu possa fazer?"
"Claro," Bruce disse, levando-a para seu quarto e fechando a porta atrás dela. Sua mente vagou e ele pensou em quão forte ela poderia aguentá-lo, e se a cama quebraria se ambos se entregassem às suas paixões.
"Ajude-me nunca mencionando nada disso," Bruce disse.
Silvana engoliu em seco, pensando em como Amelia a pressionaria por detalhes. Silvana não sabia por quanto tempo conseguiria manter uma mentira para sua melhor amiga.
"Não vou contar a ninguém," Silvana prometeu, ficando sobre os ombros largos dele enquanto ele se sentava na cama. Ela abriu o kit médico que ainda estava sobre os cobertores, pressionou um pouco de álcool em um algodão e disse, "Isso pode arder."
"Duvido," Bruce disse confiante, e Silvana se sentiu excitada por sua força. Ele não se mexeu quando ela pressionou o álcool em seus ferimentos, nem se contorceu quando ela passou os pontos pelos arranhões.
A única vez que ele se moveu foi quando ela terminou, e Silvana sussurrou em seu ouvido, "Pronto," e envolveu os braços ao redor do pescoço dele, deslizando a ponta do nariz pela bochecha dele em direção aos lábios.
Bruce segurou a mão dela na sua e entrelaçou seus dedos. Seu aperto era inquebrável e amoroso. Ele tentou lutar contra a pulsação em suas calças, mas foi dominado pelo rosto e figura deslumbrantes de Silvana. Ela se moveu ao redor da cama, ainda segurando o pescoço dele, e ele levantou ambas as pernas dela e a colocou em seu colo. Ela sentiu a dureza dele e ficou ruborizada, gemendo suavemente enquanto aproximava seus lábios dos dele. Bruce puxou o queixo dela para mais perto e suas respirações quentes estavam praticamente na boca um do outro quando o telefone de Bruce começou a tocar.
Bruce se afastou da cama e atendeu o celular. Seus olhos se arregalaram e depois se estreitaram, e Silvana mordeu o lábio enquanto esperava por ele.
Mas ele não voltou para a cama.
"Eu preciso ir," Bruce disse a ela. Ele queria pular em cima dela, mas não podia. Com o punho cerrado, ele disse, "Minha tia está doente. É grave."
Ele podia imaginar sua matilha de lobisomens o enforcando por isso. Quantas regras do código ele poderia quebrar em uma noite? E ainda assim, vendo Silvana em sua cama daquele jeito, seu vestido mal cobrindo o espaço entre suas pernas, ele acreditava que podia confiar nela. Não era apenas sua atração física; era algo muito mais profundo, uma garra em seu coração como se ele tivesse encontrado sua alma gêmea.
Exceto que isso deveria ser um lobisomem.
"Espere aqui," Bruce disse, segurando o telefone com o ombro. Ele saiu do quarto antes que Silvana pudesse se oferecer para ajudar, e ela ficou excitada e confusa na cama. Ela suspirou, considerando o quanto de problema poderia se meter se fosse encontrada ali.
Dez minutos se passaram e Bruce não voltou. Nesse tempo, Silvana permaneceu na cama, observando o ambiente. Ela não tinha notado antes, mas uma parede no quarto de Bruce estava coberta de fotos e recortes de jornal, como se ele estivesse resolvendo um grande mistério. Canecas de café frio estavam espalhadas pela mesa, e livros tão grandes e antigos quanto os da biblioteca de bruxas de Silvana estavam abertos.
Assim que ela se levantou para investigar, houve uma batida na porta.
Animada, Silvana disse, "Entre, bonitão."
Mas não era Bruce.
Era um homem esguio e tonificado com um brilho travesso nos olhos âmbar escuros. Ele se apoiou no batente da porta aberta, com os braços cruzados e um sorriso presunçoso no rosto.
Silvana deu um passo para trás e perguntou, "Quem é você?"